Após uma curta vida repleta de triunfos e tragédias, a atriz Romy Schneider morreu em 29 de maio de 1982, aos 43 anos. Embora o papel de Sissi a tivesse tornado famosa, mais tarde ela viria a odiar o personagem.
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Seus três casamentos, a morte do filho de 14 anos e seu falecimento aos 43 anos de idade contribuíram para que Romy Schneider se tornasse um mito. O grande sucesso nas telas foi compensado por tragédias na vida privada. Filha dos atores Magda Schneider e Wolf Albach-Retty, Romy estreou no cinema aos 14 anos, em Quando voltam a florescer os lilases. Neste filme, ela contracenou com a mãe, que controlou sua carreira até o primeiro casamento de Romy.
A atriz Rosemarie Magdalena Albach-Retty, ou Romy Schneider, nasceu em 23 de setembro de 1938, em Viena, poucos meses após a anexação da Áustria pelas forças nazistas. Ela foi provavelmente a atriz de língua alemã sobre a qual foram feitos mais comentários em todos os tempos. Romy Schneider conquistou as telas de cinema com a trilogia rodada entre 1955 e 1957, centrada na vida da imperatriz austríaca Elisabeth von Bayern, carinhosamente conhecida por Sissi.
Choque com lesbianismo
Mais tarde, ela odiaria o rótulo de jovem imperatriz. Cansada da imagem de "filha boazinha" e "jovem princesa inocente", a já famosa Romy Schneider foi em busca de filmes adultos. Em 1958, provocou escândalo com sua atuação numa história de lesbianismo em Senhoritas de uniforme.
No mesmo ano, durante as filmagens de Christine, apaixonou-se pelo então também jovem ator Alain Delon. Ela se mudou para Paris, onde ambos trabalharam juntos com teatro. Foi o diretor italiano Luchino Visconti quem mudou radicalmente sua trajetória, dando-lhe um papel digno de grande atriz no episódio O trabalho, em Bocaccio 70.
Em 1966, ela se casou com o ator e diretor de teatro Harry Meyen. Desta união nasceu David Christopher, em 1966. Uma estação importante em sua carreira foi A piscina, novamente ao lado de Alain Delon, em 1969, um sucesso de público.
Depois da separação de Meyen, em 1975, ela se casou com seu secretário, Daniel Biasini, 11 anos mais novo, com quem teve uma filha, Sarah Magdalena, nascida em 1977.
Golpes do destino
Em 1979, suicidou-se o primeiro marido da estrela, o diretor de teatro alemão Harry Meyen, de quem ela já estava divorciada. Em 1981, o pior ano de sua vida, ela se separou de Basini. Em maio, precisou extrair um rim devido a um tumor; e, dois meses depois, seu filho de 14 anos morreu tragicamente ao tentar pular uma grade de metal.
Pouco depois da estreia de seu último filme La passante du Sans-Souci em 29 de maio de 1982, Romy Schneider foi encontrada morta pelo companheiro, Laurent Petin, em seu apartamento em Paris.
A atriz, que viveu intensamente, não resistira a uma série de tragédias que tumultuaram sua vida num curto espaço de tempo e que ela tentara em vão combater com álcool e medicamentos. Poucas semanas antes de morrer, dissera à mãe ao telefone: "Sou uma mulher acabada. E isto com 43 anos".
Quando Romy Schneider foi encontrada morta em seu apartamento parisiense logo se espalhou o boato de que ela havia cometido suicídio. Mas o médico Emile Deponge escreveu em seu atestado de óbito simplesmente: "Morte natural em consequência de parada cardíaca". Na manhã seguinte, as manchetes traduziam a seca linguagem médica: "Romy morreu de coração partido".
Os franceses reconheceram seu talento mais que os alemães. Em pesquisa realizada em 1999, eles elegeram Romy Schneider a "atriz do século 20", colocando-a à frente de Catherine Deneuve, Jeanne Moureau e Marilyn Monroe. (rw/lk)
Os dez melhores filmes em Berlim
Palco de guerra e conciliação, centro de política e diversão, cidade de agentes e criminosos, música e poesia: há mais de 100 anos o cinema enfoca Berlim. Quais são os seus filmes preferidos sobre a mágica metrópole?
Foto: picture-alliance/dpa
#10: Menschen am Sonntag
Um olhar cético: a modelo Annie (Annie Schreyer) bem gostaria de passar o domingo em casa. Seus amigos estão se divertindo no lago Wannsee. Berlim e cercanias são os verdadeiros protagonistas de "Gente no domingo", uma mistura de documentário e ficção lançada em 1930. A direção conjunta desse legendário pioneiro entre os filmes sobre Berlim coube a Robert Siodmak e Edgar G. Ulmer.
