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1972: Primeira visita de Nixon em Moscou

Ute Schaeffer (gh)

No dia 22 de maio de 1972, Richard Nixon iniciava a primeira visita de um presidente americano à União Soviética. Ao fim, chefes de governo assinaram declaração sobre relações binacionais, logo submetida a duras provas.

Richard Nixon ao telefone
Nixon na Casa BrancaFoto: picture alliance/dpa/Everett Collection

Os dois global players da época — Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) — tinham arsenais nucleares de sobra para se destruírem mutuamente. Diante da imensa capacidade de destruição acumulada nos dois lados, não fazia muito sentido continuar a corrida armamentista.

Reunidos em Budapeste, na Hungria, a 17 de março de 1969, os chefes de governo dos países do Pacto de Varsóvia convocaram todas as nações europeias para uma conferência sobre questões de segurança e cooperação na Europa. Começou aí o processo de criação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Em busca do equilíbrio militar

Três anos mais tarde, começaram os contatos pessoais e intergovernamentais. Do dia 22 a 30 de maio de 1972, o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, viajou a Moscou. Nixon já havia visitado a URSS em 1959, na condição de vice-presidente. Inicialmente, ele depositara grandes esperanças no então chefe de governo da URSS, Nikita Kruchev, cuja política de distensão considerava favorável a um entendimento mundial.

Em Moscou, em 1972, Nixon assinou os tratados que serviriam de base para o equilíbrio militar entre Leste e Ocidente. Seu interlocutor em Moscou foi Leonid Brejnev, cuja rígida política interna foi vista pelos russos como um período de "estagnação".

Na política externa, ao mesmo tempo em que propagava uma abertura e distensão em relação ao Ocidente, causava protestos do bloco capitalista contra a chamada "doutrina Brejnev", que submetia os países socialistas ao comunismo soviético, sob ameaça de intervenção armada.

Um dos principais resultados da viagem de Nixon a Moscou foi a assinatura do acordo de redução dos sistemas antimísseis intercontinentais ABM (Anti-Ballistic-Missile-System). Através do Tratado Salt-I foi estabelecido um teto máximo de armas ofensivas estratégicas. Isso não resultou em desarmamento, mas pelo menos numa coordenação da corrida armamentista.

Intenções submetidas a provas

Além desses tratados, os chefes de governo assinaram, no dia 29 de maio, uma "declaração básica sobre as relações soviético-americanas", na qual as duas potências mundiais se comprometeram a não ambicionar vantagens unilaterais às custas do outro.

Os signatários do documento deveriam evitar situações de conflito que pudessem aumentar as tensões internacionais. A meta final desse esforço era um desarmamento geral e a criação um efetivo sistema de segurança mundial.

Tratava-se de uma ampla carta de intenções, submetida nos anos seguintes a duras provas. Os conflitos no Terceiro Mundo interferiram nas relações soviético-americanas. A guerra entre Egito e Síria, em outubro de 1973, o apoio militar da URSS ao Vietnã do Norte, bem como os movimentos de libertação de Moçambique e Angola, provocaram novas tensões entre as duas potências.

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