72 horas para seqüestrados no Iraque
1 de fevereiro de 2006Em vídeo divulgado pela emissora árabe Al Jazira, os seqüestradores dos dois engenheiros alemães no Iraque deram um ultimato ao governo de Berlim. Caso em 72 horas este não encerre sua cooperação com Bagdá e feche sua embaixada na capital iraquiana, os reféns serão mortos.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, admitiu pela primeira vez nesta quarta-feira (1º/02) a gravidade da situação, mostrando-se chocado. Os raptores, do grupo Ansar Al-Tauhid Wa-Sunna, exigiram ainda a retirada do Iraque de todas as empresas alemãs. Até o presente, Berlim tem-se recusado terminantemente a ceder a exigências políticas de seqüestradores.
Steinmeier classificou o ato de "desrespeito aos direitos humanos". No vídeo datado de 29 de janeiro, Thomas Nitzschke e René Bräunlich, naturais da região de Leipzig, aparecem ajoelhados, vestindo japonas cinzentas, sob a ameaça dos fuzis de seus algozes encapuzados, em cujo poder se encontram desde 24 de janeiro.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores, Ruprecht Polenz, da União Democrata Cristã, insistiu que o Estado alemão não se deixe chantagear. O vice-presidente da bancada verde, Jürgen Trittin, ecoou suas palavras.
Georg Milbradt, governador da Saxônia, declarou-se preocupado, apelando aos seqüestradores para que "tratem os reféns com respeito humano e retornem ao campo das negociações realistas". Os familiares de Nitzschke e Bräunlich, assim como seus colegas da firma Cryotec, também reagiram com choque e consternação às imagens irradiadas pela Al Jazira na véspera.