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HistóriaAlemanha

1922: "Canção dos Alemães" se torna hino nacional

Wolter von Tiesenhausen (ms)

No dia 11 de agosto de 1922, a composição de Joseph Haydn e August von Fallersleben foi elevada à condição de hino nacional pelo primeiro presidente da República de Weimar, Friedrich Ebert.

Melodia e letra do hino nacional da AlemanhaFoto: DHM

Em 1841, o poeta e professor de Literatura August Heinrich Hoffmann von Fallersleben escreveu Das Lied der Deutschen (A canção dos Alemães) sobre uma melodia de Joseph Haydn, o Hino do Imperador, dedicado a Francisco 2º. Mais tarde, Haydn reutilizaria essa melodia no segundo movimento de seu Quarteto opus 76 nº 3, "Imperador".

Von Fallersleben criou seu texto durante o exílio na Ilha de Helgoland, então sob domínio inglês. Ele ouvia serem entoados hinos em homenagem a diversos países, menos à Alemanha.

Ferido em seu patriotismo, o poeta decidiu compor um poema que enaltecesse sua pátria. Os versos de orgulho tornaram-se rapidamente populares, e August von Fallersleben recebeu do governo quatro moedas de ouro em reconhecimento.

O refrão "Alemanha, Alemanha acima de tudo, acima de tudo no mundo..." foi frequentemente interpretado como uma arrogância nacionalista, embora a letra tenha sido escrita à época da desagregação política da Alemanha, e visava, antes, expressar o anseio do povo por uma pátria unida.

Texto polêmico

No dia 11 de agosto de 1922, o primeiro presidente da República de Weimar, o social-democrata Friedrich Ebert, elevou a Canção dos Alemães à condição de hino nacional. Os nazistas, que tomaram o poder 11 anos mais tarde, reduziram o hino à primeira estrofe, e adicionaram seu brado de guerra "Bandeiras ao alto, cerrar fileiras...".

Austríaco Joseph Haydn (1732-1809) é autor da melodia utilizada no hino alemãoFoto: dpa

Quando, em 1945, as bandeiras foram recolhidas e a Alemanha estava em ruínas, havia coisas mais importantes a fazer do que pensar no hino nacional. A luta diária pelo pão e a busca de moradia e emprego eram as principais preocupações do povo. O sentimento de culpa e vergonha pelas atrocidades nazistas também impediam qualquer sentimento patriota.

Somente após o período mais crítico do pós-guerra é que o hino nacional voltou a ser assunto no país. O primeiro presidente da República Federal da Alemanha, Theodor Heuss, optou por novos caminhos e pediu que compositores e poetas apresentassem sugestões de hinos. Apesar do envio de diversas músicas, a população não acreditava que esse fosse o melhor meio para resolver a questão.

Renascimento em 1952

Um acontecimento externo foi o estopim para a solução do problema. Quando a equipe alemã de atletismo venceu um torneio em 1951 na Suécia, a orquestra tocou a Canção dos Alemães na solenidade de entrega das medalhas.

Em 1952, Heuss enviou uma carta ao chanceler federal Konrad Adenauer, solicitando que a música de Joseph Haydn fosse novamente reconhecida como o hino nacional. O premiê alemão, por sua vez, determinou que apenas a terceira estrofe do texto de Von Fallersleben fosse cantada em solenidades oficiais.

"Unidade e direito e liberdade para a pátria alemã! Vamos todos buscar este ideal fraternalmente, com coração e mãos! Unidade e direito e liberdade são o penhor da felicidade. Floresce na luz desta felicidade! Floresce, pátria amada!"

Após a reunificação das Alemanhas Ocidental e Oriental, a canção foi mantida como hino nacional.

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