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História

28 de dezembro de 1925

Hildegard Knef nasceu no dia 28 de dezembro de 1925. Ela é considerada uma das mais importantes atrizes alemãs da cinematografia pós-guerra. Além disso, teve uma bem-sucedida carreira como cantora e autora de livros.

Hildegard Knef em cena do filme "Die Sünderin" ("A pecadora") de 1950
Hildegard Knef em cena do filme "Die Sünderin" ("A pecadora") de 1950Foto: ullstein - Thomas & Thomas

Durante mais de 50 anos, Hildegard Knef brilhou e foi consagrada como uma das poucas atrizes a projetar no mundo o show-business e o cinema da Alemanha.

Porém sua vida esteve bem longe de ser um mar de rosas: quando jovem, foi rejeitada pelo padrasto; adoeceu gravemente 56 vezes; superou dois casamentos mal-sucedidos; serdeu toda a fortuna e conheceu a pobreza. Como atriz, viveu momentos de glória e fracasso.

Carreiras variadas

Hildegard Knef nasceu no dia 28 de dezembro de 1925 em Ulm, no sudoeste da Alemanha. Aos 18 anos, queria ser pintora e batalhou por uma bolsa de estudos, contrariando a vontade da mãe.

Mais tarde, conseguiu o financiamento para estudar dramaturgia, deixando a genitora ainda mais indignada. Começou a carreira como desenhista de filmes animados. Depois, passou a freqüentar a escola de cinema de Babelsberg, em Berlim.

Quando finalmente estreou no cinema, eclodiu a Segunda Guerra Mundial. A capital alemã transformou-se num inferno. Em meio à cidade bombardeada, conheceu seu primeiro marido, Kurt Hirsch, que a levou para os Estados Unidos.

Nudez escandalosa

O empurrão decisivo em sua carreira foi o primeiro filme alemão do pós-guerra: Die Mörder sind unter uns (Os assassinos estão entre nós), de Wolfgang Staudte, em 1946.

Em 1950, aceitou o papel de modelo para estudantes de desenho, no longa Die Sünderin (A pecadora), de Willi Fort. Sua atuação teve grande repercussão, principalmente por uma breve cena de nudez, um escândalo para a época.

A atriz sofreu com a moral vigente, foi discriminada a ponto de não poder mais frequentar restaurantes e outros lugares públicos. A situação tornou-se insuportável, obrigando-a a sair do país. Em Hollywood, foi bem recebida: afinal, era uma estrela internacional, justamente graças ao filme que tanta polêmica gerara na Alemanha.

A cantora que não sabia cantar

Por sua atuação em Decisão antes do amanhecer (Decision before dawn, 1951), de Anatole Litvak, cogitou-se indicá-la para o Oscar. Os chefões de Hollywood, entretanto, não puderam admitir tanto sucesso para uma alemã, tão logo após o término da guerra.

Em 1954, Hildegard foi procurada por Cole Porter, que queria vê-la no musical da Broadway Silk stockings. A atriz alegou que não sabia cantar, mas acabou cedendo à insistência do compositor norte-americano.

Enquanto o musical era um sucesso, sua vida pessoal mergulhava em crise. Separou-se de Hirsch, casando-se com o ator norte-americano David Cameron. A segunda separação lhe custou toda a fortuna. Para ela e a filha Tinta, isto significou um recomeço, do zero. E desta vez, como cantora.

Figura cult

Ao completar 75 anos, no ano 2000, Hildegard provou que era capaz de dar a volta por cima. Casada com Paul Schell, 20 anos mais novo, ela comemorou uma carreira de glórias e muita luta com o lançamento do CD 17mm. Assim rompia 20 anos de silêncio discográfico e fazia jus a sua filosofia pessoal: "Jamais desistir".

Hildegard Knef faleceu em Berlim aos 76 anos de idade, em 1º de fevereiro de 2002. Há anos, ela vinha lutando com o câncer e uma severa moléstia das vias respiratórias.

As numerosas aparições "como ela mesma" – inclusive num filme sobre Marlene Dietrich de 2000 –, e o sucesso de seus livros autobiográficos provam o status cult alcançado por Hildegard Knef. (cm/ms/av)