Lava Jato minou boa parte do capital político do partido, que tenta voltar ao poder após 16 anos e quatro eleições. Nome escolhido para a disputa é Alckmin, que desperta receio entre os próprios tucanos.
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Na tentativa de voltar ao poder há 16 anos e há quatro eleições presidenciais desde 2002, sempre numa disputa antagônica com o PT, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, chega à disputa eleitoral deste ano com tantos percalços quanto os enfrentados por seus opositores do campo da esquerda. A Operação Lava Jato dilapidou boa parte do capital político da legenda, assim como da maioria dos partidos políticos brasileiros.
Se em 2014 o senador Aécio Neves (PSDB-MG) conquistou o voto de quase 51 milhões de brasileiros, no melhor resultado obtido pelos tucanos desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002, agora em 2018 o mineiro talvez nem ouse se candidatar para o Senado, por temer a derrota, e estuda uma candidatura a deputado federal por Minas Gerais.
O nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi o escolhido para o pleito de outubro sem que nenhum outro postulante do partido se apresentasse para a disputa nas prévias partidárias. Porém, a tímida colocação do tucano nas pesquisas de intenção de voto até o momento provoca receio interno, pois isso ocorre apesar de o governador ser um rosto bastante conhecido entre o eleitorado e de ter baixa rejeição (26%).
Alckmin disputou a Presidência em 2006 e é conhecido por 85% da população, de acordo com sondagens feitas pelo instituto Datafolha. Em estimativas do mesmo instituto, de janeiro deste ano, Alckmin atinge 11% das intenções de voto em seu melhor desempenho, isso sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa.
O governador deixará o cargo em abril, e a expectativa dos correligionários é que a partir de então ele consiga se projetar nacionalmente, viajando pelo país. A justificativa formal do PSDB para Alckmin empolgar tão pouco o eleitor brasileiro é o fato de o governador, ciente das regras eleitorais, não fazer campanha antecipada até a data da desincompatibilização, a exigência legal para que deixe o comando de São Paulo para disputar o cargo de presidente.
Para o tesoureiro nacional do PSDB, o deputado federal Sílvio Torres, um dos principais aliados de Alckmin, o cenário da eleição deste ano é totalmente peculiar. Além da Lava Jato, pondera ele, o Brasil viveu um impeachment presidencial em 2016 e o atual governo de Michel Temer (PMDB) é um dos mais impopulares desde a redemocratização.
Torres enfatiza que, segundo as últimas pesquisas eleitorais, mais de 60% dos brasileiros manifestaram o interesse de anular o voto ou se recusam a escolher um candidato no momento. "Há um claro afastamento do eleitor da vontade de votar, com tudo isso. Olhando as pesquisas agora, é clara a impressão de que o quadro atual não será o quadro real de setembro. O PSDB sofre os efeitos de tudo isso, como todos os partidos”, admite Torres.
"Alckmin é uma candidatura consolidada no PSDB, que adquiriu a unanimidade no partido. Ele não fez, até agora, nenhuma ação de caráter eleitoral. O governador é um legalista, respeitador das leis. Ele não está autorizado a fazer isso, até que deixe o governo de São Paulo, em 7 de abril”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).
Para os tucanos, o estilo sereno e conciliador de Alckmin vai assegurar a participação do partido no segundo turno da eleição presidencial. Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta segunda-feira, Alckmin incorpora a ideia de um candidato de centro, fugindo de radicalismos e polarizações com o PT.
"O povo está meio cansado dessa brigalhada política”, declarou o pré-candidato à Presidência. O governador, porém, não passa incólume à Lava Jato. O nome de Alckmin aparece numa delação premiada de um ex-executivo da empreiteira Odebrecht, que diz ter repassado R$ 2 milhões para campanha do tucano em 2010, por caixa dois, numa negociação com o cunhado dele, o ex-banqueiro Adhemar Ribeiro. Alckmin é alvo de um pedido de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O governador considera a delação e a acusação uma "aleivosia”.
