Críticos afirmam que corporação classificada pelos EUA de terrorista oprime dissidentes e viola direitos humanos, enquanto apoiadores do governo do Irã a consideram "guardiã" do sistema teocrático.
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Numa decisão extraordinária, os EUA anunciaram nesta segunda-feira (08/04) que a Guarda Revolucionária do Irã passa a fazer parte de sua lista de grupos terroristas estrangeiros. Esta é a primeira vez que os EUA classificam uma agência de outro governo como "organização terrorista". Mas, considerando a hostilidade contínua entre os dois países, a notícia não era inesperada.
"Este passo sem precedentes, liderado pelo Departamento de Estado, reconhece que o Irã não é apenas um Estado patrocinador do terrorismo, mas que a IRGC [sigla em inglês da Guarda Revolucionária], participa ativamente, financia e promove o terrorismo como uma ferramenta de força estatal", disse um comunicado do presidente americano, Donald Trump.
Segundo o gabinete de Trump, a classificação "envia uma mensagem clara" ao governo do Irã de que suas ações têm consequências. Ela significa que os EUA vão impor sanções diretas contra a Guarda Revolucionária.
Em resposta, o governo do Irã declarou o Comando Central dos EUA e as forças militares americanas no oeste da Ásia organizações terroristas e classificou o país de um Estado financiador do terrorismo.
De acordo com o analista de assuntos militares Hossein Aryan, a retaliação não tem significado prático. "É apenas propaganda para consumo doméstico", diz Aryan, que serviu como oficial naval no Irã por 18 anos.
"No entanto, a Guarda Revolucionária pode usar seus 'representantes' para explorar as vulnerabilidades dos EUA no Iraque e na Síria. Ela tem laços estreitos com o poderoso grupo libanês Hisbolá e pode usá-lo para causar problemas às forças americanas no leste da Síria."
A Guarda Revolucionária é a força militar de elite do Irã responsável por proteger o regime de ameaças internas e externas. Com 150 mil homens, ela também controla a milícia Basij, que tem cerca de 90 mil membros ativos, e a força Quds, de operações especiais no exterior.
Ela foi estabelecida no final da Revolução Islâmica do Irã em 1979, como uma milícia armada de elite, cujo papel era proteger o então embrionário regime clerical xiita. Ela também formou um importante contrapeso para os militares convencionais do Irã, cujos integrantes eram vistos durante muito tempo como leais ao xá exilado.
A unidade operou inicialmente como uma força doméstica, mas expandiu-se rapidamente depois que o ditador iraquiano Saddam Hussein invadiu o Irã em 1980, quando o aiatolá Ruhollah Khomeini deu ao grupo suas próprias forças terrestre, naval e aérea.
"Instrumento armado dos abusos do regime"
"A guarda foi criada como uma ferramenta para promover a jihad em todo o mundo", afirma Paulo Casaca, fundador e diretor executivo do South Asia Democratic Forum, baseado em Bruxelas. Ele acredita que a classificação dos EUA seja justificada, pois a Guarda Revolucionária "está envolvida na promoção do terrorismo há muito tempo".
"É importante notar que a União Europeia já listou os líderes mais importantes da Guarda como 'entidades terroristas'", diz Casaca. "Portanto, não há contradição entre as medidas dos EUA e as tomadas pela UE há alguns meses."
"Mas há uma diferença no método", ressalva Casaca, que foi membro do Parlamento Europeu por Portugal de 1999 a 2009. "Enquanto a UE acredita ser melhor manter a classificação para apenas alguns indivíduos – este também é o caso com o Hisbolá do Líbano, que a UE listou apenas parcialmente como uma organização terrorista –, os EUA colocaram toda a organização em sua lista de terroristas."
A corporação supostamente oprimiu dissidentes dentro do Irã e esteve envolvida em tortura e violações maciças dos direitos humanos.
"A Guarda Revolucionária é o principal instrumento armado para os abusos do regime", frisa Casaca. "Tem grande influência econômica no país: faz parte da economia formal e informal do Irã e atua como um órgão de investimento público e de intervenção social."
Ele diz acreditar que a Guarda Revolucionária está envolvida em "espalhar a jihad no exterior".
"Ela direciona finanças e armas para as milícias no Iraque, Síria, Líbano, Iêmen, Afeganistão e Paquistão", ressalta Casaca. "Por meio de sua milícia interna, a Basij, ela [a IRGC] é a ferramenta do regime para a repressão interna. Na maioria das vezes, ela é acionada quando protestos populares se tornam mais fortes no país."
Apoio popular
Apoiadores do governo do Irã consideram a Guarda Revolucionária uma "protetora" e "guardiã" da revolução.
