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Ban Ki-moon: "É a maior crise de refugiados do nosso tempo"

30 de março de 2016

Secretário-geral da ONU pede que países demonstrem mais solidariedade e acolham mais pessoas em fuga da Síria. Apelo abre conferência sobre tema em Genebra.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Genebra
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em GenebraFoto: Reuters/D. Balibouse

ONU pede mais engajamento na crise dos refugiados

02:35

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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quarta-feira (30/03) que países de todo o mundo acolham mais civis da Síria. A "maior crise de refugiados do nosso tempo", afirmou na abertura de uma conferência das Nações Unidas sobre o tema em Genebra, requer um "aumento exponencial da solidariedade global".

Ban ressaltou que, dos 4,8 milhões de refugiados sírios, até agora apenas 480 mil foram acolhidos fora dos países vizinhos da Síria, um número "relativamente pequeno".

Na conferência, 90 países discutem sobre uma distribuição mais equitativa dos refugiados sírios. Segundo a agência da ONU para refugiados (Acnur), 4,8 milhões de sírios deixaram seu país desde o início da guerra civil, há cinco anos.

A maioria deles está em países vizinhos como Turquia, Líbano e Jordânia. Ban lembrou que o Líbano acolheu mais de um milhão de sírios, a Turquia, mais de 2,7 milhões, e a Jordânia, outros 600 mil. O Iraque abrigou 250 mil, e o Egito, 120 mil.

A ONU quer garantir que pelo menos 10% dos refugiados, cerca de 480 mil pessoas, sejam distribuídas a outros países. Ban afirmou que os países vizinhos da Síria já demonstraram uma "hospitalidade excepcional" e apelou para que outros países "façam mais", argumentando que os refugiados são também "um ganho" para as nações que os acolhem.

"Especialmente em sociedades envelhecidas, eles podem se engajar com novos talentos e novas experiências", disse Ban.

A ideia da Acnur é que países se comprometam a acolher refugiados de outras maneiras, não apenas fornecendo abrigo, mas também concedendo vistos de estudante (como Portugal), reagrupamento familiar (como na Suíça) ou sob a forma de programas humanitários, como os aplicados por nações como Alemanha, Brasil e França.

De acordo com a organização humanitária britânica Oxfam, até agora países ricos receberam apenas uma pequena fração dos refugiados da Síria. Desde 2013, segundo a entidade, apenas 67.100 sírios foram acolhidos pelos países ricos – o correspondente a 1,39% do total de 4,8 milhões de refugiados. Apenas Alemanha, Canadá e Noruega acolheram uma cota acima de média de refugiados sírios.

MD/efe/lusa/afp

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