Estudo indica que mio-inositol determina número e tamanho das sinapses cerebrais. Dado é de especial importância para os bebês não aleitados, contribuindo para aperfeiçoar as fórmulas de leite artificial.
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Amamentar traz numerosas vantagens para a saúde, não só da mãe como do recém-nascido. O leite materno contém anticorpos que protegem o sistema imunológico ainda não inteiramente desenvolvido. Por sua vez, mães que aleitam têm menor risco de câncer de mama e de ovário, e de distúrbios metabólicos como o diabetes mellitus.
A influência da alimentação para a saúde do bebê
04:06
Pesquisadores do Human Nutrition Research Center on Aging (HNRCA) da Universidade Tufts de Massachusetts, EUA, dedicado ao papel da nutrição no envelhecimento humano, constataram uma relação entre o desenvolvimento cerebral dos fetos e o mio-inositol (ou inositol), um açúcar alcoólico contido no leite materno.
O estudo Componente do leite humano mio-inositol promove conectividade cerebral, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Science (PNAS), indica que a substância é encontrada em altas doses sobretudo nos primeiros meses da amamentação – coincidindo, portanto, com o período em que as sinapses se desenvolvem com rapidez especial no cérebro dos bebês.
No âmbito do estudo Global Exploration of Human Milk (GEHM), os cientistas recolheram amostras de mães saudáveis da Cidade do México, de Cincinnati (EUA) e de Xangai (China). A concentração do micronutriente mostrou-se estável, independentemente de fatores como origem étnica ou histórico social, que pudessem, por exemplo, influenciar os hábitos alimentares das participantes.
Testes adicionais em roedores e em neurônios humanos confirmaram que o inositol eleva tanto o tamanho quanto o número das conexões neuronais no cérebro em formação.
"Desde o nascimento, a formação e refinamento das interconexões cerebrais é determinada tanto por forças genéticas e ambientais quanto pelas experiências humanas", explica, em comunicado da Universidade Tufts, Thomas Biederer, chefe da equipe do HNRCA e principal autor da pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Science.
A influência desses fatores é especialmente decisiva em duas fases da vida: na primeira infância e no envelhecimento, quando as ligações sinápticas vão gradualmente se perdendo.
Grãos, farelo e melão para um cérebro melhor?
Alimentação e suprimento de nutrientes são de particular importância para as crianças pequenas, ainda mais em idade de aleitamento, já que nelas a barreira hematoencefálica é mais permeável que nos adultos, e os micronutrientes chegam mais facilmente até o cérebro.
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"Para mim, como neurologista, é fascinante quão profundos são os efeitos cerebrais dos micronutrientes", comenta Biederer.
Pesquisas anteriores mostraram que, nas crianças, o nível de inositol no cérebro cai com o avanço da idade. Adultos que sofrem de depressão forte e distúrbios bipolares igualmente apresentam taxas mais baixas da substância do que os indivíduos saudáveis. No entanto, até o momento, não está claro se a deficiência de inositol é a causa dessas doenças ou um efeito colateral dos medicamentos usados no tratamento.
O mio-inositol apresenta a metade da doçura da sacarose (açúcar de mesa), sendo encontrado em certos tipos de cereal e em feijões, farelo e melões. Devido à precocidade dos achados científicos e das questões em aberto, contudo, Biederer não aconselha adultos a atentarem especialmente para o consumo da substância.
Para os bebês que não são amamentados, por outro lado, as conclusões do estudo poderão ser decisivas, contribuindo para aperfeiçoar as fórmulas de leite artificial, ressalva o neurologista.
Dez superalimentos e seus superpoderes
Parece que no momento todo o mundo se alimenta de chia, açaí, quinoa, bagas de goji. Alguns deles são milenares e têm fama de promover juventude, saúde e até beleza. Dez superalimentos e suas propriedades nutritivas.
