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ConflitosOriente Médio

A única saída da Faixa de Gaza

02:17

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16 de outubro de 2023

A passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, está fechada. Ela é a única porta não controlada por Israel. Mas os egípcios não querem deixar os palestinos em fuga passarem. Entenda o motivo no vídeo.

Só existe uma saída da Faixa de Gaza. E ela está fechada. Mas por quê? Estou falando da passagem de Rafah, pro Egito. Ela é a única porta não controlada por Israel. E o enclave palestino está sob cerco total israelense. Oficialmente, Rafah não está fechada. Mas por que o Egito não está deixando palestinos em fuga passarem? Nós conversamos com especialistas. E uma razão apontada é a segurança, na perspectiva do Egito. Há mais de 2 milhões de palestinos em Gaza. 

E o fluxo de refugiados seria impossível de ser controlado. O Egito teme, por isso, a entrada de integrantes do Hamas. O grupo, considerado terrorista por Europa e Estados Unidos, está por trás dos ataques contra Israel. Combatentes estariam escondidos, com reféns, em túneis na Faixa de Gaza. E Israel prometeu aniquilá-los por considera-los uma ameaça à sua existência.

"Uma coisa é que eles [egípcios] têm uma situação de segurança muito sensível. Eles temem que sua segurança nacional seja ameaçada pela entrada de todos os tipos de pessoas, e não sabem quem são elas", afirma Muriel Asseburg, especialista em Oriente Médio do instituto alemão de relações internacionais SWP, de Berlim. "E isso ocorre em uma situação muito volátil com relação à segurança no Sinai e antes das eleições presidenciais."

Outro motivo: o medo de que os palestinos ficariam lá por muito tempo. O que seria não apenas um desafio humanitário, mas um fator complicador, na visão do Egito, no xadrez da paz no Oriente Médio.

"O Egito se vê em uma situação que, historicamente, considera bastante complexa. E esse é o dilema: se deve permitir a passagem segura para os civis ou se isso seria, como o Egito disse, simplesmente permitir um novo deslocamento forçado dos palestinos", contou Bahira Amin, repórter da AFP no Cairo. "O presidente Abdel Fattah al-Sisi disse ontem à noite [12/10] que o povo de Gaza deve, entre outras coisas, permanecer firme e ficar em sua terra, sob o risco da eliminação total da causa palestina. E isso reflete o medo histórico de que, quando os palestinos deixam seus lares em busca de segurança, esses lares são perdidos e o objetivo de um Estado palestino fica mais distante."

A passagem de Rafah está aberta a ajuda humanitária. Mas a situação é descrita como caótica. A ONU teme uma catástrofe humanitária inimaginável na Faixa de Gaza. Vale lembrar também que o Egito é historicamente um mediador de tréguas entre o Hamas e Israel. Uma das poucas vozes que ambos os lados escutam. Mas no atual conflito entre Hamas e Israel, sem precedentes, a paz ainda é uma miragem.

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