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A busca pelo sol na terceira idade

(rw)14 de dezembro de 2004

Cada vez mais idosos do norte são atraídos ao sul da Europa. Enquanto muitos passam só os meses de inverno nas regiões de clima ameno, outros se mudam em definitivo. País preferido é, disparado, a Espanha.

Idosas alemãs buscam saúde e tranqüilidade na EspanhaFoto: dpa

Preços acessíveis e ótimas condições climáticas atraíram nas últimas três décadas vários milhões de idosos do norte para o sul da Europa. Eles vêm principalmente da Alemanha e da Inglaterra. Segundo as estimativas, mais de um milhão de aposentados dos países do norte já vivem na costa espanhola, com tendência de que sejam bem mais em muito pouco tempo.

É dia de feira em Moraira, uma pequena praia na Costa Branca espanhola. O sol do dezembro brilha intensamente, mas não deixa o termômetro passar dos agradáveis 20ºC. Mesmo assim, um tempo "de sonho" para quem está cansado da neve escandinava. Grupos de idosos alemães, austríacos, britânicos e escandinavos passeiam por entre os estandes de frutas e verduras ou estão sentados no café.

Alguns deles moram provisoriamente na pequena cidade, outros romperam para sempre as relações com seus países de origem. "Na Noruega, temos inverno de setembro a março, mas na Espanha sempre tem sol, permitindo às pessoas relaxarem e parecerem muito mais felizes", diz um deles. Outra vantagem é o custo de vida relativamente baixo, que faz com que suas aposentarias rendam mais.

Mais esporte e mais saúde

O alemão Horst Sellmer, de 71 anos, que passa todos os invernos europeus em Calpe, explica que o sol e o bom tempo incentivam a prática de esportes ao ar livre, os passeios e a convivência com os amigos. "Passamos o dia todo fora de casa, esta é a grande diferença. Na Alemanha, temos de ficar metidos dentro de casa por causa do frio", conta.

Foto: AP

Bom tempo predominante na Costa Branca, uma das zonas climáticas mais amenas da Europa, desempenha um papel importante na saúde dos idosos. Acima de tudo para quem sofre de problemas circulatórios, asma ou reumatismo.

Um bom exemplo é Hans Stallmach, que na Alemanha era obrigado a tomar muitos comprimidos e a passar grande parte do tempo deitado por causa de uma inflamação crônica na coluna. Depois de seis anos morando no litoral espanhol, ele quase não tem mais dores no verão.

Com o passar do tempo, a região desenvolveu uma infra-estrutura ideal para a terceira idade. Fala-se inglês e alemão nos consultórios e clínicas, os jornais são dirigidos a este grupo de leitores, há opções culturais especializadas, os serviços bancários e até mesmo o pessoal para a ajuda nos afazeres domésticos se expressam no idioma dos idosos.

Voltar à pátria no final da vida

Embora alguém com conhecimentos mínimos de espanhol não enfrente problemas na vida diária, uma pesquisa revelou que 96% consideram a barreira da língua seu principal problema. Este, aliás, é o motivo que faz muitos aposentados retornarem à pátria no final da vida.

O pastor Fritz Delp, que faz o acompanhamento de idosos alemães na Costa Branca, considera a possibilidade de um dia voltar à pátria um fator muito importante: "Temos pessoas que, após terem passado 10 ou 12 anos aqui, os melhores de sua vida, resolvem voltar à Alemanha. Muitas vezes é hora de implantar um marca-passo ou fazer pontes de safena e isso ninguém quer fazer no estrangeiro, onde não se domina o idioma, onde não se está integrado".

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