A força também esteve envolvida em serviços públicos e atividades de socorro, tais como ajudar as vítimas das atuais grandes inundações. O chefe da Guarda disse recentemente que as forças "estavam usando todo o seu poder" para responder aos danos causados pelas inundações. Alguns iranianos acreditam que a corporação usou as enchentes para angariar mais apoio no país.
Na terça-feira, legisladores iranianos vestiram uniformes paramilitares e gritaram "morte à América" no Parlamento. O presidente Hassan Rouhani disse que a popularidade da força só aumentaria após a classificação dos EUA, acrescentando que a Guarda Revolucionária será mais apoiada pelos iranianos "do que em qualquer outro momento".
Esse sentimento ficou perceptível nas mídias sociais. "De acordo com o artigo 150 da Constituição iraniana, a Guarda Revolucionária é uma parte das Forças Armadas", escreveu o iraniano Reza Ramezannejad G no Twitter na segunda-feira, usando a hashtag #WeSupportIRGC. "Chamá-los de 'terroristas' é um insulto à constituição do país e do povo do Irã."
Alguns apoiam a decisão dos EUA. "Fui preso pelo IRGC e torturado por três meses", escreveu alguém chamado Madyar no Twitter na segunda-feira. "Ainda sofro com isso mesmo depois de 15 anos. Fiquei preso por quase dois anos. A Guarda Revolucionária é uma força militar 'rebelde' que viola os direitos humanos e é inimiga do Irã. Deixem que eu seja claro: não há razão para apoiar uma instituição que viola os direitos humanos, que é opressiva e que saqueia nossa economia", concluiu.
Reza Alijani, jornalista iraniano residente em Paris e membro do Conselho de Ativistas Religiosos Nacionalistas do Irã, disse à DW que acredita que a decisão tornará a reconciliação e a negociação entre os EUA e o Irã ainda mais difícil.
"As políticas dos governantes do Irã e do governo Trump colocaram os iranianos entre dois polos", sublinha Alijani. "A questão da Guarda Revolucionária deve ser resolvida pelo próprio povo iraniano. Agora, é difícil prever como os iranianos reagirão à decisão dos EUA."
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Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Getty Images/AFP/M. Kahana
Confrontos em Caracas
Em um vídeo, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse diz ter apoio de "valentes soldados" para fim da "usurpação" do poder, aumentando a tensão no país e desencadeando violentos protestos. O governo denunciou uma tentativa de golpe, e tropas pró-Maduro entram em confronto com manifestantes. (30/04)
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Protesto contra desmatamento
Ativistas do movimento ambiental Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção) protestaram em Berlim contra o desmatamento da Amazônia. A manifestação apoiou os mais de 600 cientistas europeus que pediram para a União Europeia vincular as importações oriundas do Brasil à proteção do meio ambiente e dos direitos humanos. (29/04)
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Vitória socialista na Espanha
Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) do primeiro-ministro Pedro Sánchez alcançou vitória folgada nas eleições gerais, conquistando 122 dos 350 assentos no Congresso. Por outro lado, extremistas de direita estão de volta ao órgão legislativo após 37 anos. Agora, Portugal, Irlanda, Luxemburgo e Malta são únicos países da UE sem presença ultradireitista em seus parlamentos nacionais. (28/04)
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Protestos, apesar de promessas
O anúncio do presidente Emmanuel Macron, dois dias antes, não aplacou as reivindicações dos "coletes amarelos" na França, em seu 24º fim de semana, que em Estrasburgo culminaram em choques com as forças de segurança. Na foto, manifestantes acusam "mídias mentirosas" de serem "falsárias do regime Macron". (24/07)
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Nova obra atribuída a Banksy
Um novo grafite atribuído ao artista britânico Banksy foi descoberto perto do monumento Marble Arch, no centro de Londres, onde ativistas ambientais do movimento Extinction Rebellion acamparam durante dias. A obra retrata uma criança segurando o símbolo da Extinction Rebellion. O grafite traz ainda a inscrição: "A partir deste momento, acaba o desespero e começa a tática". (26/04)
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Primeiro encontro
O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin, encontraram-se pela primeira vez e afirmaram que tiveram conversas produtivas sobre a desnuclearização na Península Coreana. A cúpula em Vladivostok sinalizou uma reaproximação de Pyongyang e Moscou, em meio a estagnação das negociações entre Coreia do Norte e EUA. (25/04)
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Kim visita Rússia
