1927: Introdução do salário-desemprego na Alemanha
Com seus 275 parágrafos, a lei sobre mediação de vagas e seguro-desemprego representou uma das principais conquistas sociais durante a República de Weimar, na Alemanha. Segundo conta o sindicalista e perito em mercado de trabalho Wilhelm Adamy, tratou-se de um processo contínuo de apoio do Estado aos cidadãos.
Este processo começou depois da Primeira Guerra Mundial, em que a situação dos desempregados, principalmente dos ex-soldados, passou a ser vista não como um problema individual, mas como responsabilidade social. Com a nova lei, o apoio ao desempregado deixava de ser benemerência para virar direito.
Criar fundo de reserva
No ano de 1927, a República de Weimar ainda não enfrentava problemas com o desemprego em massa. Por isso, os "apenas" 633 mil desempregados não representavam grande peso para os cofres públicos. Pensava-se até em economizar para um fundo de reserva para eventuais tempos de vacas magras. Não deu tempo.
Com a derrocada da economia mundial no início dos anos 30, em pouco tempo o número escalou para seis milhões de pessoas sem ocupação na Alemanha. Em 1932, a situação atingiu tal ponto que poucos desempregados ainda recebiam apoio financeiro.
Wilhelm Adamy cita o seguinte exemplo (real) de um pai de sete crianças: depois de perder o bom emprego que tinha, ele passou a receber 15,85 reichsmark por semana de seguro-desemprego.
Descontadas todas as despesas, como três marcos de aluguel, 70 centavos do gás e 50 centavos da prestação numa loja, sobravam em média 8,20 reichsmark por semana.
Dava para pão, batata e três arenques (o peixe mais barato) por pessoa ao mês. Com a ascensão dos nazistas ao poder, em 1933, o problema do desemprego começou a ser lentamente superado pelo boom da indústria bélica.