700 mil marcham em solidariedade a vítimas de ataques
11 de janeiro de 2015
Manifestações tomam as ruas de várias cidades da França, em memória dos 17 mortos nos atentados terroristas desta semana. Paris reforça segurança para marcha que deve reunir um milhão na capital.
Anúncio
Cerca de 700 mil pessoas saíram às ruas de diversas cidades da França neste sábado (10/01), numa demonstração de solidariedade às vítimas dos ataques terroristas que deixaram 17 mortos em Paris nos últimos dias.
Em Toulouse, no sul da França, mais de 100 mil pessoas participaram de uma marcha, segundo informações da polícia. Em Nantes, mais de 75 mil saíram às ruas. Em Lille, 22 mil pessoas protestaram, enquanto em Nice, a marcha contra os atentados reuniu cerca de 23 mil.
Os eventos ocorreram em antecipação à grande marcha de Paris marcada para este domingo, com o objetivo de demonstrar a união do povo francês contra os extremistas.
Um milhão de pessoas são aguardadas na capital francesa, onde forças de segurança foram deslocadas para locais religiosos e pontos turísticos. Centenas de tropas foram posicionadas em diversas partes da cidade.
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que as autoridades irão tomar todas as medidas necessárias para garantir a segurança do evento, que deverá contar com a presença de vários líderes internacionais, incluindo a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e o premiê britânico, David Cameron.
Mais de 5.500 policiais e militares estarão de prontidão em Paris neste domingo. "Nesta situação excepcional, medidas excepcionais serão tomadas para garantir a segurança da marcha e o respeito à ordem pública", disse Cazeneuve. O ministro afirmou ainda que o governo irá manter o alerta máximo de segurança para a região de Paris.
Em defesa da liberdade de imprensa
Cazeneuve espera que centenas de milhares de pessoas participem da marcha em Paris neste domingo, além das manifestações previstas em outras cidades. "Amanhã, a França irá expressar seu inabalável apego aos valores da República, em particular, à liberdade e expressão, após o sangrento ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo", afirmou o ministro.
"Esta será uma demonstração extraordinária [...], que deverá mostrar o poder e a dignidade do povo francês, que proclamará seu amor pela liberdade e a tolerância", declarou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
Além de Merkel e Cameron, outros líderes internacionais deverão se unir ao presidente francês, François Hollande, na marcha em Paris. Entre eles estão o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, e o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder.
Os primeiros-ministros da Bélgica, Dinamarca, Itália, Espanha e Holanda também deverão comparecer, assim como os presidentes do Mali, Níger e Ucrânia. Também é aguardada a presença do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, além dos presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
RC/afp/dpa/ap
A caçada aos terroristas na França
Em imagens, o cerco realizado pela polícia francesa em busca dos autores do atentado contra a redação do semanário satírico "Charlie Hebdo".
Foto: A. Gelbard/AFP/Getty Images
Fim do cerco
Em Dammartin-en-Goële, a cerca de 40 km de Paris, polícia invadiu a fábrica onde os irmãos Kouachi estavam há horas entricheirados e matou ambos. O refém que eles mantinham em seu poder foi resgatado a salvo. Na operação, a polícia usou recursos, como a explosão mostrada na foto, para distrair os terroristas.
Foto: P. Le Segretain/Getty Images
Megaoperação
Forças de segurança estiveram envolvidas em duas operações policiais, nesta sexta-feira (09/01): uma é a caçada pelos irmãos Kouachi, encerrada numa fábrica a 40 quilômetros de Paris, na cidade de Dammartin-en-Goële e o sequestro em uma minimercado, no leste da capital francesa.
Foto: M. Piasecki/Getty Images
Reféns libertados
Homem é escoltado ao deixar o mercado de produtos kosher onde um homem, identificado inicialmente como Amedy Coulibaly, mantinha reféns. O terrorista foi morto pela polícia, numa operação simultânea à realizada em Dammartin-en-Goële.
