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HistóriaAlemanha

1954: Alemanha convidada a ingressar na Otan

Felix Steiner (rw)Publicado 23 de outubro de 2013Última atualização 23 de outubro de 2020

Em 23 de outubro de 1954, a Alemanha foi convidada a entrar na Aliança Atlântica, o que acabou se concretizando em 9 de maio do ano seguinte.

NATO Hauptquartier in Belgien Brüssel
Foto: picture-alliance/dpa/D. Waem

Em abril de 1949, quando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi criada em Washington, não se imaginava que a Alemanha, então recém-derrotada na guerra, algum dia entraria para a aliança militar.

Quatro anos após o final da Segunda Guerra Mundial, o medo que se tinha da Alemanha no exterior era muito maior do que o temor em relação à União Soviética. Principalmente a França assistiu com ceticismo à criação da República Federal da Alemanha, cujo rearmamento parecia inconcebível para os vizinhos ocidentais.

Alemanha, aliada estratégica

Em junho de 1950, o início da Guerra da Coreia fez crescer entre britânicos e norte-americanos o medo de que o comunismo se expandisse também a partir da Europa do Leste. Ambos defendiam a tese que a Alemanha Ocidental seria uma aliada estratégica.

Como a Alemanha fosse um país dividido e estivesse ocupada pelas potências vencedoras da guerra, o então chefe de governo alemão, Konrad Adenauer, viu na militarização a chance de o país ter restabelecida sua soberania.

A França acabou cedendo à pressão dos Estados Unidos e do Reino Unido, mas fez uma contraproposta: soldados alemães não defenderiam o país, mas integrariam um contingente europeu, chefiado por um ministro da Defesa europeu. Consolidou-se, desta forma, a ideia da Comunidade Europeia de Defesa.

As negociações com a França, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda progrediram rapidamente e, em maio de 1953, foi assinado em Paris o acordo da Comunidade Europeia de Defesa. A questão do rearmamento da Alemanha, entretanto, foi acompanhada por grande debate interno.

Armamento, um tema altamente controverso

O Partido Social Democrata (SPD) acusava o chanceler federal Konrad Adenauer, da União Democrata-Cristã (CDU), de trair o sonho da reunificação alemã, já que a Alemanha Oriental era administrada pela União Soviética, "a ameaça comunista". A celeuma acabou levando, inclusive, à renúncia do ministro do Interior, Gustav Heinemann, e à sua saída da CDU.

Apesar dos acalorados debates políticos e das várias manifestações dentro do país, o Parlamento aprovou a criação da Comunidade de Defesa. A ideia foi barrada pelo país que a iniciara: a França. A Assembleia Nacional rejeitou o projeto em agosto de 1954. Como a Guerra da Coreia já tivesse acabado, os franceses não acharam oportuno abrir mão de direitos em prol dos interesses das nações vizinhas.

Mesmo assim, Paris não conseguiu evitar que, a 23 de outubro de 1954, por sugestão americana, a Alemanha fosse convidada a ingressar na Otan (que havia sido criada em 1949). Com a entrada oficial na aliança atlântica, em maio de 1955, a Alemanha passava a ser reconhecida formalmente como nação soberana.

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