Obstáculos
Além da estagnação de Alckmin nas pesquisas e de possíveis complicações da Lava Jato, o PSDB vai enfrentar outras situações adversas, diferentes dos pleitos anteriores. Até o momento, o DEM, aliado tradicional do partido, que fez parte dos governos Fernando Henrique – o antigo PFL –, lançou uma candidatura própria, a do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ). Os tucanos preferem acreditar que, mais adiante, o DEM vai recuar e deve se unir à chapa do PSDB. Os políticos do DEM, por ora, rechaçam a ideia. O presidente nacional da sigla, o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, afirma que o PSDB não é um partido inimigo, mas que não há hipótese de se discutir uma aliança neste momento.
Outra encrenca é uma possível candidatura do MDB, o antigo PMDB, que mudou recentemente o nome. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, era apontado como uma possibilidade de candidatura. Meirelles hoje está no PSD, mas sua migração para o MDB é incerta. A questão crucial, para os tucanos, é que candidaturas de centro-direita podem fragmentar o eleitorado tradicional do PSDB. O senador Álvaro Dias, do Podemos, será candidato a presidente. Ex-tucano, do Paraná, Dias tem boa popularidade em seu estado. A região Sul do Brasil é tradicionalmente um reduto de votos aos tucanos, o que poderá ser abalado neste pleito. "Em 2006, Alckmin fez 65% dos votos em Santa Catarina. Fará de novo”, afirmou o senador Bauer, do estado.
A esperança do PSDB é que ainda seja possível, dentro de três meses, atrair o DEM e o MDB para o entorno de Alckmin. "Acho que haverá uma decantação natural”, afirmou Sílvio Torres. Mesmo sem o DEM, o PSDB diz que já está formada uma aliança eleitoral forte que lhe garantirá um quarto do tempo de televisão para propaganda. "É um patamar seguro”, enfatiza o tesoureiro.
"Não tenho dúvida de que o Geraldo vai atrair o DEM”, afirmou José Aníbal, ex-presidente do Instituto Teotônio Vilela, uma espécie de "think-tank” do PSDB.
Já qualquer aproximação formal com o MDB de Michel Temer é uma incógnita, em especial porque Geraldo Alckmin foi um dos políticos do PSDB que se manifestaram contra a participação do partido no atual governo.
O efeito Minas Gerais
Em 2014, no segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), os tucanos chegaram a considerar a vitória, sobretudo porque acreditavam que o mineiro conseguiria uma vitória por ampla margem sobre a petista em Minas Gerais. A previsão não se confirmou, e a ex-presidente bateu o senador no estado que ele já havia governado. Entre as análises sobre as causas da derrota de 2014, está a votação em Minas, um estado com mais de 15 milhões de eleitores aptos a votar.
O desespero dos tucanos, neste ano, é com o imenso desgaste político de Aécio Neves no estado. Aécio é citado na Lava Jato, quase perdeu o mandato de senador. Foi flagrado num grampo feito pelo empresário Joesley Batista, da JBS, em que aparece pedindo a ele R$ 2 milhões. Como defesa, o PSDB e o senador dizem que ele nunca pediu e tampouco usou dinheiro público. Não se tratava de propina, rechaçam, mas de um pedido pessoal a quem Aécio considerava ser um amigo. O dinheiro seria usado para pagamento de advogados com a defesa de Aécio.
O problema é que, na gravação, além do pedido de dinheiro o senador mineiro fala com desdém das instituições, demonstrando possibilidade de ingerência política na Polícia Federal e no Judiciário, e uma grande articulação política no Congresso para aprovar projetos que dessem anistia aos políticos acusados de caixa dois, pagamentos irregulares e ilegais em campanhas eleitorais.
"Aécio foi um bom governador de Minas, fez um trabalho de transformação impressionante no estado e é reconhecido por todos, mas ele teve o pior momento de sua vida política, foi vítima de uma arapuca, de um diálogo treinado, um diálogo muito infeliz”, diz o deputado federal Marcus Pestana, secretário nacional do PSDB e aliado de Aécio.
Pestana admite que o episódio teve um custo político alto para o partido e o ex-governador, mas assegura que Aécio é inocente e que está se articulando para a disputa eleitoral. O ex-candidato à Presidência tem participado de reuniões políticas semanais no Estado para definir seu futuro político.
"Aécio pode ser candidato a senador, a deputado, ou a nada. Mas vai ajudar o PSDB nacionalmente e em Minas”, enfatizou Pestana. Cabo eleitoral de Alckmin certamente Aécio Neves não será, e os tucanos sabem perfeitamente disso. Tanto que o partido tentou convencer, desesperadamente, o senador Antonio Anastasia, também ex-governador, a disputar mais uma vez o governo de Minas e oferecer a Alckmin um palanque consistente no estado. Anastasia só deu o sinal verde ao PSDB no último fim de semana, mas disputará a contragosto a eleição.
