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1968: Era lançada a sonda lunar Surveyor 7

De Cabo Canaveral, na Flórida, partia em 7 de janeiro de 1968 a sonda espacial não tripulada Surveyor 7. Três dias depois, ela pousava na Lua, na borda norte da cratera Tycho.


Terra vista da Lua, em 1968
Terra vista da Lua, em 1968Foto: picture-alliance/NASA/Cover Images

Ao fim dos anos 1950, a Guerra Fria ampliou-se para o espaço sideral. O bem-sucedido lançamento do satélite Sputnik pelos soviéticos, vistos até então como atrasados no domínio de tecnologia, significou um duro golpe para o orgulho americano. Novo abalo aconteceu quando os rivais enviaram os primeiros homens ao espaço. Somente um ano depois, os Estados Unidos conseguiram entrar de fato na corrida espacial.

O choque de ter sido passado para trás duas vezes pelos comunistas da União Soviética levou o presidente John Kennedy a anunciar, em 1961, uma meta ambiciosa: ainda antes da década de 1970, os EUA iriam enviar homens à Lua e trazê-los de volta em segurança.

Esse projeto monumental, que atingiu o ápice com o programa Apollo de voos lunares tripulados, foi desenvolvido cuidadosamente. Em Houston, no Texas, instalou-se o gigantesco centro da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), onde os voos espaciais eram planejados, observados e avaliados. Em Cabo Canaveral, no litoral leste da Flórida, construiu-se a base de lançamentos dos veículos espaciais. Em Huntsville, no Alabama, Wernher von Braun comandava o desenvolvimento dos foguetes para os voos tripulados.

Sondas não tripuladas

Papel importante cumpriu também o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena, Califórnia, embora seu trabalho não costume ser tão lembrado. Ali foram concebidas, construídas e controladas as sondas lunares não tripuladas. Elas deviam verificar primeiro se a superfície lunar era de fato adequada a missões tripuladas.

As primeiras imagens da Lua foram transmitidas pelas sondas Ranger. Elas ainda não eram capazes de circundar a Lua, e se destruíam ao se chocarem contra o solo do satélite natural da Terra. As sondas começavam a fotografar a cerca de 2 mil quilômetros de altura. Até a colisão, eram capazes de enviar 5 mil fotos para a base de Pasadena.

Ao mesmo tempo, a base californiana desenvolveu um novo tipo de sonda, que deveria alunissar suavemente. Batizadas "Surveyor", após o pouso elas deveriam enviar imagens das redondezas, analisar quimicamente o solo local e investigar suas propriedades mecânicas.

Missões

As sondas possuíam 3,7 metros de altura e 4 metros de diâmetro. O peso chegava a um tonelada na decolagem, sendo 75% de combustível a ser utilizado nos jatos de frenagem. Pela primeira vez, experimentava-se em sondas um radar de medição de altitude, para controle da manobra de pouso. O dispositivo foi aprovado e as espaçonaves do programa Apollo ganharam similares.

A primeira das sete sondas Surveyor decolou de Cabo Canaveral no fim de maio de 1966, num foguete Atlas, e pousou como previsto na Lua. Duas sondas (2 e 4) destruíram-se durante o voo. A sétima foi enviada a 7 de janeiro de 1968. No total, elas transmitiram 80 mil imagens para a Terra.

Tanto os dados sobre estrutura da superfície como a aparência da paisagem lunar, dos diversos pontos onde as sondas pousaram, causaram boa impressão. A análise concluiu que a Lua era adequada para pouso tripulado.

Atrás, pela última vez

A série Surveyor pode ser considerada bem-sucedida, passo decisivo para o homem pisar na Lua. No entanto, ao lançar a primeira sonda, os americanos estavam de novo atrás dos soviéticos. Poucas semanas antes do lançamento da Surveyor 1, os concorrentes haviam pousado a sonda Luna no satélite natural.

Mas esta foi a última vez que os americanos tiveram de engolir uma derrota na corrida espacial. Até mesmo porque os soviéticos não encararam o desafio de Kennedy, e jamais anunciaram a intenção de enviar uma nave tripulada à Lua. Os concorrentes priorizaram o desenvolvimento da capacidade para voos de longa duração e a construção de pequenas estações espaciais.

A corrida espacial, motivada pelas divergências ideológicas, encerrou-se em meados da década de 1970, com as primeiras manobras conjuntas.

Carsten Heinisch (mw)

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