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HistóriaAlemanha

1945: Soviéticos fecham cerco a Berlim

Gerda GerickePublicado 25 de abril de 2015Última atualização 25 de abril de 2020

No dia 25 de abril de 1945, o Exército russo cercou a capital alemã. Nazistas fanáticos, no entanto, resistiram contra os Aliados.

Vista aérea de Berlim em 20 de maio de 1945: destruída pela guerra
Vista aérea de Berlim em 20 de maio de 1945: destruída pela guerraFoto: Imago

A Segunda Guerra Mundial partiu de Berlim, no verão europeu de 1939. Cinco anos e meio mais tarde, o conflito atingiu a cidade com todo o furor. Na batalha decisiva pela capital alemã, o Exército Vermelho dispunha de 2,5 milhões de soldados, 41.600 canhões, 6.300 tanques e 7.500 aviões para enfrentar menos de 100 mil soldados nazistas recrutados na última hora. Nessas circunstâncias, a defesa da capital do Terceiro Reich não tinha qualquer perspectiva. Apesar disso, foi dada a ordem estrita de defender Berlim "até o último homem e o último cartucho".

Os fanáticos nazistas ocultavam a verdade. O governo em Berlim ignorava a realidade política e agia de modo irracional e absurdo. A guerra provocada pela Alemanha já custara a vida de quase 55 milhões de pessoas, e a Europa estava arrasada. Ainda assim, o ministro alemão da Propaganda, Joseph Goebbels, ousou transformar as vítimas em culpados, pouco antes da última defensiva. "A guerra se aproxima do seu fim. A loucura que as potências inimigas trouxeram para a Humanidade ultrapassou o seu cume, provocando em todo o mundo um sentimento de vergonha e nojo."

No dia 21 de abril de 1945, os primeiros batalhões soviéticos chegaram à periferia nordeste de Berlim. Pouco depois, a artilharia abriu fogo contra os prédios do governo. Outras tropas avançavam do sudeste. Em 23 de abril, os bondes pararam de circular. No dia seguinte, a capital recebeu um novo comandante militar, Helmuth Weidling. "Berlim não dispunha sequer de uma unidade regular, à exceção do regimento Grande Alemanha e de uma brigada da SS, que protegia a chancelaria imperial", contou um general em seu livro de memórias.

A foto célebre, de maio de 1945, de soviéticos hasteando sua bandeira sobre BerlimFoto: AP

Segundo ele, a capital alemã dispunha de munição e mantimentos para 30 dias. Mas, como os depósitos estavam situados na periferia, o abastecimento tornou-se cada vez mais difícil à medida que as tropas russas fechavam o cerco. "Nos dois últimos dias de combates, não tínhamos mais alimentos nem munição", escreveu o general. No dia 25 de abril de 1945, fechou-se o cerco. A "guerra total", anunciada dois anos antes por Goebbels no Palácio dos Esportes, chegara a Berlim.

Enquanto as tropas soviéticas avançavam rapidamente, os nazistas faziam uma operação pente fino e enforcavam supostos desertores nos postes de luz da cidade. Jovens de dez anos de idade eram obrigados a enfrentar tanques do Exército Vermelho, escondidos atrás de caminhões de mudança transformados em carros de combate. No dia 25 de abril, soldados soviéticos e americanos encontraram-se em Torgau, às margens do Rio Elba, para demonstrar ao mundo que o império de Hitler estava derrotado, e que os Aliados haviam vencido.

Os russos tomavam Berlim, rua após rua, casa após casa. Somente no lado alemão, essa absurda batalha final causou mais mortes do que todos os bombardeios à cidade. De acordo com o primeiro comandante soviético na cidade, o general Bersarin, "os Aliados despejaram 65 mil toneladas de bombas e nós usamos 40 mil toneladas de granadas em Berlim". Pode haver exagero nos números, mas eles dão uma ideia da devastação.

Cinco dias após ter sido fechado o cerco a Berlim, Hitler se suicidou na chancelaria imperial, no dia 30 de abril de 1945. Mesmo assim, a guerra não havia terminado. O almirante Karl Dönitz (1891-1980) assumira o comando.

Menos de 48 horas após o suicídio de Hitler, o comandante Weidling ordenou o fim dos combates na capital. O Exército Vermelho hasteou a bandeira soviética sobre o Reichstag, sede do parlamento alemão. Era o fim da guerra em Berlim e, seis dias depois, em toda a Alemanha. O regime nazista capitulou incondicionalmente diante dos Aliados.