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História

1992: Morre o ex-chanceler alemão Willy Brandt

O primeiro chanceler federal social-democrata pós-guerra morreu em Bonn, no dia 8 de outubro de 1992. Willy Brandt, Nobel da Paz de 1971, destacou-se pela aproximação com o Leste Europeu durante a Guerra Fria.

Rosto de Willy Brandt
Willy BrandtFoto: imago/Sven Simon

Herbert Ernst Karl Frahm nasceu a 18 de dezembro de 1913 em Lübeck, no norte da Alemanha. Com 18 anos, filiou-se ao Partido Socialista Trabalhista (SAP). Após a ascensão dos nazistas ao poder, em 1933, emigrou para a Noruega e, por razões de segurança, adotou o codinome Willy Brandt, que assumiu oficialmente em 1949.

Em Oslo, trabalhou como jornalista e estudou História. De 1936 até ser descoberto e expatriado, dois anos depois, viveu clandestinamente em Berlim, como universitário norueguês, participando da reorganização de seu antigo partido. Esteve na Guerra Civil Espanhola em 1937 como observador político e jornalista.

Quando obteve a cidadania norueguesa, no ano de 1940, a invasão da Noruega pelas tropas alemãs o obrigou a fugir para a Suécia. Depois do final da Segunda Guerra Mundial, retornou à Alemanha para escrever reportagens sobre os julgamentos de Nurembergue. A partir de 1947, trabalhou como adido de imprensa na representação da Noruega em Berlim.

Após receber de volta a cidadania alemã, em 1948, retomou a carreira política no Partido Social-Democrata (SPD), cuja vice-presidência assumiu na cidade de Berlim Ocidental. Entre 1949 e 1957, Willy Brandt esteve no Bundestag, o Parlamento alemão. Ainda em 1957, assumiu a prefeitura de Berlim, cargo que ocupou até 1966. Entre 1964 e 1987, foi presidente do SPD e, depois, presidente de honra do partido.

Confrontado com o ultimato soviético a Berlim Ocidental em 1958 e a construção do Muro, em 1961, Brandt começou a se projetar no cenário político internacional.

Em 1966 foi ministro das Relações Exteriores no governo de coalizão com os democrata-cristãos, chefiado por Kurt Georg Kiesinger (1966-1969). A meta de Brandt foi melhorar as relações com os vizinhos do Leste Europeu, isolados atrás da Cortina de Ferro.

Brandt de joelhos em VarsóviaFoto: Imago/Sven Simon

Aproximação com o Leste

Em 1969 foi eleito chanceler federal, tornando-se o quarto chefe de governo da Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial. Com o apoio de seu ministro do Exterior, Walter Scheel, prosseguiu com a "política da mudança através da aproximação". Ao ficar de joelhos no Gueto de Varsóvia, em 1970, e fazer uma visita a Israel em 1973, comoveu o mundo.

Nos meses de março e maio de 1970, participou de dois encontros entre os Estados alemães, que serviram de base para a normalização das relações entre a República Federal da Alemanha (RFA) e a República Democrática Alemã (RDA).

Em agosto e dezembro do mesmo ano, seguiram-se as assinaturas dos tratados de Moscou e de Varsóvia, precursores dos acordos entre as quatro potências, em 1971; do acordo-base de relacionamento entre os dois Estados alemães (1972); e do acordo teuto-checo, de 1973. Esta política conciliadora lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz em 1971.

Em 1974, Willy Brandt renunciou ao cargo em consequência de um caso de espionagem. Mas continuou ativo na política internacional: entre 1979 e 1983, foi membro do Parlamento Europeu; de 1976 a 1992, presidente da Internacional Socialista e, entre 1977 e 1989, da Comissão Norte-Sul. Ele faleceu em 8 de outubro de 1992 em Unkel, ao sul de Bonn.

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