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ONU: últimos 8 anos podem ser os mais quentes já registrados

6 de novembro de 2022

Relatório da Organização Meteorológica Mundial é preâmbulo sombrio para a Conferência da ONU sobre o Clima no Egito. Derretimento das geleiras e elevação do nível dos oceanos aceleram em ritmo sem precedentes.

Torres de usina de carvão na Alemanha liberando grande quantidade de fumaça
Relatório da ONU alerta que níveis de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera atingiram níveis recordeFoto: Zoonar.com/DesignIt/picture alliance

O aquecimento da Terra e a elevação no nível das águas do mar estão piorando em ritmo mais acelerado do que antes, alertou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) neste domingo (06/11). Essas informações servem como um preâmbulo sombrio no dia da abertura da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP27, no Egito.

Segundo a agência meteorológica da ONU, os últimos oito anos estão prestes a se tornarem os mais quentes já registrados na história, caso se confirmem as projeções para 2022.

Em seu relatório anual, a OMM avalia que o aumento do nível da água do mar na última década foi o dobro do registrado na década de 1990 e, desde janeiro de 2020, vem aumentando em ritmo ainda mais acelerado.

Desde o começo da década, a elevação do nível do mar é de 5 milímetros por ano, em comparação aos 2,1 milímetros observados nos anos 1990.

O relatório da OMM reúne dados recentes de tendências meteorológicas e dos impactos do clima. O diretor da agência, Petteri Taalas, alerta que não há indicadores positivos quanto ao derretimento das geleiras ou sobre a elevação do nível das águas do mar. 

Impacto do clima extremo

Ele avalia que o único motivo pelo qual o mundo não quebrou o recorde anual de temperatura nos últimos três anos foi o fenômeno meteorológico La Niña.

O relatório conclui que os dados sobre o nível do mar e as temperaturas são insignificantes em comparação ao quanto as mudanças climáticas atingiram as pessoas através do clima extremo. 

Como exemplo, o documento menciona, entre outros fenômenos, as enchentes no Paquistão, que deixaram mas de 1,7 mil mortos e 7,9 milhões de desabrigados, e a seca de quatro anos que atingiu o leste da África e deixou mais de 18 milhões de pessoas em situação de fome.

Os níveis de dióxido de carbono e óxido nitroso na atmosfera atingiram níveis recorde, e o de metano aumentou em um ritmo sem precedentes.

"Crônica do caos climático"

A camada de gelo da Groenlândia, assim como as geleiras em todo o mundo, estão encolhendo precipitadamente. O volume da cobertura de gelo na Suíça caiu em mais de um terço entre 2001 e 2022.

Em torno de 90% do calor preso na atmosfera vai para os oceanos, sendo que a camada superior de até 2 mil metros de profundidade está se aquecendo mais rapidamente. O nível desse aquecimento nos últimos 15 anos é 67% mais rápido do quem em 1971, avalia a OMM.

"O último relatório sobre o Estado do Clima Global é uma crônica do caos climático", advertiu o secretário-geral da ONU, António Guterres. "Devemos reagir ao sinal de alerta do planeta com ações climáticas ambiciosas e confiáveis."

rc (AP, AFP)

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