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A caminho do Partido Verde Europeu

Christiane Hoffmann / av21 de fevereiro de 2004

Os verdes se unem para fundar o Partido Verde Europeu. A DW-WORLD entrevistou a lenda viva da esquerda européia Daniel Cohn-Bendit, chefe da bancada do partido no Parlamento Europeu.

Daniel Cohn-Bendit acredita na colaboração entre os verdesFoto: AP

DW-WORLD:

Há anos os partidos verdes da Europa colaboram estreitamente. Para que agora ainda fundar o Partido Verde Europeu?

Daniel Cohn Bendit:

Há uma cooperação abrangente dos partidos. Mas queríamos ir um passo mais longe, ou seja: não apenas participar das eleições européias como partido unitário, mas, no futuro, também elaborar nossos posicionamentos e política de forma unificada. Temos um público europeu, precisamos nos afastar da visão nacional, para a visão européia. E é preciso que isto fique claro, com a fundação do partido.

Quais as mudanças estruturais para os verdes europeus?

A fundação é apenas um começo. O que mudará de início é a feição da campanha eleitoral, que será agora integrada. Não temos apenas uma agência comum, mas também uma imagem comum. Articulamos nossos eventos e temos um programa conjunto. Não fazemos mais 25 campanhas eleitorais para a Europa.

Os partidos verdes não estão de acordo em todos os setores, há temas controversos, como a engenharia genética ou a constituição européia. Com a confluência, não há o perigo de que discussões importantes fiquem de lado?

Existem maiorias definidas e também posições divergentes, que precisamos abrir ao debate. A engenharia genética é um problema: alguns grêmios divergem da posição geral. Ou consideremos a filiação da Turquia à União Européia: a grande maioria dos verdes é pelo início das negociações com Ancara, mas há igualmente pontos de vista mais céticos, como por exemplo, o do partido austríaco.

Quanto à constituição européia, dois terços são a favor do esboço, embora desejando que os debates continuem. Mas também há partidos mais críticos, como os da Inglaterra e Suécia. Tudo isso tem que ser discutido abertamente. Não queremos aplainar as diferenças. Queremos dizer: este é o Partido Verde Europeu e estes são os pontos de discussão.

Que papel o senhor desempenhará na campanha eleitoral?

Está planejado que eu serei um dos dois porta-vozes da equipe de ponta, uma espécie de curinga.

Quais serão suas metas durante a campanha?

Por um lado enfatizaremos a questão da sustentabilidade, da necessária reviravolta do setor energético – nós a chamamos até de "a revolução da energia". Por outro, há a regulação da globalização, e, por último, a constituição da União Européia. Com esses conteúdos entraremos na campanha.

Na cúpula a três em Berlim, Tony Blair, Jacques Chirac e Gerhard Schröder sugeriram que se indique um "supercomissário" europeu da Indústria, Economia e Meio Ambiente? Qual é sua opinião a respeito?

Essa sugestão é bobagem. Pode-se apresentar uma iniciativa européia para a política industrial, mas não contrapô-la às regulamentações ecológicas necessárias. Tal seria pouco sensato e errado. Estes são os conteúdos, se não foi feito, é culpa da estrutura da Comissão Européia. É também devido à hesitação do Conselho e dos dirigentes. E creio que esta aparente eficiência agora não passa de uma manobra para despistar.

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