Foto: AFP/Getty Images/T. Samson
Estado de sítio
Principais vias do leste de Paris foram fechadas aos trânsito, depois que homem armado faz reféns em minimercado judaico de Paris. Sequestrador seria o mesmo que matou uma policial no dia anterior.
Foto: picture alliance/dpa/Jb Quentin
Os suspeitos do sequestro em mercado judaico
Amedy Coulibaly (esq.) seria, segundo a imprensa francesa, o responsável pelo ataque ao minimercado kosher e pela morte, na quinta-feira, de uma policial. A mulher Hayat Boumeddiene é considerada cúmplice e está em fuga.
Foto: picture-alliance/French Police/Handout
Reféns em mercado judaico de Paris
Policiais abordam motoqueiros durante blitz em Paris. Eles violaram o bloqueio feito ao redor do mercado judaico, onde pelo menos seis pessoas foram mantidas reféns.
Foto: Reuters/Y. Boudlal
Perseguição nos arredores de Paris
Os suspeitos, que estavam no norte da França, roubaram um carro do modelo Peugeot 206 em Montagny-Sainte-Felicite, de uma mulher que disse ter reconhecido os irmãos. Depois, eles rumaram para os arredores de Paris, onde foi iniciada a perseguição.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Cerco a Dammartin-en-Goële,
Um comboio de segurança e helicópteros rumam para Dammartin-en-Goële, cerca de 40 quilômetros a nordeste de Paris, para uma operação de captura dos dois irmãos suspeitos de cometerem o atentado ao semanário Charlie Hebdo, Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Cerco ampliado
Polícia faz a segurança em Reims, durante uma investigação em um prédio na cidade, localizada no norte da França. Durante a madrugada de quarta-feira, um dos suspeitos, de 18 anos, se entregou às autoridades perto da fronteira com a Bélgica.
Foto: Reuters/J. Naegelen
Em fuga para o norte
A polícia trabalha com a possibilidade de que os dois irmãos tenham fugido para o norte. Eles foram vistos perto de um posto de gasolina nos arredores de Villers-Cotteret. Na foto, atiradores patrulham os subúrbios de Reims, também no norte da França.
Foto: Getty Images
Pista
Isolamento policial no posto de gasolina no norte da França onde os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, foram vistos dentro de um carro. Eles são os principais suspeitos de terem cometido o atentado contra o "Charlie Hebdo".
Foto: Reuters/P. Rossignol
Susto em Estrasburgo
Policial examina mala abandonada perto da universidade de Estrasburgo, na Alsácia. O objeto foi checado, e a ameaça se tratou de um alarme falso.
Foto: Reuters/Vincent Kessler
Segurança reforçada
Em pontos turísticos da capital francesa, como o Museu do Louvre, homens fortemente armados passaram a fazer a segurança. Após o atentado de quarta-feira, as autoridades deixaram claro que ainda há risco de outros ataques.
Foto: Reuters/G. Fuentes
Carro abandonado
Após o atentado, a polícia encontrou o carro usado pelos atiradores no 20º Arrondissement de Paris, região com grande população de imigrantes. O veículo havia sido roubado. A suspeita é de que, após abandoná-lo, os terroristas tenham seguido para o norte do país. Na foto, policiais durante a caçada aos atiradores na capital francesa.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Os irmãos Kouachi
Os irmãos Said e Cherif Kouachi são considerados os principais suspeitos. Segundo o jornal "Metro", Cherif era conhecido das autoridades e chegou a ser acusado em 2005 por fazer parte de uma organização jihadista que recrutava jovens para combater no Iraque. Ele teria sido sentenciado a 18 meses de prisão, em 2008.
Foto: picture-alliance/dpa/French Police/Handout
Identificados
Os terroristas foram identificados como os irmãos Said e Cherif Kouachi, de 34 e 32 anos, e Hamyd Mourad, de 18 anos, todos cidadãos franceses. Mourad, inicialmente suspeito de ter dirigido o carro no qual os dois atiradores fugiram, se apresentou a uma delegacia e negou envolvimento no ataque.