2015 foi ano mais quente já registrado, diz agência federal
20 de janeiro de 2016
Temperatura média global do ano passado foi 0,9 grau Celsius acima da média do século 20, sendo dezembro o mês mais quente desde o início dos registros, em 1880, divulga a agência americana NOAA.
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A temperatura média do planeta em 2015 foi a mais alta desde o início dos registros, há 136 anos, divulgou nesta quarta-feira (20/01) a agência dos Estados Unidos para a atmosfera e os oceanos, a NOAA.
Em 2015, a temperatura média na terra e nos oceanos foi de 14,8 graus Celsius, ou 0,9 grau acima da média de todo o século 20, que é de 13,9 graus Celsius. O recorde anterior fora verificado em 2014, quando a temperatura média global ficou 0,74 grau Celsius acima da média do século 20.
Além disso, o dezembro de 2015 foi o mês mais quente já registrado, com a temperatura média global 1,1 grau Celsius acima da média do século 20. O recorde anterior do mês mais quente havia sido registrado em dezembro de 2014.
Dez meses de 2015 – fevereiro, março, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro – bateram os respectivos recordes de temperatura mensal desde o início dos registros.
Esta foi a quarta vez em apenas 11 anos que o recorde de temperatura média global foi quebrado, afirmou a NOAA. Em 1997 foi registrada a temperatura global mais alta até então. Dos 18 anos subsequentes, 16 tiveram temperaturas médias superiores à de 1997, informou a agência. O recorde do mês mais frio já registrado, pertence a dezembro de 1916, e o ano mais frio é o longínquo 1911. Os registros começaram em 1880.
Os números divulgados pela NOAA mostram que o aquecimento global já é "há muito uma realidade", afirmou o cientista Wolfgang Lucht, do Instituto de Pesquisas dos Impactos sobre o Clima de Potsdam (PIK). "Claro que há variações no clima, mas a tendência é claramente para cima", disse.
"Estamos chegando ao ponto em que quebrar recordes é a regra", concordou a cientista americana Katharine Hayhoe. "É quase fora do comum um recorde não ser quebrado."
A NOAA ressalvou que as temperaturas de 2015 foram fortemente influenciadas pelo fenômeno El Niño, que aquece as águas tropicais do Oceano Pacífico. Segundo Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, porém, El Niño não é o único responsável, e o aquecimento do planeta é uma tendência de longo prazo, causada principalmente pela queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo.
Os níveis inesperados de calor verificaram-se por todo o mundo: na América Central, na metade norte da América do Sul, em regiões do norte, do sul e do leste da Europa e no oeste da Ásia, bem como em áreas significativas da Sibéria.
Os termômetros também atingiram níveis sem precedentes em 136 anos em grandes áreas da África Oriental e Austral, no nordeste e na região equatorial do Pacífico e no noroeste do Atlântico, assim como em todo o Oceano Índico e em certas partes do Oceano Ártico.
AS/lusa/ap/afp/dpa/efe
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.