Foto: Fotolia/S.HarryPhotography
Açaí
A campanha vitoriosa do açaí começou modestamente na Região Norte do Brasil, mas em poucos anos as bagas violáceas tomaram conta do mundo. Sua fama é de tornar o consumidor forte e esbelto. E jovem, devido aos numerosos antioxidantes que contém. Para muitos esportistas, os poderosos frutos da palmeira prometem uma dose extra de energia.
Foto: Imago/Westend61
Abacate
O abacate é uma das frutas mais ricas em gordura. O que não significa que seja a mais engordante, pois contém ácidos graxos insaturados de alta qualidade, com efeito positivo sobre as taxas de colesterol e o sistema cardiovascular. Além disso, possui numerosas vitaminas que beneficiam desde a pele e os cabelos até os sistemas imunológico e nervoso.
Foto: Fotolia/fredredhat
Chia
As sementinhas de chia são vendidas como panaceia universal. Com alto conteúdo proteico, são ricas nos ácidos graxos essenciais ômega-3 e ômega-6. Os maias e astecas já conheciam as propriedades da chia 5 mil anos atrás. De gosto neutro, elas são consumidas por seus fãs como pudim, gel ou puras, salpicadas sobre a comida.
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Goji
Ao se falar de superalimentos, é quase impossível evitar os superlativos. Isso se aplica em especial às bagas de goji, citadas entre as frutas mais saudáveis do mundo. Consta que fortalecem o sistema imunológico e cardíaco, baixam a pressão sanguínea, dão energia. E mantêm a pessoa jovem – por exemplo, pela ação benéfica sobre olhos e pele.
Foto: imago/Xinhua
Couve-crespa
Passo a passo, a modesta couve-crespa vai conquistando o mercado europeu, passando de exótica a verdura da moda. Conhecida como "kale", nos Estados Unidos há muito ela tem excelente fama, seja refogada ou em forma de salada ou "smoothie". Cem gramas dessa verdura bastam para cobrir a necessidade diária de vitamina C de um adulto. Além disso, é rica em vitamina A e minerais como ferro e cálcio.
Foto: picture alliance/dpa
Mirtilo
Na Alemanha a estação das bagas azul-escuro começa em julho. Mirtilos são apreciados como bombas vitamínicas, eficazes no combate às infecções. Sabe-se que já na Grécia e Roma antigas eles eram utilizados contra afecções intestinais. Ao contrário do açaí, contêm poucas calorias e quase nenhuma gordura, mas apresentam o mesmo efeito antienvelhecimento.
Foto: picture-alliance/dpa
Gengibre
Ao aquecer o corpo, o gengibre é uma arma eficaz no combate às afecções gastrointestinais. Ao aumentar a circulação nos intestinos, ele faz sarar infecções e a mucosa intestinal se recupera. Esse efeito aquecedor se potencializa quando ele é ingerido seco. Em estado fresco, por outro lado, é mais picante, o que é de extrema importância para o reforço do sistema imunológico, por exemplo.
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Curcuma
Há milênios o curcuma ou açafrão-da-índia é um dos condimentos principais da cozinha indiana, sendo encontrado no famoso pó de curry. A planta aparentada ao gengibre é tida como sagrada e incluída em praticamente todos os pratos, para promover a digestão. Além disso, o curcuma também tem fama de baixar o colesterol, além de ser antioxidante e anti-inflamatório.
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Amêndoa
Comer algumas amêndoas por dia é um valioso segredo da saúde. Esse fruto seco combate ataques de fome, beneficia o coração e reduz o risco de diabetes do tipo 2 e mal de Alzheimer. Além disso, a gordura das amêndoas é como a do abacate: abundante, porém saudável.
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Quinoa
Originária da região dos Andes, a quinoa já é cultivada há cerca de 4 mil anos. Esse pseudocereal é uma das melhores fontes de proteína vegetal conhecidas em todo o mundo. Os pequenos grãos contêm todos os aminoácidos essenciais e antioxidantes importantes para o combate às doenças, além de serem livres de glúten e ricos em minerais.