Foto: Imago/United Archives
#9: Cabaret
O diretor e coreógrafo americano Bob Fosse rodou o musical "Cabaret" em 1972, em duas cidades alemãs: a maioria das externas em Berlim Ocidental, as cenas internas em estúdios de Munique. A trama da intensa tragicomédia, premiada com oito Oscars, se desenrola em 1931, tendo a ascensão do nazismo como pano de fundo para os improváveis amores Liza Minnelli (na foto, com Joel Grey).
Foto: picture-alliance/AP Photo/Warner Bros. Home Video
#8: Die Mörder sind unter uns
Wolfgang Staudte realizou "Os assassinos estão entre nós" em 1946, como primeira produção cinematográfica alemã após a Segunda Guerra Mundial, pela companhia Defa. As filmagens se dividiram entre estúdios berlinenses e locações autênticas na metrópole devastada – dando origem ao gênero "Trümmerfilm" ("filme das ruínas"). A estreia foi no setor de Berlim sob ocupação soviética.
Foto: DEFA
#7: One, two, three
Billy Wilder enfrentou circunstâncias espetaculares ao realizar "Cupido não tem bandeira" em 1961. O veterano hollywoodiano nascido na Áustria pretendia usar como cenário a Berlim dividida, mas ainda basicamente transitável. Durante as filmagens, porém, o Muro foi erguido. Por ser impossível filmar no Portão de Brandemburgo, o monumento precisou ser trabalhosamente replicado em Munique.
Foto: picture-alliance/dpa
#6: Bridge of Spies
A trama da coprodução teuto-americana "Pontes dos espiões" (2015) igualmente se desenrola no auge da Guerra Fria. O aclamado Steven Spielberg realizou as filmagens em locações originais da capital alemã. Além do icônico Muro de Berlim, recebe destaque a Glienicker Brücke, ponte historicamente famosa como local de troca de espiões na Alemanha dividida.
Foto: 2014 Twentieth Century Fox
#5: Berlin is in Germany
Em 2001 Hannes Stöhr salpicou com imagens eloquentes da nova-velha capital sua história de um outsider da história. Em "Berlim fica na Alemanha", Jörg Schüttauf (na foto, à esquerda) interpreta Martin, cidadão da extinta RDA que começou a cumprir sua pena de prisão nos tempos do regime comunista. Ao ser libertado, a queda do Muro e o país reunificado são coisas que ele só conhece da televisão.
Foto: Imago/EntertainmentPictures
#4: Sommer vorm Balkon
Andreas Dresen concentrou a ação de "Verão em Berlim" (2004) no bairro Prenzlauer Berg. As protagonistas Katrin (Inka Friedrich) e Nike (Nadja Uhl) têm sua amizade posta à prova ao conhecerem um caminhoneiro boa-vida. A combinação de comédia social e colorido local berlinense agradou ao público nacional.
Foto: Imago/United Archives
#3: Oh Boy
O diretor Jan-Ole Gerster evocou atmosferas anticonvencionais em seu primeiro longa. Com grande sensibilidade para nuances poéticas, encenou a trajetória do melancólico Niko Fischer (Tom Schilling), que largou a universidade e vaga pelas ruas berlinenses. Trabalho de conclusão do curso de cinema para Gerster, "Oh Boy" (2012) conquistou seis Prêmios do Cinema Alemão, entre outros.
Foto: picture-alliance/dpa/X-Verleih
#2: Victoria
Em 2015, Sebastian Schipper conseguiu materializar nas telas o mundo noturno da juventude de Berlim. Tudo começa com uma noitada num clube, onde vários amigos se reúnem – mas acabam por se envolver num redemoinho de situações imprevistas e potencialmente fatais. Rodado em uma única tomada, o thriller "Victoria" oferece 140 minutos de autêntica vivência jovem berlinense.
Foto: Panorama Entertainment
#1: Der Himmel über Berlin
Mais berlinense de todos os filmes berlinenses, "As asas do desejo" (1987) deve ao fotógrafo francês Henri Alekan inesquecíveis imagens em preto-e-branco da metrópole a poucos anos da queda do Muro. Wim Wenders enfoca Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander), dois anjos que observam e guardam à distância a vida na cidade. Até que um deles sucumbe ao fascínio de ser humano. Ou de Berlim?