O efeito São Paulo
No estado em que poderia ter uma situação confortável Alckmin terá outro desafio: conciliar um palanque duplo, apoiando o provável candidato do PSDB ao governo, João Dória, e do PSB, Márcio França. O PSB sempre foi aliado de Alckmin em São Paulo. Agora, o partido insiste na candidatura própria, pois França, o vice-governador, vai assumir o estado a partir de abril, quando Alckmin se desincompatibiliza para disputar a Presidência.
Dória também deixará a prefeitura de São Paulo em abril para a disputa estadual, contrariando uma promessa eleitoral que fez em 2016, quando disputou a eleição. Ele chegou a assinar uma carta afirmando que não deixaria a prefeitura para disputar outros cargos futuramente, antes do encerramento de seu mandato.
Assim como ocorreu na disputa para a prefeitura, em 2016, o PSDB paulista promoveu prévias para escolher o candidato ao governo. Dória foi o vencedor, após a divulgação do resultado no domingo, dia 18 de março, com a preferencia de mais de 80% dos votantes (dirigentes e militantes). As prévias, porém, voltam a deixar sequelas no partido. Outros três candidatos disputaram com Dória. Um deles foi José Aníbal, que insiste em críticas a Dória e levanta suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral das prévias.
"Geraldo terá dois palanques em São Paulo, do PSDB e do PSB. O vice-governador Márcio França com certeza vai apoiar o Geraldo. O PSDB está bem. Toda unanimidade é burra”, disse o presidente do partido em São Paulo, Pedro Tobias, minimizando os problemas e divergências internas. "Não é o Geraldo que vai apoiar dois candidatos ao governo de São Paulo. São dois candidatos ao governo de São Paulo, do PSDB e do PSB, que vão apoiar o Geraldo Alckmin para a presidência”, afirmou o deputado federal Ricardo Tripoli, líder do PSDB na Câmara dos Deputados.
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O mês de março em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: picture alliance/dpa/R. Pera
Seis anos após o atentado
A ativista Malala Yousafzai (c., de véu vermelho) retornou com sua família à cidade natal pela primeira vez desde 2012. À época com 15 anos, ela foi baleada na cabeça por um terrorista do Talibã, por defender educação para meninas.Atualmente mora no Reino Unido. Malala chegou a Mingora, no norte do Paquistão, num helicóptero fornecido pelo Exército, em meio a forte esquema de segurança. (31/03)
Foto: DW/Adnan Bacha
Tradição pascoal retomada
Durante décadas, um casal de Saalfeld, na Turíngia, Leste da Alemanha, foi decorando sua macieira com ovos de Páscoa decorados, ultrapassando a marca dos 10 mil deles. Em 2015, abandonaram a prática, devido à idade avançada. No ano seguinte, porém, outros moradores assumiram a tradição na parte histórica da cidade. Tinta, crochê, colagens: tudo é válido para enfeitar os coloridos símbolos. (30/03)
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene
Rússia expulsa diplomatas americanos
A Rússia anunciou a expulsão de 60 diplomatas americanos, bem como o fechamento do consulado dos Estados Unidos em São Petersburgo, em resposta a medidas semelhantes adotadas pelo governo americano dias antes. A decisão é mais um episódio da escalada de tensão entre Moscou e o Ocidente após o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal em 4 de março passado no Reino Unido. (29/03)
Foto: picture-alliance/dpa/TASS/P. Kovalev
Kim Jong-un visita a China
Após dias de especulação, a Coreia do Norte e a China confirmaram que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou Pequim. Foi a primeira viagem ao exterior dele no cargo, em meio ao processo de melhora nas relações com a Coreia do Sul. Em encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, Kim se comprometeu com a desnuclearização e a se reunir com autoridades dos Estados Unidos. (28/03)
Foto: picture-alliance/XinHua/dpa/J. Peng
Ataque a caravana de Lula
Um ataque a tiros contra a caravana do ex-presidente Lula no Sul do país gerou reações indignadas na classe política. Vários presidenciáveis, como Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede), além do presidente Michel Temer, condenaram o incidente, que envolveu dois ônibus da comitiva do petista. Os veículos foram atingidos por tiros no Paraná, mas ninguém ficou ferido. (27/03)
