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Crise em 2010

21 de dezembro de 2009

O próximo ano deve ser o pior do pós-guerra para a indústria automobilística alemã, conforme estudo da Universidade de Duisburg-Essen. Especialistas esperam uma queda de até 50% nas vendas no setor.

A Volks sofrerá a maior perda, em números absolutosFoto: AP

O ano de 2010 promete ser o pior do pós-guerra para a indústria automobilística alemã, de acordo com um estudo da Universidade de Duisburg-Essen. "O ano de 2010 vai ser terrível", disse Ferdinand Dudenhöffer, diretor do centro de pesquisa automotiva da mesma universidade.

Para a maioria dos comerciantes e fabricantes alemães de automóveis, o próximo ano será “catastrófico”. O especialista espera uma queda nas vendas de até 50%. Entre as montadoras alemãs é provável que apenas a BMW e Porsche consigam crescer, prevê Dudenhöffer.

O número total de carros novos vendidos deve cair mais de 25% para 2,84 milhões de unidades. Dudenhöffer afirma que a indústria está ameaçada de sofrer no próximo ano “o pior desaquecimento da história da Alemanha”.

Queda é consequência de fim do bônus

A queda do setor esperada para 2010 será consequência, sobretudo, do fim da subvenção do governo alemão para a compra de carros novos. A medida, destinada a combater os efeitos da crise financeira no mercado automobilístico alemão, provocou um aquecimento artificial da venda de carros nesse ano, avalia Dudenhöffer.

Graças ao bônus, concedido pelo governo aos donos de carros usados que entregassem seus veículos para sucateamento na compra de um novo, o ano de 2009 pode ser considerado o terceiro melhor na venda de automóveis desde a Segunda Guerra. Em 2009, foram vendidos, ao todo, mais de 3,83 milhões de carros. Somente nos anos após a queda do Muro de Berlim foram comercializados mais veículos. Em 1991 foram vendidos 4,16 milhões, em 1992, cerca de 3,94 milhões e em 2008, 3,09 milhões de carros.

Marcas de luxo, como a Porsche, terão vendas reaquecidasFoto: AP

O fim do bônus vai afetar sobretudo as fabricantes estrangeiras presentes no mercado alemão, afirmou Dudenhöffer. Com isso, a Fiat deverá vender cerca de 51% menos que em 2009. Baixas parecidas devem sofrer também a montadora sul-coreana Hyundai (menos 49,5%) e sua rival japonesa, Suzuki (menos 42,8%).

Por oferecerem ao mercado principalmente carros pequenos e econômicos, as companhias estrangeiras foram as que mais lucraram com o bônus governamental de 2,5 mil euros concedido aos consumidores para a compra de carros novos.

Carros de luxo venderão mais

Considerando a quantidade total de carros, a Volkswagen será a mais atingida pelo fim dos subsídios, disse Dudenhöffer. A montadora alemã deverá vender aproximadamente 244 mil automóveis menos que em 2009, uma queda de quase 30%.

A Opel deverá sofrer uma redução de vendas de mais de 90 mil carros (menos 26,4%), a Ford deverá vender cerca de 87 mil carros a menos (menos 30,2%). "O mercado alemão de automóveis será, assim, para os fabricantes em 2010, um mercado que representará uma perda significativa", afirmou Dudenhöffer.

Somente alguns fabricantes, os de automóveis de luxo, deverão apresentar um aquecimento de vendas em 2010, prevê Dudenhöffer. A BMW deverá vender cerca de 11 mil carros mais que em 2009, um aumento em torno de 5%. E a Porsche também deverá ter um aumento de vendas da mesma ordem percentual. Enquanto a Jaguar comercializará 1,4% a mais do que neste ano.

O bônus para a compra de automóveis novos também afetou o mercado de carros usados em 2009. Comerciantes de veículos de segunda mão deverão ter que baixar seus preços no próximo ano, disse o especialista.

Crescimento, só com investimentos

A indústria alemã de automóveis só poderá crescer nos próximos 20 anos se realizar investimentos pesados em novos motores e combustíveis, segundo um estudo realizado pelo Instituto para Economia Mundial de Hamburgo (HWWI, na sigla em alemão) e pelo Berenberg Bank.

O setor só conseguirá manter sua liderança mundial se investir na pesquisa de novas tecnologias e de combustíveis menos nocivos ao meio ambiente, segundo indica o estudo Mobilidade – Estratégia 2030. Os autores da pesquisa afirmam que, só na Alemanha, deverão ser investidos 114 bilhões de euros nos próximos 20 anos para o desenvolvimento e produção de motores alternativos.

MD/afp/apd/dpa
Revisão: Simone Lopes

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