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História

1901: Nasce a atriz Marlene Dietrich

27 de dezembro de 2019

Em 27 de dezembro de 1901 nascia Marlene Dietrich. Atriz alemã de renome internacional e símbolo sexual de várias gerações foi acusada pelos nazistas de "traidora da nação" por ter assumido a cidadania norte-americana.

Foto: AP

Marie Magdalene Dietrich nasceu em 27 de dezembro de 1901 em Berlim. Seu pai, Louis Erich Otto Dietrich, era tenente da polícia e a mãe, Wilhelmine, descendia da tradicional família de relojoeiros Felsing. Pouco depois do nascimento da menina, os Dietrich se mudaram para Weimar, mas, após a morte do pai, em 1911, retornaram a Berlim, onde a mãe se casou com o tenente granadeiro Eduard von Losch.

Dietrich como a cantora de cabaré LolaFoto: AP

Já em 1912, a menina adotou o pseudônimo Marlene, a partir da junção de seus dois prenomes. Sua carreira no cinema e no teatro começou com papéis menores, a partir de 1922. Após o casamento com o assistente de produção Rudolf Siebert, em 17 de maio de 1923, e o nascimento da filha, Maria Elizabeth Sieber, em 13 de dezembro de 1924, fez uma pausa de dois anos na carreira.

Em 1929, Josef von Sternberg a contratou para seu filme O Anjo Azul, onde o papel de Lola e a canção Ich bin von Kopf bis Fuss auf Liebe eingestellt (Sou feita para amar, da cabeça aos pés) a consagrariam mundialmente.

Mito Marlene para a eternidade

O sucesso fez com que seguisse Von Sternberg até Hollywood, onde nos cinco anos seguintes ele trataria de eternizar o "mito Marlene". Para o papel em O Jardim de Alá, em 1936, o produtor David Selznick pagou-lhe 200 mil dólares, o honorário mais alto no cinema, até então.

A ascensão ao poder do regime nazista na Alemanha fez com que Dietrich evitasse contatos com sua terra natal. Em 1939, recebeu a cidadania estadunidense. Em 1943, começou com apresentações para as tropas norte-americanas no front.

Em Hollywood, 1940Foto: AP

Os convites do governo alemão para que retornasse ao país foram recusados por Marlene Dietrich, que criticava duramente o fascismo e ajudou a emigrantes judeus. Por seu engajamento, foi condecorada por uma associação de combatentes do front.

Durante o período da guerra, seus filmes não tinham tanto sucesso como antes, até que em 1948 a película A mundana, de Billy Wilders, lhe devolveu o posto de estrela. Em 1950, filmouPavor nos bastidores, dirigido por Alfred Hitchcock.

Em 1953, no Hotel Sahara, em Las Vegas, iniciou uma nova carreira: de cantora. Durante três semanas teve casa lotada. Um ano mais tarde, ganharia o coração dos londrinos, no Café de Paris, e em 1968 faria sucesso na Broadway.

Retorno à pátria

Estátua de Marlene no Museu de Cera de Madame Tussaud de BerlimFoto: picture-alliance/ dpa

Em maio de 1960, faria a primeira visita à Alemanha após o final da guerra, apresentando-se em algumas cidades. Sem se importar com a idade, mas com muita energia, autodisciplina e obsessão pela perfeição, ela criou o mito de one woman show de beleza sensual e atemporal.

Em 1978 protagonizou seu último filme, Apenas um gigolô, no qual contracenou com David Bowie. Após sofrer uma segunda fratura na perna, em 1979, retirou-se completamente da vida artística, refugiando-se em seu apartamento em Paris.

Em 1982, o diretor e produtor austríaco Maximilian Schell quebraria este isolamento para produzir o documentário Marlene, estreado em 1984, no qual apenas se ouve a voz da diva. Sua imagem de femme fatale foi preservada até o final de sua vida, em 6 de maio de 1992, aos 90 anos de idade.

Morte por overdose?

Norma Bosquet, contratada pela cantora e atriz para escrever suas memórias (Nur mein Leben - Apenas minha vida, lançado em 1979) cogitou a possibilidade de a morte ter sido causada por superdose de remédios. Após sofrer dois derrames cerebrais, Dietrich não tinha mais condições de morar sozinha.

Sepultura de Marlene Dietrich em BerlimFoto: picture-alliance/ dpa

"Ela precisava ser transferida para um asilo e ouviu quando conversávamos a respeito", revelou Bosquet. "Ela só era feliz no palco", lembrou a norte-americana, que durante 12 anos visitou Dietrich diariamente em seu apartamento parisiense.

Apesar de sempre ter amado Berlim, Marlene nunca foi bem aceita na capital alemã, por ter emigrado para os EUA após a ascensão dos nazistas, e cantado para as tropas aliadas trajando um uniforme norte-americano.

Dez anos após a morte, a diva alemã recebeu o título de cidadã benemérita da capital alemã, numa cerimônia em que foi representada por seu neto, Peter Riva. Ele lembrou que durante muito tempo Dietrich sentiu raiva de Berlim, mas que esta teria passado com a queda do Muro, em 1989. Por isso, seu desejo foi ser sepultada em sua cidade natal, ao lado da mãe.

(rw/rsr)

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