Áustria reforça controle em fronteiras com Alemanha e Itália
9 de julho de 2018
Fiscalização durará cinco dias e, segundo autoridades, não tem relação com questão migratória. Objetivo seria garantir a segurança durante cúpula de ministros europeus em Innsbruck.
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A Áustria iniciou controles em diversos pontos das fronteiras com a Alemanha e a Itália nesta segunda-feira (09/07), devido à cúpula dos ministros europeus do Interior prevista para acontecer nestas quinta e sexta-feira em Innsbruck. Os controles no oeste do país deverão durar cinco dias.
Segundo as autoridades, a fiscalização não tem relação com as recentes ameaças do governo em Viena de fechar a fronteira sul da Áustria para impedir a entrada de imigrantes. A medida foi planejada em coordenação com a União Europeia (UE) e tem como objetivo garantir a segurança da cúpula de ministros.
Os postos de controle incluem a passagem da montanha Brenner, entre a Itália e a Áustria, conhecida como a rota de transporte e de turismo mais movimentada dos Alpes. No local, as autoridades estão preparadas para fechar trechos da rota. Se necessário, uma cerca de 400 metros de comprimento poderá ser montada para reforçar os controles.
Também estão sendo controladas as fronteiras alemãs para o Tirol em geral. A entrada para a Áustria a partir da Alemanha por Salzburg ou Passau é possível sem controles.
Mesmo acontecendo na alta temporada do verão europeu, período de férias para muitos cidadãos do bloco, a monitoração não causou engarrafamentos consideráveis no primeiro dia das operações. Motoristas são obrigados a reduzir a velocidade a 30 km/h, segundo a polícia.
"As obstruções são muito limitadas", afirmou Markus Widmann, chefe do departamento de trânsito do estado austríaco do Tirol.
Entre 17 e 21 de setembro, a Áustria também deverá realizar controles nas fronteiras devido à cúpula de chefes de Estado e de governo da UE em Salzburg, marcada para o dia 20 daquele mês.
A fiscalização ocorre em meio a uma situação política tensa: o controle de fronteiras é tema recorrente na Áustria e também na Alemanha. Se as autoridades alemãs ampliarem a rejeição de imigrantes na fronteira com a Áustria, o governo em Viena ameaçou adotar medidas na fronteira sul do país, incluindo a montanha Brenner.
Nas próximas semanas, Alemanha e Áustria querem negociar, juntamente com a Itália, medidas para o fechamento da rota central do Mediterrâneo usada por refugiados para chegar da Itália à Alemanha.
Na semana passada, o chanceler federal austríaco, Sebastian Kurz, afirmou que o seu país estaria disposto a adotar controles em suas fronteiras com a Itália e a Eslovênia, ao mesmo tempo em que descartou qualquer acordo de imigração com a Alemanha que possa prejudicar os interesses da Áustria.
As declarações foram feitas após um acordo fechado em Berlim para barrar a entrada de requerentes de refúgio que já tenham sido registrados em outro país da União Europeia.
A Áustria faz fronteira com o estado alemão da Baviera e, no passado, expressou temores de que um endurecimento das políticas alemãs faça com que muitos solicitantes de asilo fiquem na Áustria em vez de chegar ao seu objetivo original, a Alemanha.
Desde dezembro de 2017, a Áustria é governada por uma coalizão de conservadores e populistas de direita que têm em comum a linha dura no âmbito da imigração e o fato de serem contra a admissão de refugiados.
RK/dpa/efe/ots
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As imagens que marcaram a crise migratória
Fotos impressionantes do enorme fluxo de migrantes para a Europa em 2015 e 2016 circularam pelo mundo. No Dia Mundial do Refugiado, vale lembrar a perseverança dos que foram forçadas a deixar seus países.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
A meta: sobreviver
Uma jornada combinada com sofrimento e perigo para corpo e alma: para fugir da guerra e da miséria, centenas de milhares de pessoas, principalmente da Síria, viajaram pela Turquia para a Grécia em 2015 e 2016. Ainda há cerca de 10 mil pessoas nas ilhas de Lesbos, Chios e Samos. De janeiro a maio deste ano, chegaram mais de 6 mil novos refugiados.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
A pé até a Europa
Em 2015 e 2016, milhões de pessoas tentaram, a pé, chegar à Europa Ocidental através da Turquia ou da Grécia até a Macedônia, Sérvia e Hungria. Este fluxo não parou mesmo depois de a chamada rota dos Bálcãs ter sido fechada e muitos países terem bloqueado suas fronteiras. Hoje, a maioria dos refugiados vai para a Europa usando a perigosa rota pelo Mediterrâneo através da Líbia.