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, chegou a Vladivostok, onde foi recebido com honras militares, na véspera da primeira reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O trem blindado norte-coreano parou na estação ferroviária da cidade, onde foi recebido com um tapete vermelho pelo vice-ministro do Exterior, Igor Morgulov. (24/04)
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STJ reduz pena de Lula
A 5ª do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex no Guarujá, mas reduziu a pena de 12 anos e um mês em regime fechado para 8 anos, 10 meses e 20 dias. A Corte abriu assim a possibilidade de que o petista venha a progredir para o regime semiaberto já a partir de setembro deste ano. (23/04)
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Bilionários da Argélia diante da Justiça
Seguindo anúncio do comandante-em-chefe do Exército argelino de que a elite dominante seria julgada por corrupção, começa processo contra cinco bilionários do país antes próximos do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika. Ainda assim, manifestações populares de protesto contra o velho regime entram na nona semana consecutiva. (22/04)
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Atentados sangrentos no Sri Lanka
Uma devastadora série de explosões simultâneas em três igrejas e três hotéis de luxo no Sri Lanka, que matou mais de 200 pessoas e feriu 460. A polícia prendeu oito suspeitos e supõe que haja conexões com o exterior. Entre os mortos estão 32 estrangeiros. (21/04)
Foto: Reuters/D. Liyanawatte
Violência dos "coletes amarelos"
As juras de solidariedade nacional após o incêndio da Catedral de Notre Dame aparentemente não se aplicam ao movimento dos "coletes amarelos". Em seu 23º fim de semana de protestos em Paris, choques ocorreram após manifestantes vestidos de negro atirarem pedras na polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo. Suspeita-se da infiltração de um bloco radical. (20/04)
Foto: Reuters/Y. Herman
Morte na Irlanda do Norte
A polícia de Londonderry está tratando como "incidente terrorista" a morte de uma jornalista de 29 anos, em tiroteio num conjunto habitacional, e suspeita do envolvimento do grupo Novo IRA. Antes, foram lançadas bombas incendiárias sobre o Creggan Housing. A vítima vinha relatando sobre os conflitos no país. (19/04)
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STF revoga censura a sites e libera entrevista de Lula
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou sua decisão anterior de censurar dois sites haviam publicado reportagens que citavam o presidente do Tribunal, Dias Toffoli. Na esteira da decisão, Toffoli liberou o ex-presidente Lula a dar entrevistas para jornais. O petista havia sido impedido de falar com a imprensa no ano passado, também por decisão do STF. (18/04)
Foto: Getty Images/AFP/V. Silva
Ex-presidente do Peru se mata ao ser preso no caso Odebrecht
O ex-presidente do Peru Alan García se suicidou, com um tiro na cabeça, no momento em que a polícia chegou a sua casa em Lima para prendê-lo. Ele era investigado por suspeita de ter recebido propina da Odebrecht. Presidente do Peru entre 1985 e 1990 e entre 2006 e 2011, Garcia chegou a ser encaminhado pela polícia a um hospital. Foi submetido a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu. (17/04)
Foto: Reuters/M. Bazo
Macron promete reconstruir Notre-Dame em até 5 anos
O Presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a Catedral de Notre-Dame, em Paris, poderá ser reconstruída "em cinco anos". "Sim, vamos reconstruir a catedral de forma ainda mais bonita. Quero que isso aconteça em cinco anos, nós podemos". Especialistas, no entanto, são mais cautelosos e estimam que será necessário mais de uma década para recuperar o monumento. (16/04)
Foto: Reuters/C. Petit Tesson
Incêndio destrói parte da Catedral de Notre-Dame
Um incêndio atingiu a Catedral de Notre-Dame, em Paris, um dos monumentos mais visitados do mundo. As imagens da construção em chamas e dos céus da capital francesa cobertos de fumaça logo correram o mundo, enquanto franceses e turistas observavam em choque nas ruas. Foram necessárias horas até que os bombeiros conseguissem conter as chamas e evitar um colapso total da igreja. (15/04)
Foto: Getty Images/H. Hitier
Voo inaugural de um gigante
A maior aeronave do mundo completa com sucesso seu primeiro teste. O Stratolaunch, com uma envergadura da mesma extensão de um campo de futebol, decolou de um aeródromo no deserto de Mojave, na Califórnia, e realizou exercícios de testes por duas horas e meia. O avião foi concebido para ser uma plataforma móvel de lançamento de satélites no espaço. (14/04)
Foto: Stratolaunch Systems Corp.
