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"É a maior tragédia para o patrimônio cultural do Brasil"

3 de setembro de 2018

Diretor do Iphan afirma que destruição do Museu Nacional representa perdas históricas e científicas não apenas para o Brasil, mas para o mundo. "Isso é reflexo da falta de priorização da cultura no país", critica.

Incêndio no Museu Nacional
Bombeiros tiveram dificuldades para controlar as chamas que rapidamente avançaram sobre o museuFoto: Imago/Agencia EFE/M. Sayaox

O incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, neste domingo (02/09), entrou para a história como a pior tragédia envolvendo um patrimônio cultural e científico do Brasil, afirmou Andrey Schlee, presidente substituto e diretor de patrimônio material do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Com 200 anos de existência recém-completados, em junho, o Museu Nacional é administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1946. No entanto, o edifício principal, o acervo arqueológico e nove pergaminhos judaicos que estavam no prédio são tombados pelo Iphan. Por isso, a direção do instituto acompanha de perto o desenrolar da tragédia.

"Infelizmente, esta é a maior tragédia para o patrimônio cultural na história do Brasil, e ainda vai demorar para entendermos a real dimensão das perdas históricas e científicas não só para o nosso país, mas para o mundo", afirmou Schlee.

“É uma perda irrecuperável para a ciência mundial”

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De acordo com o diretor, verbas do Iphan no valor de mais de R$ 9 milhões foram destinadas a instituições museológicas no Brasil em 2017, mas a quantia é insuficiente.

"Não é o primeiro acidente que acontece com um patrimônio histórico. Já houve o caso do incêndio no Instituto Butantan, em 2010, e no Museu da Língua Portuguesa, em 2015. Isso é reflexo da falta de priorização da cultura no debate central no nosso país", afirmou o representante do Iphan.

Além do acervo de 20 milhões de peças e documentos, destruídos total ou parcialmente pelas chamas, o Museu Nacional abrigava obras de outras instituições. A direção do Museu Nacional ainda não sabe precisar quais obras resistiram às chamas. Além disso, não há ainda um levantamento sobre quais peças que estavam no museu eram emprestadas de outras instituições.

Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira, o Museu Paraense Emílio Goeldi informou que mais de cem peças arqueológicas haviam sido cedidas para o Museu Nacional.

O museu lamentou a perda e fez críticas a política de corte de investimentos do governo federal. "Não podemos aceitar essas perdas como algo natural. A política de corte de investimentos no setor público nos deixou a todos com os olhos e a boca cheios de cinzas", afirmou a direção do museu Emílio Goeldi.

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