A difícil missão da ajuda humanitária
28 de dezembro de 2004A tragédia de domingo (26/12) no Sudeste Asiático atingiu oito países, fez dezenas de milhares de vítimas fatais e destruiu milhares de quilômetros da costa. Devido às suas dimensões assustadoras, a catástrofe representa um enorme desafio para as organizações de ajuda humanitária, mobilizadas nos países atingidos e no exterior.
"É extremamente difícil fazer um quadro da situação, identificar os problemas principais, localizar a maioria das vítimas e definir quem precisa de ajuda prioritária", explica o alemão Rudi Tarneden, do Fundo das Nações Unidas de Amparo à Infância − Unicef.
Oito organizações alemãs presentes
Milhares de voluntários ajudam na procura de vítimas, no transporte de feridos e de mortos. A primeira coisa a fazer é constituir comissões que sirvam de contato, que centralizem informações, já que os coordenadores sempre são os governos locais. "É como um enorme quebra-cabeça", compara Tarneden.
Os primeiros relatos sobre a situação nos países atingidos vieram dos balneários turísticos, mas não devem ser esquecidas as regiões miseráveis na faixa litorânea, onde morreram milhares de crianças. Segundo Tarneden, "já agora está claro: o que as pessoas de lá necessitam é de um teto sobre a cabeça, medicamentos, alimentos e água".
Mais de mil colaboradores de diversas organizações alemãs de ajuda humanitária estão ativos na região, como por exemplo voluntários da Defesa Civil Alemã (THW), da Diakonie, ligada à igreja luterana alemã, e da Ação Agrária Alemã (Welthungerhilfe).
Água potável, uma prioridade
A situação é bem mais complicada do que se pensou inicialmente, é preciso agir rapidamente, advertiu Martin Baumann, da Ação Agrária Alemã no Sri Lanka. Na avaliação de Carol Bellamy, diretora do Unicef no país, "para as crianças, os próximos dias serão decisivos".
O comissário da União Européia para Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, Louis Michel, sugeriu uma conferência internacional de doadores para reconstruir a região. Na Alemanha, o ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, apelou para que as pessoas façam doações em vez de gastar com fogos de artifício nas festas de final de ano.
As aeronaves das operadoras TUI e LTU que partem para a área da catástrofe a fim de buscar turistas alemães aproveitam para levar material de ajuda. De Hamburgo, partiu um avião levando medicamentos. O Ministério do Interior enviou uma equipe de médicos legistas para ajudar na identificação dos turistas alemães mortos.
Aviões da Força Aérea estão a postos em Munique, Colônia e Düsseldorf para partir em direção ao Sudeste Asiático levando doações e para buscar feridos. Um dos dois modernos MedEvac-Airbus (Airbus 310 para evacuação médica) da Luftwaffe parte na noite desta terça-feira com destino a Pukhet. Ele está equipado com seis unidades de tratamento intensivo, além de 38 camas de hospital e 32 poltronas para passageiros.