Foto: Getty Images/J. Mitchell
Consternação mundial
Esta foto chocou o mundo em setembro de 2015: numa praia da Turquia foi encontrado o corpo do menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos. A imagem se espalhou rapidamente pelas redes sociais e se tornou um símbolo da crise dos refugiados. Depois dela, a Europa não podia mais se omitir.
Foto: picture-alliance/AP Photo/DHA
Caos e desespero
Sabendo que a rota de fuga para a Europa seria fechada, milhares de refugiados tentaram desesperadamente entrar em trens e ônibus na Croácia. Alguns dias depois, em outubro de 2015, a Hungria fechou a fronteira e criou campos com contêineres, onde os refugiados seriam mantidos durante a análise de seu pedido de asilo político.
Foto: Getty Images/J. J. Mitchell
Hostilidades
A indignação foi grande quando uma repórter cinematográfica húngara deu uma rasteira num refugiado sírio que corria com um menino no colo. Ele tentava passar por uma barreira policial na fronteira húngara em setembro de 2015. No auge da crise de refugiados aumentavam as hostilidades contra imigrantes, com ataques xenófobos a abrigos de refugiados também na Alemanha.
Foto: Reuters/M. Djurica
Fronteiras fechadas
O fechamento oficial da rota dos Bálcãs, em março de 2016, gerou tumultos nos postos de fronteira, onde milhares de migrantes não puderam mais avançar e houve relatos de violência policial. Muitos, como estes refugiados, tentaram contornar os postos de fronteira entre a Grécia e a Macedônia.
Uma criança ensanguentada coberta de poeira: a fotografia de Omran, de 5 anos, chocou o público em 2016 e se tornou um símbolo dos horrores da guerra civil da Síria e do sofrimento de seu povo. Um ano mais tarde, novas imagens mostrando o menino bem mais feliz circularam na internet. Apoiadores do presidente sírio afirmam que a primeira imagem foi usada para fins de propaganda.
Foto: picture-alliance/dpa/Aleppo Media Center
Em busca de segurança
Um sírio carrega a filha na chuva em Idomeni, entre a Grécia e a Macedônia. Ele procura abrigo na Europa. Segundo o Regulamento de Dublin, o asilo político precisa ser solicitado no primeiro país da União Europeia a que o refugiado chegou. Por isso, muitos que prosseguem viagem são mandados de volta. Por sua localização fronteiriça, Itália e Grécia são os países onde mais chegam refugiados.
Foto: Reuters/Y. Behrakis
Esperança
A Alemanha continua sendo o principal destino dos migrantes, embora a política de refugiados e de asilo do país tenha se tornado mais restritiva após o grande afluxo no final de 2015. Nenhum outro país europeu acolheu tantos refugiados como a Alemanha, que recebeu 1,2 milhão de pessoas desde 2015. A chanceler federal Angela Merkel foi um ícone para muitos dos recém-chegados.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
Miséria nos campos de refugiados
No norte da França, um enorme campo de refugiados, a chamada "Selva de Calais", foi fechado. Durante a evacuação, em outubro de 2016, houve um incêndio no acampamento. Cerca de 6.500 moradores foram removidos para outros abrigos na França. Meio ano depois, organizações de ajuda relataram sobre muitos refugiados menores de idade que vivem como sem-teto em volta da cidade de Calais.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Laurent
Afogamentos no Mediterrâneo
ONGs e guardas costeiras estão constantemente à procura de barcos de migrantes em perigo. Eles preferem atravessar o mar em embarcações precárias superlotadas a viver sem perspectivas na pobreza ou em meio à guerra civil. Só em 2017, a travessia já custou 1.800 vidas. Em 2016 foram registrados 5 mil mortos.
Foto: picture alliance/AP Photo/E. Morenatti
Milhares esperam na Líbia
Centenas de milhares de refugiados da África Subsaariana e do Oriente Médio esperam em campos líbios para atravessar o Mar Mediterrâneo. Muitos estão nas mãos de contrabandistas humanos e traficantes de pessoas. As condições nesses locais são catastróficas, dizem ONGs. Testemunhas relatam casos de escravidão e prostituição forçada. Ainda assim, continua vivo o sonho de chegar à Europa.
Foto: Narciso Contreras, courtesy by Fondation Carmignac