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HistóriaBolívia

1967: Che Guevara é morto na Bolívia

Publicado 9 de outubro de 2014Última atualização 9 de outubro de 2019

No dia 9 de outubro de 1967, tropas da Bolívia mataram o líder revolucionário Ernesto Che Guevara. Companheiro de Fidel Castro, sonhava em estender a revolução cubana para todo o continente latino-americano.

Rosto de homem com cavanhaque
Ernesto Che Guevara em 1965Foto: picture-alliance/akg-images

Ernesto Guevara de la Serna nasceu em 14 de junho de 1928, em Rosário, na Argentina. Proveniente de família de classe média alta, formou-se em Medicina na Universidade de Buenos Aires, em 1953. Foi o primogênito dos cinco filhos de Ernesto Lynch e Celia de la Serna y Llosa.

Como Ernesto sofresse de asma, sua família mudou-se várias vezes, em busca de um clima melhor. Guevara cresceu em Alta García, na região serrana de Córdoba. Sua doença o prendeu várias vezes à cama, onde tomou gosto pela literatura clássica universal.

Convencido de que a revolução era a única forma de acabar com as desigualdades sociais existentes na América Latina, foi para o México em 1954, onde juntou-se a um grupo de exilados cubanos liderado por Fidel Castro.

Sua adolescência foi marcada pela Guerra Civil Espanhola e, depois, pela Segunda Guerra Mundial. Também se dedicou intensamente ao esporte. Em Córdoba, aprendeu a jogar rúgbi, tênis, golfe e se dedicou à natação.

Em 1946, a família voltou a estabelecer-se em Buenos Aires. Embora pretendesse estudar Engenharia, decidiu-se pela Medicina depois de assistir à morte da avó, a quem era muito ligado.

Intelectual e andarilho

O jovem atrevido e desleixado consigo mesmo percorreu diversas vezes como mochileiro vários países latino-americanos. Após concluir o curso universitário, com 25 anos, partiu para a Venezuela e depois à Bolívia.

Fez contato com exilados no Peru e ligou-se ao regime pró-comunista da Guatemala. No final de 1953, com 26 anos, é admirador da URSS e deseja unir-se a um partido comunista de qualquer país que seja. Na Guatemala, nação que passava por grande reforma, conduzida pelo presidente Jacobo Arbenz, conheceu Hilda Gadea, militante política peruana, que mais tarde se tornaria sua esposa.

Como não conseguisse exercer a medicina, viveu da venda de enciclopédias de porta em porta. Quando o governo comunista da Guatemala foi derrocado (1954), seguiu para o México. Por causa de sua atuação sindical, Che fora informado de que corria perigo e asilou-se na embaixada argentina. Hilda chegou a ser detida, para ser libertada em seguida. Ambos conseguiram deixar legalmente o país e foram para o México, onde se casaram em 1955. Lá também nasceu a filha, Hilda Beatriz.

No México, recebeu o apelido Che, por usar a expressão sempre que falava com alguém. Foi apresentado a Raúl Castro, líder estudantil cubano recém-saído da prisão em Cuba e, a 8 de julho de 1955, conheceu Fidel Castro, que havia passado um ano e dez meses preso na ilha de Pinos, Cuba. Fora anistiado por Fulgêncio Batista, a quem derrubaria mais tarde, com o apoio de Che.

Ascensão e morte de um futuro ídolo

Na madrugada do dia 25 de novembro de 1956, zarpou do porto mexicano de Tuxplan o iate Granma, com capacidade para 20 passageiros, levando 82 guerrilheiros, entre eles Che. Sua tarefa era atender os eventuais feridos no desembarque em Cuba.

No combate que se seguiu ao desembarque, sobraram apenas 12 sobreviventes, entre os quais Che e os irmãos Castro. Com o apoio dos camponeses, passaram a agir a partir de Sierra Maestra. Em 1959, entraram em Havana à frente das tropas guerrilheiras vitoriosas.

No governo com Fidel Castro, Guevara exerceu diversas funções, incluindo a de ministro da Indústria (1961-1965). Seu objetivo primordial, no entanto, era estender a revolução a outros países. Por isso, deixou suas funções em Havana para juntar-se a um grupo de guerrilheiros bolivianos, cuja meta era derrubar o regime ditatorial que vigorava na Bolívia.

Entretanto, Che Guevara foi capturado e morto pelo Exército boliviano, em La Higuera, perto de Vallegrande (Santa Cruz), em 9 de outubro de 1967. Suas mãos foram amputadas e levadas para os EUA, a fim de confirmar a identidade do "principal inimigo do imperialismo norte-americano nas Américas". Seus restos mortais foram encontrados em uma vala, somente em 29 de junho de 1997, com os demais seis guerrilheiros.