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História

1913: Alemão ganha a patente do PVC

Carsten Heinisch (am)4 de julho de 2020

No dia 4 de julho de 1913, o químico alemão Fritz Klatte recebeu o certificado para o patenteamento de cloreto de polivinil (PVC). Sua produção em escala industrial, entretanto, começou apenas dez anos depois.

Fritz Klatte
Foto: Hoechst AG

Em algumas fontes de pesquisa, Fritz Klatte é registrado como o "precursor da era da matéria plástica", mas a sua biografia e as suas invenções permanecem sem menção. 

 Fritz Klatte nasceu na cidade alemã de Diepholz em 1880, onde se tornou ajudante de farmacêutico, depois de concluir a escola. Posteriormente, formou-se em Farmácia e em Química.

Em 1908, logo após seu doutoramento, começou a trabalhar em pesquisa química num laboratório industrial. Foi quando fez uma descoberta que mudaria definitivamente a vida de todos nós: ele inventou a matéria plástica  – cloreto de polivinil, o PVC.

A partir do acetileno 

Klatte começou pesquisando o gás acetileno, usado hoje quase exclusivamente para soldagens. Na época, porém, o acetileno era uma substância básica na técnica química.

O trabalho de Klatte tornou-se científica e economicamente interessante a partir de 4 de julho de 1913, quando lhe foi concedida a patente para um "processo de fabricação de produtos tecnicamente valiosos de ésteres de vinil". As substâncias básicas para a produção do novo material eram o acetileno e o gás cloro.

Com essa patente começou a era do plástico. Ela descreve pela primeira vez a fabricação de uma nova matéria de substâncias sintéticas, através da polimerização. Com a utilização de artifícios técnicos, as moléculas de estrutura simples dos gases iniciais são levadas a unir-se em moléculas cada vez maiores. Assim, a partir do cloro e do acetileno, forma-se a substância cloreto de vinil, da qual se produz então o cloreto de polivinil (PVC), através da polimerização.

Embora dezenas de toneladas anuais do novo material já fossem produzidas durante a Primeira Guerra Mundial e o requerimento de patente de Klatte mencionasse inúmeras aplicações possíveis para a substância, o PVC não foi desde o início o plástico de uso versátil como o conhecemos hoje.

Ele foi utilizado, no começo, principalmente para a eliminação do gás cloro, altamente tóxico, que surgia como resíduo na produção de soda cáustica, uma importante substância técnica.

Imagem negativa 

Hoje, o PVC já não é mais utilizado para a eliminação do cloro. A imagem negativa da matéria plástica original decorre do fato de que, quando queimada, ela libera o gás cloro, extremamente cáustico, podendo produzir um outro gás – a dioxina, ainda mais tóxico.

Além disso, não são ecologicamente inócuos os metais pesados que têm de ser adicionados à massa em produção, para que ela possa ser melhor trabalhada e para que o plástico final fique mais elástico.

Apesar de tais aspectos negativos, o PVC tem muitas propriedades úteis e é de produção barata. 

Fritz Klatte não viveu para assistir à ascensão do PVC como material de aplicação em massa. Em 1917, ele contraiu tuberculose e passou vários anos em diversos sanatórios. Com as atribulações da Primeira Guerra Mundial, a sua empresa deixou de lado o trabalho com os polímeros. A patente caducou.

A partir de 1930, o estado de saúde de Klatte piorou cada vez mais. Ele morreu em 1934, num sanatório nas proximidades da cidade de Klagenfurt.

Enquanto o PVC espalhava-se mais e mais no nosso mundo moderno, seu inventor Fritz Klatte caiu no esquecimento. Só muito tempo depois é que ele recebeu uma homenagem, através de uma placa fixada na casa onde nasceu e que o denomina de "pioneiro da química dos plásticos". A placa, como não poderia deixar de ser, era de PVC.