Nunca uma nação havia tido sucesso em sua primeira tentativa de chegar ao planeta. Projeto teve custo de apenas 74 milhões de dólares e fez indianos igualarem feito de Rússia, EUA e Europa.
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A sonda Mangalyaan entrou na órbita de Marte nesta quarta-feira (24/09), convertendo a Índia na quarta potência a conseguir tal feito. O êxito foi anunciado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, que qualificou o momento como "histórico".
"Hoje foi feita história", disse o premiê em meio a aplausos no centro de comando da agência espacial indiana (Isro). "Ousamos nos lançar no desconhecido e alcançamos o quase impossível."
Com a chegada da sonda, a Índia se torna o primeiro país asiático a alcançar Marte, juntando-se ao seleto grupo composto por Estados Unidos, Rússia e Europa.
Essa também foi a primeira vez que uma nação conseguiu chegar a Marte em sua primeira tentativa – e com um orçamento relativamente baixo. O projeto de três anos custou 74 milhões de dólares (178 milhões de reais) – dez vezes menos que os EUA gastaram para enviar a sonda Maven a Marte.
Em seu discurso, o primeiro-ministro indiano ressaltou que o projeto custou menos do que superproduções de Hollywood, como o recente filme de ficção-científica Gravidade.
A Mangalyaan, que significa veículo de Marte, foi lançada no dia 5 de novembro do ano passado – cinco anos após o lançamento da sonda indiana Chandrayaan para a Lua – e percorreu um total de 670 quilômetros em 300 dias.
Nos próximos seis meses, o satélite deverá estudar a superfície, a topografia e a atmosfera do planeta. A missão também vai se concentrar na busca de metano, um dos indicadores da existência de vida.
Menos de 50% de todas as missões internacionais a Marte foram bem-sucedidas, e nenhuma delas havia tido êxito em sua primeira tentativa. Em 2011, por exemplo, a China, que rivaliza com a Índia na corrida espacial, fracassou numa missão semelhante. Em 2003, fora a vez do Japão.
Sonda indiana em Marte
Dia histórico para a Índia: após dez meses de viagem, a sonda espacial Mangalyaan entrou na órbita do Planeta Vermelho – e isso logo na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa/Indian Space Research Organisation
O quase impossível
Tudo correu conforme o planejado: quando a sonda Mangalyaan alcançou a órbita de Marte, nas primeiras horas do dia, os cientistas da organização espacial indiana Isro, em Bangalore, romperam em aplausos. E o primeiro-ministro também aplaudiu: "Hoje fizemos história", disse Narendra Modi. A Índia ousou "se lançar em um novo mundo e alcançou o quase impossível".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh NV
De primeira
Com o feito, a Índia entra para um clube de elite, disse o premiê. Afinal, somente Estados Unidos, Rússia e Europa haviam conseguido chegar a Marte. E, para provar que missões ao planeta vermelho não são tarefa fácil, basta olhar as estatísticas: das 51 realizadas até hoje, 30 falharam. A Índia, por outro lado, conseguiu logo na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh NV
Antes dos chineses
Um dos principais motivos de orgulho para Índia é ter vencido a corrida espacial na Ásia: tanto o Japão quanto a China fracassaram em tentativas anteriores. "Claro que a decisão de enviar uma sonda a Marte também teve motivações políticas", afirmou Rajeswari Pillai Rajagopalan, especialista em política externa da Observer Research Foundation, um think tank de Nova Déli.
Foto: picture-alliance/dpa/Indian Space Research Organisation
Sinais de vida
A Mangalyaan não deverá pousar em Marte. Em vez disso, os instrumentos no interior da sonda de 1.350 quilos deverão estudar a atmosfera e a superfície do planeta enquanto percorrem sua órbita. Assim, talvez eles possam responder se há metano no local, um sinal de que Marte já teria hospedado vida. As expectativas, porém, não são de nenhum resultado desbravador.
Foto: imago/United Archives
Com pouco dinheiro
Financeiramente, a Índia também estabelece novos padrões: a missão custou apenas 74 milhões de dólares (cerca de 178 milhões de reais), o que torna a missão indiana a Marte a mais barata da história. Os baixos custos podem transformar a Índia num forte concorrente na corrida espacial, avalia David Alexander, diretor do instituto espacial americano Rice.
Foto: picture-alliance/dpa
Made in India
Com exceção de alguns componentes eletrônicos, todas as partes da sonda foram projetadas e fabricadas na Índia, um país que está acostumado ao sucesso quando se trata de experiências espaciais. Há cinco anos, os indianos já haviam concretizado uma missão à Lua – também na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa
Parabéns da concorrência
O único porém da missão indiana a Marte: a sonda Maven, da Nasa, entrou na órbita de Marte apenas dois dias atrás. Mas a missão americana custou quase dez vezes mais do que a indiana. A Nasa parabenizou os indianos pelo sucesso.