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HistóriaAlemanha

1945: Capitulação de Berlim na Segunda Guerra Mundial

Doris BulauPublicado 2 de maio de 2015Última atualização 2 de maio de 2020

Em 2 de maio de 1945, emissoras britânicas de rádio interromperam sua programação para anunciar o fim da guerra: "Berlim caiu. O marechal Josef Stalin acaba de anunciar a ocupação completa da capital da Alemanha."

O Reichstag, em Berlim, sede do governo alemão, foi fotografado em julho de 1945, dois meses após o fim da Segunda Guerra, e está totalmente destruído e queimado.
O Reichstag, em Berlim, sede do governo alemão, fotografado em julho de 1945, dois meses após o fim da Segunda GuerraFoto: Usis-Dite/Leemage/picture alliance

Dois anos após o início da Segunda Guerra Mundial, em outubro de 1941, as Forças Armadas alemãs haviam chegado até poucos quilômetros de Moscou, mas não conseguiram ocupar a capital da então União Soviética. Em 22 de abril de 1945, o ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, declarava Berlim como "frente de batalha". Onze dias depois, a capital alemã estava em poder do Exército Vermelho.

No dia 2 de maio de 1945, emissoras britânicas de rádio interromperam sua programação com o anúncio do fim da guerra: "Berlim caiu. O marechal Josef Stalin acaba de anunciar a ocupação completa da capital da Alemanha, Berlim, a capital do imperialismo germânico e da agressão."

A ofensiva soviética em direção a Berlim começara em janeiro de 1945. No dia 12 daquele mês, o Exército Vermelho preparou sua ofensiva no rio Vístula. Uma semana depois, soldados soviéticos pisavam em solo alemão.

O regime de Hitler mobilizou suas últimas forças, sob o lema "lutar até o último homem, vencer ou morrer". Implorando, a propaganda nazista apelava ao espírito de civismo: os soldados precisavam de tudo nas frentes de batalha, de roupas e cobertores a alimentos e dinheiro. Os últimos reservistas foram convocados para a guerra.

As tropas soviéticas avançavam rapidamente. Em pouco tempo, chegaram ao Rio Oder (hoje fronteira entre Alemanha, Polônia e República Tcheca), a 60 quilômetros de Berlim. Desesperados, os habitantes da capital alemã tentavam se esconder em abrigos antiaéreos ou fugir. O sonho da vitória final de Hermann Göring tornava-se cada vez mais distante.

Apelo à nação

A 30 de janeiro de 1945, Hitler fizera seu último discurso público: "Espero que os habitantes das cidades forjem as armas para a guerra; que os agricultores, com o maior sacrifício possível, forneçam o pão para os soldados e operários dessa luta. Espero que as mulheres e meninas continuem apoiando essa batalha com o mesmo fanatismo demonstrado até agora. Apelo à juventude alemã confiante", disse.

Adolescentes de 12 anos e homens idosos ainda foram mandados para o front nos últimos dias de abril para a mais terrível batalha da guerra. Mas eles não tinham condições de resistir ao Exército Vermelho, fortemente armado.

A 20 de abril, os primeiros disparos dos soviéticos atingiram a cidade de Berlim, enquanto Adolf Hitler festejava seu aniversário com a cúpula do regime nazista. Poucos dias depois, a artilharia soviética chegava à periferia da capital alemã e declarava estado de sítio.

Os dirigentes do governo alemão não apareciam mais em público. Surgiram os primeiros panfletos de grupos de resistência na capital do Terceiro Reich. O patriotismo alemão já se esfacelava fazia tempo. Gradualmente, as unidades do Exército Vermelho foram tomando a cidade. Muitos moradores fugiram em pânico, mas havia também a esperança de ver a Alemanha livre da loucura nazista.

No dia 30 de abril, o Reichstag, sede do Parlamento alemão, foi tomado pelas tropas soviéticas. No centro da cidade, lutava-se por cada quarteirão. Roubos, saques e violações sexuais – embora expressamente proibidos por Moscou – também marcaram a vitória soviética.

Terminada a batalha de Berlim, Adolf Hitler e Joseph Goebbels se suicidaram. Poucas horas antes, Hitler ainda nomeara o almirante Karl Dönitz para sucedê-lo no cargo.