Klaudia PapePublicado 29 de julho de 2015Última atualização 29 de julho de 2021
No dia 29 de julho de 1981, o Reino Unido celebrava o casamento do príncipe Charles com a então jovem Diana. O "casamento do século" foi televisionado ao vivo para todo o mundo. O conto de fadas terminou, porém, em 1992.
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Love, love, love. A música dos Beatles estava sendo transmitida ininterruptamente pelas emissoras de rádio do Reino Unido. Às 7 horas da manhã, o noticiário falava sobre os distúrbios em Liverpool, a fuga de Bani-Sadr para Paris e ainda sobre a previsão do tempo, que naquele dia seria excelente.
Entretanto, a mais importante notícia daquela manhã era: "Lady Diana está acordada desde as 6 horas. Ela se sente muito bem. Chegou o grande dia para os britânicos, o dia do casamento de conto de fadas. O príncipe Charles irá transformar a bela e tímida auxiliar de jardim de infância Diana Spencer em sua princesa, e deixar muito feliz toda a nação".
Após a cerimônia religiosa, quando o casal saiu da catedral e embarcou na carruagem para ir à recepção organizada pela rainha, a multidão, que havia tomado conta de Londres, extravasou toda a sua alegria.
Cerca de 600 mil pessoas, grande parte vinda do interior do país, estavam nas ruas, acenando bandeirinhas, comemorando com sanduíches e espumante, dançando, transformando o casamento real numa grande festa popular. A confusão no trânsito era algo sem precedentes na cidade.
Espetáculo global
Seiscentos milhões de telespectadores de todo o mundo acompanharam pela tevê a transmissão ao vivo do matrimônio do século. A alegria reinava em todos os cantos. O ponto alto das comemorações aconteceu quando o casal apareceu na sacada do Palácio de Buckingham. Charles fez, então, o que todos esperavam ansiosamente e beijou Diana.
Para o príncipe, 12 anos mais velho que Diana, não era nada tão excepcional ser alvo da mídia. Algum tempo depois, chegou a comentar: "Com certeza eu me acostumei melhor que Diana, eu sei que as câmeras estão apontadas por todos os lados e até certo ponto a gente aceita e se conforma com isso, como parte da nossa vida. Quem não se acostuma pode ficar maluco logo. E você, Diana, não acredita que nos últimos seis meses se acostumou um pouco com isto?"
A verdade é que ela nunca conseguiu se acostumar. Mas, nesse dia 29 de julho de 1981, tudo transcorreu conforme planejado: a noiva conteve o nervosismo, os cavalos desfilaram direitinho, ninguém esqueceu seu discurso, ninguém disparou uma arma ou detonou uma bomba.
Não demoraria para que descobrisse o relacionamento secreto de seu marido com Camilla Parker Bowles, uma das razões para a separação de Charles e Diana, em 1992, seguida do divórcio, em 1996.
A vida da princesa Diana em imagens
Passados 20 anos de sua trágica morte, aos 36 anos, Lady Di continua sendo lembrada como uma personalidade cujo carisma conquistou o mundo.
Foto: picture-alliance /dpa/U. Baumgarten
Namorada do príncipe
O relacionamento entre a jovem Diana e o príncipe Charles começou em 1980. Naquele mesmo ano, a imprensa cunhou pela primeira vez o termo "Lady Di" para se referir a ela. Seu comportamento discreto e a típica postura cabisbaixa também fizeram com que fosse chamada de "Shy Di" (tímida Di) pela mídia sensacionalista britânica.
Foto: picture-alliance/AP Images
Na mira dos paparazzi
Já naquele mesmo ano de 1980, a namorada de Charles passou a ser assunto preferido da imprensa britânica. Começava ali a relação de amor e ódio de Diana com os fotógrafos, que perseguiam a futura princesa onde quer que ela estivesse. O noivado e o casamento com o príncipe Charles ocorreram no ano seguinte.
Foto: picture-alliance/dpa
"Casamento do século"
Em 29 de julho de 1981, o Reino Unido celebrava o matrimônio de Charles com Diana. O "casamento do século" foi televisionado ao vivo para todo o mundo. Cerca de 600 mil pessoas foram às ruas, tornando o evento uma grande festa popular, acompanhada pela TV, ao vivo, por 600 milhões de telespectadores de todo o mundo. O ponto alto foi o beijo do casal na sacada do Palácio de Buckingham.
Foto: picture-alliance/dpa
Vida em família
O casal teve dois filhos. William nasceu em 21 de junho de 1982, e Harry nasceu em 15 de setembro de 1984. Apesar de tentarem aparentar diante da opinião pública uma vida familiar feliz, Charles e Diana já atravessavam uma severa crise em seu casamento na época do nascimento de Harry.
Foto: picture-alliance/dpa
Princesa pop
A foto da dança com o ator John Travolta durante um banquete na Casa Branca, em 1985, se tornou conhecida no mundo todo e marca a mudança na imagem da princesa. Ela deixara o estilo mais conservador exibido no início dos anos 80, se tornando um ícone de estilo que influenciou toda uma geração. Ela também ficou conhecida como a "princesa do povo".
Diana levou uma vida pública engajada em causas humanitárias. Uma das iniciativas que ajudou foi o combate aos campos contaminados por minas terrestres em Angola, na África, país que ela visitou em 1997 a pedido do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Foto: dapd
"Éramos três"
Em entrevista à emissora britânica BBC em 1995, Diana falou abertamente sobre seus problemas com Charles. Ela admitiu ter mantido um relacionamento extraconjugal e citou o envolvimento de seu marido com Camila Parker-Bowles. "Éramos três nesse casamento", afirmou. O programa bateu recordes de audiência. Semanas depois, a rainha Elizabeth pediu que o casal iniciasse negociações de divórcio.
Foto: dapd
Férias na Riviera Francesa
A relação de Diana com o empresário egípcio Dodi al-Fayed foi revelada no verão de 1997, quando os dois foram fotografados passeando de iate no Mediterrâneo. Em agosto daquele mesmo ano, o casal jantou no restaurante do Hotel Ritz, em Paris. Foi no caminho do hotel para o apartamento de Dodi que aconteceu o acidente que matou a ambos.
Foto: ap
Luto
Admiradores de Diana formaram uma montanha de flores diante do Palácio de Buckingham, em 31 de agosto de 1997. Naquela madrugada, o carro que levava Diana e Dodi al-Fayad bateu em uma pilastra de um túnel em Paris. O acidente matou o casal e o motorista do automóvel, Henri Paul. O guarda-costas de al-Fayad foi o único sobrevivente da tragédia.