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SaúdeÁustria

Áustria volta a ser palco de protestos contra vacinação

11 de dezembro de 2021

Protestos que vêm reunindo milhares em Viena têm sido encorajados por populistas de direita. Plano do governo prevê multas para quem recusar vacina e lockdown para não imunizados.

Wien Demonstration gegen die Corona Maßnahmen
Polícia estimou que mais de 40 mil pessoas participaram de protestos em VienaFoto: Florian Wieser/APA/AFP/Getty Images

Milhares de manifestantes se reuniram neste sábado (11/12) no centro de Viena para protestar contra a vacinação anticovid obrigatória e o confinamento parcial para quem continua a se recusar a tomar a vacina.

Segundo as estimativas da polícia local, cerca de 44.000 pessoas tomaram parte no protesto. Na capital austríaca estavam previstas pelo menos 24 manifestações diferentes. A legenda da direita nacionalista Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) também organizou uma manifestação perto do Palácio de Hofburg.

O presidente FPÖ, Herbert Kickl, tomou parte nos protestos e disse que as manifestações devem continuar até que o governo seja "arruinado". Num discurso, ele classificou o lockdown parcial para os não vacinados como um "ataque à humanidade".

"Não ao fascismo das vacinas", diziam alguns dos cartazes erguidos por manifestantes.

Há uma semana, mais de 40.000 pessoas já haviam tomado as ruas de Viena depois que o governo anunciou um plano de vacinação obrigatória para lutar contra a pandemia.

O governo destacou nesta semana que a medida será aplicada a partir de fevereiro para todos os residentes austríacos maiores de 14 anos (exceto os que estiverem isentos por motivos de saúde).

A vacinação não pode ser imposta pela força, segundo a medida, mas a rejeição em se vacinar terá consequências legais, com uma multa inicial de 600 euros que pode chegar a 3.600 euros (cerca de 22,6 mil reais) caso não seja paga.

Além disso, enquanto o confinamento dos vacinados termina no domingo, os não vacinados continuam proibidos de sair.

Cerca de 69% da população austríaca está completamente vacinada contra a covid-19, o que representa uma das mais baixas taxas de imunização na Europa Ocidental.

Isso se deve ao fato de muitos austríacos serem céticos em relação às vacinas, um posicionamento encorajado pelo Partido da Liberdade da Áustria, o terceiro maior no Parlamento.

Quando as infecções pelo coronavírus registraram recordes três semanas atrás, o governo anunciou um quarto lockdown nacional e afirmou que tornaria a vacinação obrigatória para todos, sendo assim o primeiro país da União Europeia (UE) a anunciar planos nesse sentido.

A incidência de infecções nos últimos sete dias na Áustria caiu durante o lockdown imposto em novembro. Neste sábado, essa cifra estava em 389,9 novos casos por 100 mil habitantes, em comparação com os mais de 1.100 registrados no dia em que o lockdown começou.

Desde o início da pandemia, a Áustria, que tem 8,9 milhões de habitantes, registrou oficialmente 1,2 milhão de casos de covid-19 e 13.076 mortes.

jps (AFP, DW, ots)