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HistóriaÁustria

1998: Cantor Falco morre em acidente

Oliver RammePublicado 6 de fevereiro de 2017Última atualização 6 de fevereiro de 2018

Responsável pela difusão do idioma alemão na música pop, o popstar austríaco morreu na República Dominicana em 6 de fevereiro. Seu maior sucesso, "Rock me Amadeus", chegou ao topo da parada norte-americana em 1985.

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Foto: picture-alliance/dpa

Foi em 1978, na ainda Berlim Ocidental, que o austríaco Hans Hölzel decidiu sair do anonimato e "se lançar na vida pública", como ele mesmo gostava de contar. Assim nascia o cantor Falco. 

Falco, o revolucionário do pop em alemão

O cantor incorporou como ninguém os anos 1980, uma década de muita oscilação nos rumos da música pop. As tendências variavam constantemente. Nascido em 1957 em Viena, Falco explorou cada onda para ter sucesso. Somente a um aspecto ele se manteve fiel: os cabelos sempre cuidadosamente engomados com gel.

Hölzel teve aulas de piano ainda garoto. Seus professores reconheceram logo seu talento. A carreira musical começou como baixista da Drahdiwaberl, uma banda quase anarquista para os padrões austríacos. Em algum momento nesta época, ele tomou emprestado o prenome de um saltador de esquis da então Alemanha Oriental.

O primeiro sucesso em sua carreira solo veio em 1982, com Der Kommissar, que também conquistou seu espaço nas rádios e nas pistas de dança brasileiras. Neste hit, ele ridicularizava os socialites de sua cidade natal.

A Nova Onda Alemã (Neue Deutsche Welle) impulsionou o cantor vienense para as paradas. Em meados dos anos 80, ele alcançou nos Estados Unidos o maior sucesso de sua vida. Rock me Amadeus manteve-se durante três semanas no primeiro lugar da Billboard. Nunca uma canção gravada em alemão havia conseguido tal feito. Claro que para isso colaborou o filme homônimo ao hit, exibido naquela época nos cinemas. De todo modo, Falco havia dado seu alô ao mundo.

Personalidade excêntrica 

Enquanto brilhava nos Estados Unidos, o austríaco ganhava as manchetes em seu país por outras razões. A imprensa acusava o cantor excêntrico de consumo excessivo de álcool e drogas. E Falco também era sempre visto com novas mulheres. Após a morte do popstar, o semanário Die Zeit resumiu:

"O nível caiu, o teor alcoólico subiu. Como artista, Falco já havia acabado, mas como personalidade austríaca ainda poderia sobreviver por décadas na mídia".

Foto: picture-alliance/jazzarchiv

Jeanny foi o último grande sucesso do cantor. A canção de letra confusa trata, aparentemente, do estupro de uma menina, o que gerou uma discussão violenta na opinião pública. Jeanny entrou na lista negra dos fiscais dos bons costumes e foi boicotada por várias emissoras de rádio.

Isso tudo não prejudicou as finanças do provocador – talvez tenha até colaborado. Jeanny tornou-se o single mais vendido de 1996, com mais de 2,5 milhões de exemplares comercializados.

Falco ainda tentou um comeback várias vezes. A repercussão de seu trabalho não era mais a mesma. Parecia uma versão deteriorada dos bons tempos.

Para dedicar-se ao álbum Out of the Dark, o multimilionário mudou-se para o Caribe. Falco não viu, porém, o lançamento do CD. Segundo a polícia, às 16h30 de 6 de fevereiro de 1998, o Jeep do cantor foi atingido por um ônibus em alta velocidade quando tentava entrar na pista da estrada que liga Susua a Puerto Plata, no norte da República Dominicana, onde ficavam diversos complexos hoteleiros para turistas alemães.

Imediatamente surgiram várias especulações sobre as razões do acidente. Insinuou-se que a vítima estaria alcoolizada, drogada, ou teria até mesmo praticado suicídio. Exames mostraram que, no momento da morte, Falco tinha 1,5 miligrama de álcool por mililitro de sangue, assim como indícios de cocaína e maconha.

 

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