Ômicron deve se tornar dominante na Alemanha em breve
22 de dezembro de 2021
Chefe do Instituto Robert Koch (RKI), Lothar Wieler, alertou que a variante deve predominar no país já em janeiro. De acordo com ministro da Saúde, Karl Lauterbach, quinta onda já é inevitável.
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A variante ômicron do coronavírus, que já responde pela maioria dos casos em países como Reino Unido, Dinamarca e Estados Unidos, deve se tornar a dominante também na Alemanha em poucas semanas.
O chefe do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental alemã para a prevenção e controle de doenças, disse nesta quarta-feira (22/12) que espera que o recente declínio de infecções no país sofra um revés em breve.
Lothar Wieler alertou que a variante ômicron deve se tornar a dominante em meados de janeiro.
"Nos últimos dias, o número de casos diminuiu, mas, infelizmente, isso não é um sinal de abrandamento", disse ele em entrevista coletiva em Berlim. "Precisamos diminuir os números, que ainda são muito altos de casos. (...) O Natal não deve ser a faísca que acende o fogo da ômicron", completou.
Quinta onda
Em reunião na terça-feira, o chanceler federal, Olaf Scholz, e os governadores dos 16 estados alemães concordaram em impor novas restrições, inclusive para vacinados e recuperados, logo após o Natal.
No entanto, o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, afirmou nesta quarta-feira que já não é mais possível evitar uma quinta onda do coronavírus, impulsionada pela ômicron.
"Estamos em uma situação em que, aos poucos, conseguimos controlar a [quarta] onda e com a variante delta", disse ele em Berlim, ao lado de Wieler. "No entanto, esperamos uma quinta com certeza", alertou.
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Importância das vacinas
O ministro disse que as vacinas de reforço são fundamentais na luta contra o coronavírus, com eficácia na prevenção de casos graves em mais de 90%.
Lauterbach também revelou que a Alemanha encomendou 80 milhões de doses de uma vacina específica contra a ômicron, produzida pela BioNTech. No entanto, a entrega não deve ocorrer antes de abril ou maio. Atualmente, a principal vacina usada para o reforço na Alemanha é a da Moderna.
O país encomendou 4 milhões de doses do imunizante da Novavax, aprovado esta semana pela União Europeia.
De acordo com o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, 69,7% dos alemães estão completamente vacinados contra a covid-19, e 32,3% já receberam a dose de reforço.
Nesta quarta-feira, o Conselho de Ética da Alemanha recomendou a ampliação no país da obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 para adultos a partir dos 18 anos.
A Alemanha registrou nesta quarta-feira 45.659 novos casos de covid-19 e 510 mortes em razão da doença. No total, o país contabiliza 6.878.709 infecções e 109.324 óbitos desde o início da pandemia.
le (afp, dpa, reuters, dpa,ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
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A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
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Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine