Áustria quer reduzir benefícios sociais a imigrantes
28 de maio de 2018
Planos do governo preveem corte em salário social daqueles que não têm conhecimento intermediário de alemão e redução de benefícios pagos por filho. Projeto pretende tornar país menos atraente a estrangeiros.
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O governo da Áustria revelou nesta segunda-feira (28/05) planos para reduzir os benefícios sociais para imigrantes, incluindo refugiados e cidadãos da União Europeia (UE), com o objetivo de tornar o país menos atraente para estrangeiros.
O ponto central da reforma é a redução do salário social – que pode ser solicitado quando se esgotam as prestações do seguro-desemprego. O valor máximo será mantido em 863 euros mensais, mas 300 euros desse valor dependem de algumas condições. Estrangeiros precisam, por exemplo comprovar ter conhecimento intermediário de alemão ou avançado de inglês para receber o valor integral.
"O idioma alemão deve ser a chave de acesso ao salário social integral", afirmou o chanceler federal austríaco, Sebastian Kurz, em entrevista coletiva.
A reforma prevê também a redução dos benefícios pagos por filho a partir da segunda criança, o que afetaria famílias com muitos filhos. Pode ser também que seja imposta a exigência de que o requerente tenha vivido os últimos seis anos no país para poder receber benefícios.
A medida poderá ser considerada discriminatória para cidadãos da UE, que, segundo o direito comunitário, estão submetidos às mesmas normas e tem direito aos mesmos benefícios que os cidadãos do país onde vivem.
Kurz disse que a futura lei estará em acordo com a legislação europeia, mas reconheceu que o Tribunal Constitucional deve decidir se a medida cumpre as regras. O chanceler justificou a necessidade da reforma pelo aumento das pessoas que solicitam o salário social e disse que com a medida se "luta contra a imigração no sistema social".
"Quem emigrar à Áustria não pode receber o salário social completo desde o primeiro dia", acrescentou Kurz.
Juristas citados pela imprensa austríaca indicam que a norma também é discriminatória com os refugiados, já que a legislação europeia estabelece que eles devem contar com o mesmo acesso a ajudas sociais que os cidadãos do país onde receberam asilo.
O governo austríaco quer apresentar o projeto de lei no parlamento no final de junho para que a reforma seja aprovada no outono.
Kurz, líder do conservador Partido Popular (ÖVP), governa desde dezembro de 2017 em coalizão com o nacionalista de direita Partido da Liberdade (FPÖ). Ambas as legendas se focaram na luta contra a imigração e em reduzir as ajudas sociais aos estrangeiros, incluindo refugiados.
CN/efe/lusa/dpa
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Falco, o austríaco que virou ícone mundial do pop
Falco conquistou as paradas mundiais em 1982 e chegou ao primeiro lugar nos EUA com uma homenagem a Mozart. O ícone pop da Áustria morreu há exatos 20 anos num acidente de carro.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kerstin
"Ele era um virtuoso, um ídolo do rock"
Definitivamente, Falco é um nome artístico bem melhor do que Johann "Hans" Hölzel. O cantor admirava muito o esquiador Falko Weißpflog, da antiga RDA. Por isso, Hölzel emprestou o nome do atleta e passou a se apresentar como Falco. Ficou famoso. Excêntrico, obstinado – um homem de terno e pomada nos cabelos, conhecido pelo estilo e pelos escândalos. Há muito tempo, Falco é uma lenda na Áustria.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kerstin
Quem precisa estudar música?
Seu primeiro instrumento foi um piano de cauda – e seu brinquedo preferido, um toca-discos. Mais tarde, ele tocou em bandas de punk rock que tinham nomes como "Umspannwerk" (estação de transformação) e "Drahdiwaberl", que coloquialmente quer dizer "oportunista". Falco tocava vários instrumentos. Abandonou o conservatório porque queria se tornar popstar. Emplacou seu primeiro sucesso em 1981.
