Do lado externo, a arquiteta paisagista Johanna Spalink-Sievers, de 54 anos, prefere um gramado de verde intenso e cercas vivas podadas com precisão. Do lado de dentro, no seu espaçoso apartamento num prédio antigo, as paredes brancas são decoradas com pinturas coloridas. As estantes estão forradas de livros, fotos da família e pequenas estátuas. No centro, botões de rosa enfeitam a mesa para refeições.

Como paisagista, Johanna está convencida de que os ambientes influenciam a vida das pessoas. Um bom exemplo é um bloco de edifícios residenciais na cidade de Bremen. Há 30 anos, o loteamento Osterholz-Tenever foi anunciado como um modelo para o futuro. Acabou entrando em decadência e virou um bairro de má fama.

Durante cinco anos, Johanna se ocupou intensamente com Osterholz-Tenever. Nesse meio tempo, o bloco de edifícios foi completamente renovado e alguns prédios foram removidos. É como se o sol estivesse de novo brilhando no bairro, e as pessoas querem de novo morar lá.

A parte de Johanna no projeto: planejar a remodelação externa. São ideias dela a escada em caracol que leva ao terraço ajardinado, a garagem no subsolo, os jardins diante dos prédios.

"Não podemos resolver problemas sociais com a arquitetura de paisagismo", opina Johanna. "Mas podemos, por exemplo por meio da remodelação das instalações externas de um bairro residencial, colaborar para que determinadas regiões não sejam estigmatizadas."

Família e trabalho

A distância entre Hannover, onde a arquiteta paisagista mora, e Bremen é de aproximadamente cem quilômetros. Johanna viaja com frequência para visitar clientes ou fornecedores. Enquanto se deixa guiar pelo sistema de navegação do carro, gosta de ouvir música clássica e notícias no rádio.

Quando não está na estrada, Johanna precisa de apenas cinco minutos a pé para ir de sua casa até o escritório. É lá que ela desenvolve seus projetos, auxiliada por quatro funcionários. Até há pouco ela trabalhava quase sempre em casa.

Johanna educou quatro filhos com o marido. Que profissão e família são perfeitamente conciliáveis é algo de que ela jamais duvidou. "Simplesmente tenho uma necessidade muito forte de fazer algo além da família e da educação das crianças", relata.

Isso só foi possível com o apoio do marido e a ajuda de babás. E um talento para conciliar profissão e família e ainda encontrar tempo para, uma vez por semana, cantar num coral feminino internacional.

"Johanna é uma mulher que pensa de forma estruturada, que sabe o que quer, que possui princípios claramente definidos com base num grande afeto e empatia", diz Klaus Trojan, amigo da família e professor emérito de arquitetura na Universidade Leibniz, de Hannover.

Autora: Holly Fox (as)
Revisão: Bettina Riffel