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História

1933: UFA demitia funcionários judeus

Michael Marek (rw)

No dia 29 de março de 1933, a direção da produtora alemã de filmes UFA demitia funcionários judeus, causando o segundo grande êxodo de artistas alemães para o exterior.

Logo UFA
Foto: picture-alliance/ZB

"A arte é livre e deve continuar livre, mas tem de se adaptar a certas normas!" Essa frase foi dita pelo ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, pouco depois da ascensão dos nazistas ao poder, num pronunciamento a lideranças da produção cinematográfica alemã. Não demorou para que as "normas" ficassem claras: a demissão de trabalhadores de origem judaica e de todos que não concordassem com o regime.

Logo depois do discurso, Goebbels conversou com Ludwig Klitysch, o diretor da principal produtora alemã, a Universum Film AG (UFA). Pouco tempo depois, a empresa demitiu seus funcionários judeus, obrigando-os a procurar emprego além-mar para fugir da perseguição nazista.

A serviço do regime

Entre os atingidos estavam Erik Charell, diretor do filme Der Kongress tanzt (O Congresso Dança), Erich Pommer, Elisabeth Bergner, Conrad Veidt e Fritz Kortner. Como nenhum outro, Goebbels havia reconhecido a importância do filme como instrumento cultural. Em setembro do mesmo ano, a Câmara do Filme foi incorporada pela recém-criada Câmara da Cultura do Reich. A filiação de todos os artistas era obrigatória, só seus membros podiam exercer a profissão.

Dessa maneira, o regime nazista pôde impedir muitos artistas de subir ao palco, simplesmente rejeitando a filiação à Câmara. Como em todos os demais setores da vida alemã, também os bens das empresas judaicas foram confiscados pelo regime de Hitler. Cinco mil produtores de filmes, principalmente judeus, mas também dissidentes políticos, foram pressionados a deixar seus trabalhos.

Apesar do grande êxodo de artistas alemães em 1933 e anos seguintes, muitos artistas, técnicos e cineastas permaneceram no país, subjugando-se e ajudando a fortalecer o regime totalitário. Depois da guerra, em 1945, muitos não reconheceram isso e rejeitaram as críticas da opinião pública, que os acusou de colaboracionismo.

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