Não houve acidentes fatais com aviões de passageiros no ano passado, segundo especialistas – mas há novos riscos à segurança. Por outro lado, a pior tragédia da história da aviação foi evitada por muito pouco.
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O ano de 2017 foi o mais seguro já registrado para passageiros aéreos. De acordo dados divulgados por especialistas em aviação nesta terça-feira (02/01), não houve acidentes de aeronaves comerciais em 2017 e, consequentemente, as companhias aéreas não registraram mortes decorrentes de acidentes aéreos.
Dois relatórios independentes – da consultoria holandesa de aviação To70 e da Rede de Segurança da Aviação (ASN) – confirmaram que não houve mortes em voos comerciais de passageiros. "2017 foi o ano mais seguro para a aviação", disse Adrian Young, da consultoria To70, à agência de notícias Reuters.
O presidente da ASN, Harro Ranter, explicou que, desde 1997, "o número médio de acidentes de avião tem mostrado um declínio constante, graças a esforços contínuos de segurança impulsionados por organizações internacionais de aviação como ICAO, IATA, Flight Safety Foundation e a indústria da aviação".
As mortes na aviação em todo o mundo têm caído constantemente nos últimos 20 anos. A ASN reportou que há pouco mais de uma década ocorriam mais de mil mortes a bordo de voos comerciais por ano em todo o mundo. A To70 calculou que a taxa de acidentes fatais para os grandes voos comerciais está agora em 0,06 por milhão de voos – ou um acidente fatal para cada 16 milhões de voos.
Outros riscos permanecem
No entanto, as duas organizações discordaram na contagem de acidentes fatais em 2017, com a To70 contabilizando dois acidentes com mortes em aviões de passageiros, ambos envolvendo pequenas aeronaves de turboélice, enquanto a ASN registrou "dez acidentes fatais, resultando em 44 mortes de ocupantes e 35 pessoas no solo".
A ASN acrescentou, porém, que os acidentes de voos comerciais de carga envolvendo civis também foram incluídos na contagem, enquanto os incidentes aéreos de transporte militar não foram. A organização destacou que mesmo somando dados de acidentes militares, o ano de 2017 seguiria como o ano com o menor número de mortes na história da aviação moderna.
Por outro lado, a To70 enfatizou que acidentes não fatais também continuam sendo uma ameaça e que a indústria da aviação precisa trabalhar para melhorar as estatísticas de falhas em motores e outros incidentes relacionados às turbinas. A To70 também apontou que novos riscos à segurança surgiram ao longo dos anos, como o aumento de incêndios causados por baterias de íon-lítio em aparelhos eletrônicos a bordo.
O momento de maior suspense na aviação em 2017 foi o quase acidente que certamente teria entrado na história como a maior tragédia da aviação. No aeroporto de São Francisco, nos EUA, em 7 de julho, um Airbus da Air Canada conseguiu nos últimos segundos evitar a aterrissagem numa pista onde quatro aviões com centenas de passageiros e tanques cheios aguardavam autorização para decolar.
PV/rtr/ots
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Os aeroportos mais movimentados do Brasil
Dos dez maiores terminais do país quanto ao número de passageiros, seis estão na região Sudeste e dois no Nordeste. Líder do ranking recebeu 35,5 milhões de viajantes em 2016.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
#10: Recife
O aeroporto da capital pernambucana é o décimo mais movimentado do Brasil: em 2016, 6,67 milhões de passageiros embarcaram e desembarcaram no local, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O terminal de Recife, com capacidade anual de 16,5 milhões de passageiros, disputa com Fortaleza e Natal para abrigar o hub (centro de conexões) da Latam Brasil na região Nordeste.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
#9: Porto Alegre
No maior terminal da região Sul, embarcaram e desembarcaram 7,4 milhões de passageiros em 2016. O aeroporto, com capacidade de 15,3 milhões de passageiros por ano, é considerado a porta de entrada da região, recebendo muitos viajantes de Buenos Aires, na Argentina, e Montevidéu, no Uruguai. No leilão em março de 2017, a concessão foi arrematada pela alemã Fraport por 290,5 milhões de reais.
Foto: Getty Images/AFP/J. Bernades
#8: Salvador
O aeroporto da capital baiana é o mais movimentado da região Nordeste, e nele embarcaram e desembarcaram 7,49 milhões de passageiros em 2016. Com capacidade para 11 milhões de passageiros por ano, o terminal foi concedido à iniciativa privada em março de 2017. A operadora francesa Vinci ofereceu 660,9 milhões de reais e levou a concessão.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Campbell
#7: Santos Dumont, Rio de Janeiro
O terminal tem uma localização privilegiada no centro, e 8,84 milhões de passageiros passaram por ele em 2016. O aeroporto atrai principalmente homens e mulheres de negócios que precisam se deslocar de forma mais rápida pela cidade. Inaugurado em 1936, foi idealizado pelo urbanista francês Alfred Agache na época em que o Rio era capital federal.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Kahnert
#6: Viracopos, Campinas
É o segundo principal terminal de cargas do país, e o transporte de passageiros aumentou significativamente nos últimos anos. Em 2016, foram 8,85 milhões de embarques e desembarques. A concessão de 30 anos do aeroporto foi vencida em 2012 por Triunfo Participações e Investimentos (TPI), UTC Participações e a francesa Egis Airport Operation, em consórcio (51%), e pela Infraero (49%).
Foto: Viracopos/divulgação
#5: Confins, Belo Horizonte
No terminal embarcaram e desembarcaram 9,3 milhões de passageiros em 2016. Dele é possível voar para um total de 42 destinos regulares e quatro sazonais. A concessão de 30 anos do aeroporto foi leiloada em novembro de 2013 e, atualmente, 51% do capital privado é composto pelo Grupo CCR e Flughafen Zürich. A Infraero detém os 49% restantes.
Foto: cc-by/Andre Oliveira
#4: Galeão, Rio de Janeiro
O aeroporto, por onde passaram 15,8 milhões de passageiros em 2016, tem a maior pista de pouso e decolagem do Brasil, com 4 mil metros. Seis companhias domésticas e 17 estrangeiras operam no terminal, que teve sua concessão de 25 anos leiloada em novembro de 2013. O grupo formado pela Odebrecht TransPort e Changi Airports detém 51% do capital, e a Infraero, os 49% restantes.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
#3: Brasília
O aeroporto foi inaugurado em 1957, antes mesmo da capital federal. Considerado um dos principais hubs sul-americanos, ele recebeu 17,5 milhões de passageiros em 2016. A concessão de 25 anos foi leiloada em fevereiro de 2012, e atualmente o terminal é administrado pela empresa argentina Inframerica (51%) e Infraero (49%).
Foto: Inframerica/Bento Viana/divulgação
#2: Congonhas, São Paulo
No terminal, que é uma das portas de entrada da maior cidade brasileira, 20,1 milhões de passageiros embarcaram e desembarcaram em 2016. O aeroporto liga São Paulo a 35 localidades e registrou em média 582 movimentações diárias em 2016, entre pousos e decolagens. A rota mais importante é a da ponte aérea para o Santos Dumont, no Rio, percorrida em cerca de 40 minutos.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
#1: Guarulhos, São Paulo
Inaugurado em 1985, o aeroporto recebeu 35,5 milhões de passageiros em 2016. Em leilão realizado em fevereiro de 2012, o consórcio formado pela Invepar e Airports Company South Africa (ACSA) venceu a concessão de 20 anos. O terminal será o primeiro da América do Sul a receber voos regulares do maior avião de passageiros do mundo, o Airbus A380, da Emirates, na rota para Dubai.