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História

24 de junho de 1981

Em 24 de junho de 1981, dois ativistas da organização ambientalista ocuparam durante 26 horas a chaminé de uma fábrica de pesticidas em Hamburgo. De um golpe só, o Greenpeace se tornou popular em todo o país.

Roland Hipp (e) e Gerhard Wallmeyer: co-fundadores do Greenpeace DeutschlandFoto: picture-alliance/dpa

Um pequeno grupo de ambientalistas alemães havia protestado contra o despejo de ácido diluído no Mar do Norte, num dia frio em outubro de 1980. Como recurso definitivo, os manifestantes se atiram na água, diante do navio, forçando a embarcação a retornar.

Era o primeiro protesto da organização ambientalista Greenpeace na Alemanha. Graças a este início, a partir de 1990 procedimentos antiecológicos como o despejo de dejetos industriais tóxicos no Mar do Norte passariam a ser proibidos por lei.

Escalada espetacular

Bonecos congelados contra as patentes sobre seres humanos (Munique, 2004)Foto: AP

Na década de 1980, quase ninguém na Alemanha ouvira falar do Greenpeace. A proteção ao meio ambiente em si era assunto bem pouco popular, e quem dele se ocupasse logo era taxado de hippie ou "fanático verde".

Porém uma manifestação espetacular tornaria a organização notória em todo o país. Em 24 de junho de 1981, dois ativistas do Greenpeace escalaram e "ocuparam" durante 26 horas a chaminé da firma Boehringer, em Hamburgo. Com este ataque à fabricante de pesticidas, os ambientalistas queriam chamar a atenção para os danos ao meio ambiente causados pela indústria química.

Cofundador da Greenpeace Deutschland, Gerhard Wallmeyer, relembra: "Na época, a operação apareceu no principal noticiário da televisão, em horário nobre, e em seguida recebemos três sacolas de correspondência. Foi simplesmente gigantesco". Grande parte das cartas continha doações. "De repente, passamos a precisar de um contador. " Naquele mesmo ano, é oficialmente fundada em Hamburgo a seção alemã do Greenpeace.

Um Davi contra muitos Golias

Contra as queimadas na Floresta Amazônica (Frankfurt, 2006)Foto: picture-alliance/dpa

Seguiram-se protestos contra a caça de baleias, despejos ilegais nos rios e contra as usinas termonucleares. Foram anos plenos de heroísmo e, segundo seus seguidores, de uma força quase mística. Anos de imagens com forte poder simbólico.

Como a luta de um punhado de manifestantes do Greenpeace, a bordo do minúsculo Solo, contra os quatro rebocadores e três barcos de segurança da multinacional Shell, em junho de 1995. Sua missão: impedir o afundamento da gigantesca plataforma de prospecção de petróleo Brent Spar no Atlântico Norte. O resultado: uma onda de indignação, e o apoio de 75% dos alemães ao boicote contra os postos de combustíveis da Shell.

Do boicote ao humor macabro

Criatividade e certo humor macabro tornaram-se duas marcas registradas das manifestações do Greenpeace. Como as espigas humanizadas diante do Reichstag (contra o milho transgênico), ou os bonecos representando bebês presos em blocos de gelo, nos protestos de abril de 2004, contra o patenteamento de genes humanos, diante do Departamento Europeu de Patentes, em Munique.

No século 21, os ativistas ambientais ampliaram o âmbito de suas atividades, englobando também o aconselhamento dos consumidores. Eles propuseram também uma geladeira ecológica, cuja tecnologia conseguiu se impor em grande escala. Sua organização Greenpeace Einkaufsnetz alerta sobre a presença de pesticidas em frutas e verduras e observa atentamente o avanço dos alimentos transgênicos.

Golfinhos mortos diante da Porta de Brandemburgo (Berlim, 2007)Foto: picture-alliance / dpa

De missão em missão, o Greenpeace alemão tornou-se uma das maiores organizações ambientalistas do mundo. A julgar por seus próprios dados, a idade fez muito bem. Um de seus diretores executivos, Roland Hipp, avaliava em 2005: "Nos últimos 25 anos, as pessoas começaram a refletir sobre a proteção do meio ambiente. Esta é uma grande vitória do Greenpeace". (av)

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