Centros em Tóquio e em Osaka são uma das estratégias do governo japonês para acelerar a lenta campanha de vacinação no país. Até agora, apenas 5% dos japoneses receberam ao menos uma dose de vacinas contra a covid-19.
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A dois meses do início dos Jogos Olímpicos, o Japão abriu nesta segunda-feira (24/05) em Tóquio e Osaka os primeiros centros de vacinação em massa contra a covid-19, para acelerar a lenta campanha de imunização no país.
Os centros, geridos pelo exército, ficarão abertos 12 horas por dia, durante três meses, e vão aplicar a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana Moderna, cujo uso emergencial foi aprovado pelo governo japonês na sexta-feira.
O governo espera vacinar até dez mil pessoas por dia no centro de vacinação de Tóquio e cinco mil no de Osaka. A meta é inocular a população com mais de 65 anos (cerca de 36 milhões de pessoas) até o final de julho.
Inicialmente, os novos centros só irão vacinar residentes, mas, depois, pessoas de cidades vizinhas também poderão ser imunizadas. Nas próximas semanas, está prevista a abertura de outros centros deste tipo, mas com gestão municipal.
A lentidão da vacinação no país asiático tem gerado preocupação dentro e fora do território, faltando menos de dois meses para a abertura de Tóquio 2021, prevista para 23 de julho. O Japão começou a vacinar em fevereiro e a campanha anda a passos muito lentos. Até sexta-feira, apenas 5% da população havia recebido ao menos uma dose de vacinas contra a covid-19.
A lentidão da campanha é, em parte, atribuída à demora na aprovação de vacinas, associada à má experiência com efeitos colaterais de outros imunizantes e à falta de profissionais de saúde, exaustos pelo trabalho contra a pandemia.
Em 13 de maio, o Sindicato Nacional de Médicos Japoneses apresentou uma petição ao Governo a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos, alegando o risco elevado de propagação de novas variantes do coronavírus.
Em março, o comitê organizador dos Jogos de Tóquio anunciou que não será permitida a entrada no Japão de torcedores estrangeiros para o evento. Mesmo assim, Uma pesquisa divulgada este mês mostrou que mais de 80% dos japoneses se opõem à realização dos Jogos Olímpicos neste ano.
le (lusa, efe, afp)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.