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Áustria rejeita restituir obra de Gustav Klimt

6 de março de 2015

Comissão de especialistas do governo austríaco se nega a devolver "Friso de Beethoven", uma das obras mais importantes do austríaco Gustav Klimt, roubada pelos nazistas de seus antigos proprietários.

Gustav Klimt Beethovenfries
"Friso de Beethoven", pintado por Klimt em 1901Foto: picture-alliance/Rainer Hackenberg

Um dos tesouros artísticos mais preciosos da Áustria deverá permanecer no país, depois que uma equipe de especialistas do governo recusou os pedidos de restituição feitos pelos herdeiros dos antigos proprietários judeus do ciclo de pinturas Friso de Beethoven, de Gustav Klimt (1862-1918).

O Conselho de Restituição de Arte recomendou "por unanimidade não restituir o Friso de Beethoven de Gustav Klimt para os herdeiros de Erich Lederer", afirmou seu presidente, Clemens Jabloner, nesta sexta-feira (06/03), em Viena.

Pintado em 1901, o afresco de 34 metros de comprimento e dois metros de altura é considerado uma peça central do Art Nouveau vienense. Antes de ser roubado pelos nazistas, pertencia à família Lederer.

Depois do final da Segunda Guerra, a família recebeu o friso de volta, mas não estava autorizada a levar a pintura para fora da Áustria. No início dos anos 1970, no entanto, o colecionador Erich Lederer vendeu a obra de Klimt para o governo austríaco por 750 mil dólares.

Devolução de obras de arte

O ponto central da discussão era saber se essa venda foi feita sob pressão. De acordo com a comissão de especialistas, esse não foi o caso, já que deveria haver uma relação mais estreita entre o processo de exportação e a venda da pintura, afirmou Jabloner.

Segundo o presidente do Conselho de Restituição de Arte, no início da década de 1970, Lederer teve a oportunidade de tirar a pintura do país, já que o processo de proibição de exportação ainda não havia sido finalizado.

"Retrato de Adele Bloch-Bauer 1" foi vendido por 135 milhões de dólaresFoto: AP

O advogado de uma parte dos herdeiros afirmou que vai recorrer judicialmente da decisão. "Estamos agora considerando levar o caso para a Corte Europeia de Direitos Humanos ou para os Estados Unidos", afirmou Weber.

Desde que a Áustria aprovou uma lei, na década de 1990, relativa à restituição de um grande número de obras de arte roubadas pelos nazistas, milhares delas foram devolvidas aos devidos herdeiros – inclusive pinturas de grande valor, como obras de Klimt (1862-1918).

O caso recente mais conhecido é o de Maria Altmann. Após longa batalha judicial, a herdeira assegurou a restituição de cinco pinturas de Klimt em 2006. Entre elas, estava o famoso Retrato de Adele Bloch Bauer 1, que foi leiloado mais tarde por 135 milhões de dólares.

CA/afp/dpa

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