2017 foi um dos três anos mais quentes da história
Sonya Angelica Diehn lpf
2 de agosto de 2018
Ano passado foi o mais quente já registrado sem a influência do fenômeno "El Niño", aponta relatório de agência dos EUA. Concentração de CO2 e aumento do nível do mar alcançaram marcas recordes.
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O ano de 2017 foi o terceiro mais quente já registrado, atrás apenas de 2016 e 2015, confirmou a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) nesta quarta-feira (1º/08), no relatório anual State of the Climate.
Segundo a NOAA, 2017 foi o ano com temperaturas mais elevadas sem a influência do fenômeno El Niño, e os últimos quatro anos foram os mais quentes desde o início das medições meteorológicas, no fim do século 19.
O relatório – que contou com a contribuição de 500 pesquisadores de 65 países – ressalta que a atual concentração de CO2 na atmosfera, de 405 partes por milhão, é a maior registrada em 38 anos de medições.
"O taxa de crescimento global de dióxido de carbono quase quadriplicou desde o início dos anos 1960", diz o relatório.
A concentração atmosférica de metano e óxido nitroso – que, assim como o CO2, contribuem para o efeito estufa – também foi recorde no ano passado.
Os polos norte e sul estão aquecendo mais rapidamente que o restante do planeta. Na Antártida, a quantidade de gelo marinho ficou bem abaixo da média das últimas décadas. E a média global de aumento do nível do mar alcançou um novo recorde: 7,7 centímetros acima da média de 1993, quando teve início a altimetria por satélite.
A temperatura média da superfície dos oceanos em 2017 ficou acima da do ano anterior, dando continuidade a uma clara tendência de alta no longo prazo. E o aumento das temperaturas dos mares impacta recifes de corais: um branqueamento sem precedentes foi registrado entre 2014 e 2017.
O relatório aponta ainda uma forte variação nas precipitações, com algumas regiões experimentando chuvas marcantes, e outras, estiagens prolongadas.
O documento também reitera que, em 2017, 16 desastres resultaram em mais de 300 bilhões de dólares de prejuízos diretos, fazendo do ano passado o mais caro nos Estados Unidos em relação aos custos gerados por desastres naturais desde ao menos 1980, quando tiveram início os registros.
O ano passado também foi quando o presidente americano, Donald Trump, anunciou a retirada dos EUA do Acordo de Paris, cujo objetivo é limitar o aumento da temperatura global a 2 graus Celsius em relação aos níveis da era pré-industrial.
Segundo um dos artigos do pacto, o país só poderá fazer isso em novembro de 2020. Até o momento, os EUA foram o único país a manifestar a intenção de abandonar o Acordo de Paris.
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.