Papa pede a jovens para deixar vício de celular
Por ocasião da visita de alunos do renomado Liceu Ennio Quirino Visconti, ao Vaticano, pontífice apela para que eles se "libertem da dependência" de telefones celulares. O papa lembrou que "o telefone celular é uma droga" que "pode reduzir a comunicação a simples contatos". Francisco disse ainda que "a vida é comunicar e não somente simples contatos." (13/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/G. Borgia
Desabamento de prédios deixa ao menos três mortos no Rio
Ao menos três pessoas morreram após o desabamento de dois prédios na comunidade de Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro. Oito pessoas fircaram feridas. Ambos os prédios eram residenciais, tinham entre quatro e seis andares e ainda estavam em obras. A suspeita é que os prédios tenham sido construídos pela milícia, que domina o comércio de imóveis na região. (12/04)
Foto: Reuters/R. Moraes
Prisão de Assange
O fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, foi preso em Londres, após a polícia ter sua entrada permitida na embaixada equatoriana onde ele se refugiava há quase sete anos. Assange esteve por trás de um dos maiores vazamentos de documentos secretos da história dos EUA. Ele temia ser enviado pelos britânicos para os EUA, onde enfrenta investigação. (11/04)
Foto: Reuters/P. Nicholls
Primeira foto de um buraco negro
Uma equipe internacional de astrônomos revelou pela primeira vez a imagem real de um buraco negro, que poderá revolucionar a compreensão sobre o tema. A imagem foi obtida pelos cientistas que trabalham na rede mundial de telescópios Event Horizon Telescope. Os esforços envolveram a colaboração de profissionais em várias partes do mundo. (10/04)
Condenados por protestos pró-democracia em Hong Kong
Nove líderes da Revolução dos Guarda-Chuvas, o maior movimento de desobediência civil na história de Hong Kong, foram considerados culpados por perturbação da ordem pública e estão sujeitos a pena de até 7 anos de prisão. Entre os condenados estão Chan Kin-man, professor de Sociologia; Benny Tai, professor de Direito; e Chu Yiu-ming, pastor da Igreja Batista. (09/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/K. Cheung
Demissão do ministro da Educação
O presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez. A pasta vive uma crise desde o início do governo. A gestão do colombiano foi marcada por polêmicas e paralisia. O substituto será Abraham Weintraub, que, segundo Bolsonaro, é professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. (08/04)
Foto: Marcelo Cassal Jr. /Abr
Bolsonaro tem pior avaliação entre presidentes estreantes
Pesquisa Datafolha apontou que 30% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. Essa foi a pior avaliação negativa que um presidente brasileiro eleito registou nos seus primeiros três meses de mandato desde 1990. O levantamento também apontou que 61% dos entrevistados consideram que o presidente Jair Bolsonaro fez menos do que se esperava desde que assumiu o cargo. (07/04)
Foto: picture alliance/AP Photo/A. Schalit
Inauguração do novo Museu da Bauhaus
Weimar inaugurou o novo Museu da Bauhaus. O evento foi um dos pontos altos das comemorações do centenário da renomada escola de artes e design. O novo museu, focado na fase inicial da escola fundada por Walter Gropius, tem o formato de um cubo, e apresenta a coleção mais antiga da Bauhaus, com mais de mil objetos num espaço de 2,2 mil metros quadrados. (06/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Meyer
Bolsonaro cancela horário de verão em 2019
O presidente Jair Bolsonaro anunciou que não haverá horário de verão neste ano. Segundo ele, a decisão foi tomada com base em estudos que apontaram para a "eliminação dos benefícios" da mudança de horário. O porta-voz da Presidência disse que essa é a posição para 2019 e que a continuidade do programa nos anos seguintes será avaliada posteriormente. (05/04)
Foto: picture-alliance/ZUMA Wire/D. Oliveira
Temer réu pela quarta vez
O ex-presidente Michel Temer se tornou réu pelo crime de lavagem de dinheiro, no caso de uma reforma na casa de uma de suas filhas, Maristela. A denúncia afirma que as obras foram financiadas com dinheiro de propina, obtida em contratos da Eletronuclear na usina de Angra 3. Maristela e outras duas pessoas também são rés. Temer, alvo de dez inquéritos e réu em quatro, nega as acusações. (04/04)
Foto: Reuters/A. Machado
Brunei oficializa pena de morte por sexo gay
Novas leis penais islâmicas – que incluem morte por apedrejamento por sexo gay e adultério – entraram em vigor no Brunei. As medidas causaram indignação internacional e provocaram protestos de países, grupos de direitos civis e até de celebridades. As leis fazem do pequeno sultanato o primeiro país do leste ou do sudeste da Ásia a implementar o rígido código islâmico em nível nacional. (03/04)
Foto: Getty Images/AFP
Crivella é alvo de processo de impeachment
A Câmara Municipal do Rio aprovou a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Acusado de crime de responsabilidade, ele segue no cargo até o fim da análise da denúncia, que pode durar 90 dias. Foram 35 votos a favor da investigação e 14 contra. É a primeira vez desde a redemocratização que o Rio abre um processo de impeachment contra um prefeito. (02/04)
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
Bolsonaro visita Muro das Lamentações
Jair Bolsonaro visitou o Muro das Lamentações ao lado de Benjamin Netanyahu, tornando-se assim o primeiro presidente a fazer a visita ao lado de um primeiro-ministro israelense. O local está localizado em Jerusalém Oriental, que foi ocupada por Israel na Guerra dos Seis Dias e depois anexada. Uma visita ao lado do premiê pode ser interpretada como aprovação tácita da anexação. (01/04)