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1949: Primeira Feira do Livro de Frankfurt

Publicado 18 de setembro de 2012Última atualização 18 de setembro de 2021

A principal feira do mercado livreiro do mundo abriu suas portas pela primeira vez em 18 de setembro de 1949, em plena época de reestruturação econômica da Alemanha. O país renascia das cinzas após a guerra.

Foto histórica com pessoas paradas em frente a estantes de livros
Visitantes da feira em 1949Foto: picture-alliance/R. Koll

Desde o tempo de Gutenberg, Frankfurt é considerada a capital europeia do livro. Mesmo assim, por razões políticas, a feira do livro, que tradicionalmente ocorria nessa cidade, foi transferida no século 18 para Leipzig, no leste do país.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a divisão da Alemanha, em 1949 Frankfurt voltou a ser instituída como sede do grande evento cultural.

Outro aspecto relevante para a escolha de Frankfurt como centro das atenções literárias foi a mudança de grandes editoras alemãs – como a Suhrkamp, a Insel e a Brockhaus – para o oeste alemão.

Assim como os demais setores econômicos, a indústria editorial enfrentava grandes dificuldades nos primeiros anos depois da 2ª Guerra. Todo o país estava sendo reconstruído e, com isso, o poder aquisitivo era bastante restrito. Justamente por dispor de pouco dinheiro, o consumidor preferia gastar em alimentos e vestuário.

Sebastião Salgado recebeu o Prêmio da Paz em 2019 Foto: Imago-Images/epd/H. Lyding

Mesmo com todas as dificuldades, a primeira feira, realizada na Igreja de São Paulo (Paulskirche), teve mais de 200 expositores, já com representantes internacionais. Ela durou seis dias e recebeu cerca de 15 mil visitantes.

Consagração da Feira de Frankfurt

No ano seguinte, a Associação do Comércio Livreiro Alemão instituiu o Prêmio da Paz, numa tentativa de "conciliação da Alemanha com o mundo, após as atrocidades cometidas pela ditadura nazista". O primeiro agraciado, em 1950, foi o escritor Max Tau. Em 2019, o agraciado foi o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. 

Na sua quinta edição, em 1953, o número de participantes estrangeiros já era maior que o de alemães, consagrando a Feira do Livro de Frankfurt como ponto de encontro da literatura mundial. Ao mesmo tempo em que cresce sua importância econômica, ela se tornou também em plataforma de discussão cultural, oferecendo uma série de atividades paralelas.