Em 11 de junho de 1817, o alemão Karl Friedrich Drais apresentou seu invento. O veículo era de madeira, não tinha pedais, mas possuía duas rodas, sendo a dianteira dirigível.
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O veículo atingia a velocidade de 15 quilômetros por hora. Seu inventor havia conseguido percorrer 50 quilômetros em "apenas" quatro horas, sendo quatro vezes mais rápido que o meio usual de transporte na época, o correio puxado a cavalos.
A ausência de pedais significava que os "ciclistas" tinham que empurrar a si mesmos com os pés. Mesmo assim, a moda espalhou-se rapidamente pela Europa. Em 1819, já eram feitas apostas em corridas em diversos lugares, como Munique, Paris e Londres.
Karl Wilhelm Friedrich Ludwig Drais nasceu na cidade de Karlsruhe, no sul da Alemanha, em 29 de abril de 1785. Depois de formar-se em Técnica e Agricultura, conseguiu um bom emprego como guarda florestal. Mas como seu interesse pelos inventos era muito maior, seu padrinho, o grão-duque, continuou pagando seus salários enquanto ele se dedicava a suas pesquisas.
Entre as engenhocas que criou, figuram uma máquina para escrever partituras, uma panela de pressão e um carro com quatro rodas. Como não tivesse motor, era impulsionado pelos pés dos passageiros. Seu invento principal, entretanto, foi a "máquina de corrida". Um mês após sua apresentação em público, ela foi usada numa corrida, em julho de 1817, na cidade de Mannheim. O patenteamento aconteceu apenas no ano seguinte.
Invento despertou pouco interesse
O interesse pela sua industrialização, no entanto, foi baixo. Apenas 50 anos depois, com alguns enriquecimentos técnicos que aumentaram seu conforto e sua velocidade, o veículo começou a se popularizar. Com a invenção da roda pneumática pelo médico inglês John Boyd Dunlop, em 1888, a bicicleta assumiu as características que tem até hoje.
A "draisiana", como ficou conhecida a precursora da bicicleta inventada em 1817, tinha duas rodas de madeira. Para o patenteamento, recebeu um assento de mola. Em contrapartida à falta de interesse pela invenção na Alemanha, nos países vizinhos ela foi bem recebida. Na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, tornou-se conhecida como velocípede. Na Inglaterra de 1820, chegou a ser usada de forma experimental pelos correios.
Drais, por seu lado, não teve sorte. Tornou-se alcoólatra e foi transferido para outro parque florestal, onde recebeu a fama de não gostar de trabalhar. Até sua morte, em 1851, continuou aperfeiçoando seus inventos.
A bicicleta completa 200 anos
Em 1817, o barão Karl von Drais fez os primeiros testes com a precursora da bicicleta. Em sua evolução, ela teve diversas formas, algumas até exóticas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Conservatoire du Patrimoine Sportif
A "roda para andar"
O barão Karl von Drais era, na realidade, guarda florestal, mas com enorme talento para física e matemática. Algumas de suas invenções continuaram sendo desenvolvidas por outras pessoas. Como o "carro sem cavalos", que mais tarde se desenvolveria no trole. Seu invento mais importante foi a precursora da bicicleta, a "draisine", que chamou de "máquina de andar".
Foto: picture alliance / -/dpa
Da draisine ao velocípede
A partir da "máquina de andar", o francês Pierre Michaux desenvolveu em 1861 uma bicicleta impulsionada por pedais, chamada "michauline". Seu compatriota Pierre Lallement a aperfeiçoou e patenteou o termo "Velocípede de Lallement". Ele, no entanto, não parecia muito confortável. A tração dianteira exigia esforço e era difícil manter o equilíbrio.
Foto: picture-alliance/Prisma Archivo
A geração seguinte
Em 1870, o inglês James Starley inventou a "Hochrad" (roda alta) Ariel. Graças ao mecanismo de impulsão da enorme roda dianteira, ela andava muito mais rápido, mas também era extremamente instável. Sozinho, não se podia subir nela. E, em caso de acidente, o condutor podia sofrer graves ferimentos.
Foto: picture-alliance/akg-images
Primeira Volta da França
Em 1870, a bicicleta alta foi superada pela "normal", mais baixa, com correia dentada e pneu com câmera de ar. A famosa corrida ciclística Volta da França aconteceu pela primeira vez em Paris em 1º de julho de 1903, com 60 participantes. Entre as etapas estavam Lyon, Marselha, Toulouse, Bordeaux e Nantes. A competição, de 2.428 quilômetros, foi vencida pelo francês Maurice Garin (camisa clara).
Foto: picture-alliance/AP Photo/Conservatoire du Patrimoine Sportif
Irmãos Opel
Nesta foto de 1895 aparecem os filhos do fabricante alemão Adam Opel. Todos eles eram bons ciclistas e tornaram popular a bicicleta da marca Opel. Nos anos 1920, Opel era a maior fabricante de bikes do mundo, ao lado da então já bem-sucedida fabricação de automóveis.
Foto: picture-alliance/akg-images
Correr nas ruínas
Para superar a triste rotina entre as ruínas após a Segunda Guerra Mundial, as pessoas tiveram de ser muito criativas. Não havia muitas possibilidades na Alemanha pós-guerra. Era preciso saber aproveitar o que havia à disposição. Na foto de 1953, crianças e jovens construíram um velódromo em Berlim usando restos dos escombros.
