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PolíticaColômbia

Íngrid Betancourt quer concorrer à presidência da Colômbia

19 de janeiro de 2022

Vinte anos após ser sequestrada pelas Farc, política se lança como opção de "terceira via" na eleição deste ano. Ex-guerrilheiro derrotado em 2018 é favorito nas pesquisas.

Ingrid Betancourt
Betancourt foi mantida seis anos refém pela guerrilha, tendo sido resgatada em julho de 2008Foto: Luisa Gonzalez/REUTERS

A política colombiana Íngrid Betancourt, que foi sequestrada por guerrilheiros e mantida refém por mais de seis anos, anunciou nesta terça-feira (18/01) que participará em março da consulta da Coalizão Centro Esperança para ser candidata à presidência pela segunda vez.

A Colômbia realizará o primeiro turno das eleições presidenciais em 29 de maio, e as pesquisas apontam como favorito o senador esquerdista Gustavo Petro. O ex-guerrilheiro e pré-candidato pelo Pacto Histórico foi derrotado no segundo turno de 2018 pelo direitista e atual presidente Iván Duque.

Betancourt, de 60 anos, disse em entrevista coletiva em Bogotá que quer ser presidente para "quebrar as correntes" que mantêm a Colômbia na corrupção e na violência há décadas. "Quero ser a presidente dos colombianos, para garantir que a riqueza do país vá para as crianças e jovens de quem a guerra tirou o que eles poderiam ser", disse ela.

Após meses de especulação sobre seu futuro político, Betancourt disse ao anunciar sua candidatura que durante décadas a Colômbia "só teve opções ruins, extrema direita ou extrema esquerda", mas que "agora chegou a hora de ter uma opção de centro", que se materializa na Coalizão Centro Esperança.

"Estou aqui para terminar o que comecei, com a convicção de que a Colômbia está pronta para mudar de rumo, para cumprir seu compromisso com a história", disse Betancourt.

Retorno à política

Em 23 de fevereiro de 2002, Betancourt, então candidata presidencial pelo partido Oxigênio Verde, foi sequestrada pelos guerrilheiros das hoje extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) quando visitava a antiga zona desmilitarizada estabelecida para as negociações de paz em San Vicente del Caguán, no departamento de Caquetá, no sul do país.

Ela permaneceu mais de seis anos em cativeiro, até ser resgatada, junto com outros 14 cativos, pelas Forças Armadas em 2 de julho de 2008. Após isso, Betancourt se afastou da política e se estabeleceu na Europa, de onde esporadicamente voltava ao país.

No pronunciamento desta terça-feira, ela fez referência a uma agenda "premente" que inclui "acabar com a fome e transformar o mundo, um mundo com visão de mulher". Ela também exigiu "os direitos dos 51 milhões de colombianos que não encontram justiça" porque vivem em um sistema organizado "para garantir a impunidade".

"Vamos nos unir e transformar a Colômbia a partir de dentro, de nossas entranhas, de nossas emoções, com nossa fé em Deus. Voltaremos a aprender a ser cidadãos livres", prometeu.

O anúncio de Betancourt ocorre depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) restabeleceu o status legal do partido Oxigênio Verde no final do ano passado. A sigla fora deixada no limbo após o sequestro.

Na consulta para escolher o candidato presidencial da Coalizão Centro Esperança, que será realizada em 13 de março junto com as eleições legislativas, Betancourt enfrentará outros políticos de peso. Entre eles, estão o ex-candidato presidencial Sergio Fajardo, o ex-ministro Juan Fernando Cristo, o também ex-ministro Alejandro Gaviria, o senador Jorge Robledo e o ex-senador Juan Manuel Galán.

Betancourt também se torna a segunda pré-candidata à presidência nesta campanha, depois da líder social Francia Márquez, que concorre pelo Pacto Histórico, de esquerda.

md/lf (Efe, AFP)

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