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Topo das paradas
Inacreditável! O austríaco desconhecido com forte sotaque vienense estourou nas paradas alemãs fazendo rap – com batidas eletrônicas e de funk! Uma mescla que agradou muito aos fãs alemães, que levaram a música "Der Komissar" ao topo das paradas do país. Falco passou a ser convidado frequente nos maiores programas de TV da Alemanha – como na foto, com o apresentador Joachim Fuchsberger.
Foto: picture alliance
Falco e sua fiel banda
Uma figura tão ostensiva quanto Falco precisava de pessoas igualmente fascinantes à sua volta. Esta é sua banda – nos anos 1980. Os músicos se reúnem regularmente até hoje para tocar os maiores hits de Falco nas chamadas "Falco-Conventions" (convenções Falco). Hoje, todos têm cabelos curtos e deixaram de usar peruca.
Foto: picture-alliance/dpa/Kerstin
"Rock me Amadeus"
Em 1985, o filme "Amadeus" tinha acabado de estrear nos cinemas, contando a história de Mozart e retratando o compositor como punk excêntrico. Que inspiração para um músico vienense! Falco fez mais uma homenagem ao punk barroco com "Rock me Amadeus", canção na qual também descreve a si mesmo. "Rock me Amadeus" foi o primeiro hit em língua alemã a alcançar o topo das paradas americanas.
Foto: picture-alliance/dpa/Votava
Sucesso, estresse e drogas demais
O sucesso impulsionou Falco, e a Bolland & Bolland, sua equipe holandesa de produção, criou um hit após o outro com ele. Drogas e álcool eram os amigos sombrios do músico. A imprensa de fofocas sempre estava presente quando ele saía bêbado de uma discoteca ou caía no chão do lobby de um hotel. Mas, no show business, ele recebeu inúmeros prêmios.
Foto: picture-alliance/dpa/Votava
Letra polêmica
A letra da música "Jeanny" causou polêmica: uma moça sequestrada, maquiada, deitada sobre um altar e enfeitada com flores. Ela morreu ou dorme? Ao lado dela, o sequestrador e um cenário inspirado no filme "M, O Vampiro de Düsseldorf", de Fritz Lang. Críticos falaram em incitação à violência. Muitas estações de rádio se recusaram a tocar a música. Mesmo assim, ela chegou ao topo das paradas.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Schmit
Fim de uma era
Falco se apresentou no Japão e planejava uma turnê pelos EUA. Mas, de repente, desistiu da carreira e abandonou os palcos. Seus discos seguintes só fizeram sucesso na Áustria. Em 1992, com "Titanic", ele reeditou sucessos do passado, e conseguiu uma volta inesperada em 1995 com a canção tecno "Mãe, chegou o homem com a cocaína". Em 1996, saiu "Naked", último título lançado durante sua vida.
Foto: picture-alliance/dpa
Morte no paraíso
Falco escolheu a República Dominicana para viver. No país caribenho, ele bateu seu jipe num ônibus no dia 6 de fevereiro de 1998 e morreu imediatamente. A autópsia mostrou que ele bebeu muito, fumou maconha e cheirou cocaína. As especulações em torno de sua morte não tardaram: foi suicídio? Vinte anos depois, as circunstâncias ainda não foram completamente esclarecidas.
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"Falco não morreu"
Duas décadas depois de sua morte, os fãs de Falco ainda comemoram seu aniversário ou lembram o dia de sua morte no mundo todo. No seu aniversário de 50 anos, foi lançado um álbum-retrospectiva. Em 2013, foi encenada uma peça de teatro sobre sua vida. Em 2017, ano em que faria 60 anos, foi a vez de "Falco 60", com as melhores músicas, videoclipes inéditos, faixas raras e remixes de famosos DJs.
Foto: picture-alliance/dpa
O maior popstar da Áustria
Não dá para ignorar o túmulo de Falco no cemitério central de Viena. O obelisco em homenagem ao músico tem três metros de altura. A placa de vidro com sua imagem lembra sua obra artística. A lápide se tornou centro de peregrinação para seus fãs e para turistas que visitam Viena.