Foto: picture-alliance / akg-images
Por cima do muro
Esta foto foi tirada em Viena. Os homens se apoiam em suas bicicletas para assistir a uma partida de futebol. O mesmo aconteceu em Colônia em 2015 em Colônia, quando a banda AC/DC tocou em um campo. Centenas de pessoas assistiram ao show da cerca, sobre suas bikes.
Foto: picture-alliance/dpa/ASA
Desafio de bike
Para marcar o recorde mundial, o inventor Frank Dose teve de mover com esforço próprio sua "bicicleta" de 1.080 quilos por uma distância de 100 metros. Ele teve a ideia ao conversar com os organizadores do festival de Wacken. Ele fabricou a bike usando sucata e duas rodas de caminhão.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Scholz
Bike de ancinhos
O designer Dieter "Didi" Senft é conhecido por suas bikes exóticas. Seus modelos já lhe renderam vários recordes. Esta peça feita com 111 ancinhos tem quatro metros de comprimento e dois de altura. O dono garante que ela anda.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Como anda isso?
O colecionador de bikes Ulrich Teige éespecializado em bicicletas curiosas. Em seu museu Pedalwelt ele tem riquixás e outros veículos com rodas de tração humana, como esta bike de dois sentidos. Uma pessoa pedala para a frente e a outra, para trás.
Foto: picture-alliance/dpa
Volta ao mundo
Bicicletas de bambu são tão estáveis, que aguentam voltas pelo globo. Karina e Tim Poser (foto) pedalaram de Hamburgo até Chengdu, na China. Estas bikes produzidas por meio de projetos de ajuda social em Gana e na Alemanha andam 12 mil quilômetros praticamente sem panes.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Reinhardt
Para aparecer
Hoje em dia, há bicicletas em várias formas, cores e gostos. Há aquelas em que se anda praticamente deitado, outras são extremamente altas (tallbikes) e há as fatbikes, com pneus absurdamente grossos. Na foto, uma cruiser. Estas bicicletas são especialmente confortáveis e chamam a atenção pelo seu tamanho, e por isso oferecem espaço para propaganda.
Foto: DW/S. Wünsch
Prático para a festa
Um balcão, vários assentos e um barril. Tudo sobre um chassi de bicicleta, impulsionada por até dez pessoas pedalando – e bebendo. Um tem que ficar sóbrio para dirigir no trânsito urbano. Mas, devido às incomodações, muitas cidades alemãs já proibiram este tipo de diversão.
Foto: picture-alliance/dpa
Cinco rodas em Pequim
Aqui mais um exemplo de transformação criativa: nos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim este ciclista acrescentou mais três rodas a sua bike, transformando a bicicleta em símbolo dos Jogos, nas cores dos anéis olímpicos.
Foto: picture-alliance/dpa/Imaginechina
"Nine Million Bicycles"
Durante muito tempo, Pequim foi considerada a capital mundial das bicicletas. Hoje em dia, no entanto, os automóveis dominam as ruas da metrópole chinesa. Mas desde a balada romântica de Katie Melua "Nine Million Bicylces (in Beijing)", de 2005, todos acreditam que a cidade tenha tantas bicicletas.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Klar
Meio de transporte perigoso
Há muitos anos, as cidades são comparadas conforme as facilidades oferecidas a ciclistas. Adis Abeba, na Etiópia, tem o desempenho influenciado por buracos nas ruas, rebanhos de animais e motoristas imprudentes. Mesmo assim, agricultores ousados transportam seus animais de bike. A cidade referência mundial em conforto para ciclistas é Copenhague, na Dinamarca.
Foto: picture alliance / dpa
Bike de fechar
Antigamente, as bicicletas eram dobráveis ao meio. Hoje em dia, são mais leves e já podem ser fechadas e dobradas várias vezes, facilitando o transporte. Muitas pessoas que andam de trem ou ônibus, as usam para encurtar o resto do caminho até o trabalho ou a casa. Uma bicicleta normal exige pagamento de passagem no transporte coletivo, já a dobrável é menor e não exige bilhete.
Foto: picture-alliance/dpa
Bromptonmaniacs
A bicicleta dobrável "Brompton" virou mania não só no Reino Unido, mas também nos Estados Unidos e no Japão. É como uma "Mercedes" entre as bikes dobráveis, pela qualidade e por ser muito rápida. Londres e Nova York têm a cada ano campeonatos mundiais. E não ganha só quem chega na frente, também quem veste a roupa mais original.
Foto: Imago/ZUMA Press
Bike com "ajudinha"
Há vários tipos de bikes com motores elétricos, inclusive as que não exigem nenhum esforço no pedal. Na maioria dos pedelec (Pedal Electric Cycle) o motor aumenta a força feita nos pedais. Há muito tempo, esta bike deixou de ter a fama de só servir a preguiçosos e idosos. O motor também existe para corredores e praticantes de mountainbike.
Foto: Imago/MITO
Casamento sobre duas rodas
Se essa não é uma declaração de amor à bicicleta... Enquanto alguns pagam fortunas por limusines luxuosas para a cerimônia de casamento, este par de noivos parte para a lua de mel de bike em Pequim. Casamentos de bicicleta são cada vez mais usuais, mesmo entre celebridades. A irmã da estrela pop Beyonce, Solange Knowles, e seu noivo, foram de bicicleta branca para o casamento.