Foto: picture alliance/dpa/Photoshot/R. Patrasso
Comoção após incêndio na Rússia
Milhares de russos se reuniram em um protesto na praça central da cidade de Kemerovo, na Sibéria, culpando as autoridades pela morte de ao menos 64 pessoas, entre elas 41 crianças, no incêndio em um shopping da cidade, dois dias antes. A lista de acusações da sociedade inclui negligência aos padrões de segurança, bloqueio das saídas de emergência e sobrecarga das equipes de resgate. (27/03)
Foto: Reuters/M. Lisova
Onda de expulsão de diplomatas russos
Em solidariedade ao Reino Unido, uma série de países anunciou a expulsão de diplomatas russos de seus territórios, como resposta ao envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal na Inglaterra. Nos Estados Unidos, a medida afeta 60 funcionários. Dezesseis países da União Europeia, incluindo Alemanha e França, também anunciaram expulsões, além de Canadá, Ucrânia, Noruega e Austrália. (26/03)
Foto: Reuters/File Photo/M. Zmeyer
Detenção na Alemanha
A polícia alemã deteve o ex-chefe de governo da Catalunha Carles Puigdemont, foragido da Justiça espanhola, quando ele tentava atravessar de carro a fronteira a partir da Dinamarca. O líder do movimento separatista catalão foi detido numa autoestrada no estado de Schleswig-Holstein. Ele havia partido da Finlândia e tentava atravessar a Alemanha por terra até a fronteira com a Bélgica. (25/03)
Foto: Imago/Agencia EFE/A. Dalmaux
Marcha contra armas nos EUA
Milhares de americanos saíram às ruas em 800 cidades do país para pedir um maior controle de armas. Convocado por estudantes sobreviventes do recente massacre na Flórida, os atos foram a maior manifestação antiarmas nos EUA dos últimos anos e um dos maiores protestos estudantis desde a Guerra do Vietnã. Maior protesto ocorreu em Washington (foto). (24/03)
Foto: Getty Images/A. Wong
Ataque no sul da França
Pelo menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas, quando um homem armado, jurando lealdade ao "Estado Islâmico", abriu fogo no sul da França e em seguida se entrincheirou num supermercado, onde fez reféns por horas e depois foi morto pela polícia. O caso está sendo tratado como terrorista pelas autoridades francesas. O atirador era um marroquino que era monitorado pelas autoridade.(23/03)
Foto: picture-alliance/Maxppp/A. Nathalie
Ofensiva comercial contra China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando com medidas comerciais contra a China, devido a um suposto roubo de propriedade intelectual. As ações preveem a imposição de taxas sobre produtos importados do país asiático e processos na Organização Mundial do Comércio (OMC). Imposição de tarifas a importações que podem chegar a US$ 60 bilhões. (22/03)
Foto: Reuters/J. Ernst
Papa liga para mãe de Marielle Franco
O papa Francisco conversou com a mãe da vereadora Marielle Franco, segundo divulgou a Fundação Alameda, liderada pelo amigo pessoal do pontífice, Gustavo Vera. Francisco ligou para a família da defensora de direitos humanos depois de receber uma carta da filha de Marielle. No telefonema, o pontífice expressou solidariedade à família da vereadora, assassinada em 14 de março. (21/03)
Foto: picture-alliance/AP/
Primavera com neve
O primeiro dia da primavera na Europa começou com neve na Alemanha. Em alguns locais, os termômetros registraram 10°C negativos durante a madrugada e houve nevascas leves do nordeste até o centro da Alemanha. (20/03)
Foto: picture-alliance/dpa/A. Warmuth
Avanço do Brexit
Bruxelas e Londres chegam a acordo sobre termos do período de transição após a saída do Reino Unido da UE, anunciaram o negociador-chefe do bloco Michel Barnier e o ministro britânico David Davis. Nos 21 meses posteriores ao Brexit, Londres não participará das decisões da UE, mas manterá acesso ao mercado único e à união aduaneira. Direitos de cidadãos europeus serão mantidos no período. (19/03)
Foto: picture-alliance/AP Photo/V. Mayo
Putin vence mais uma vez
Em uma eleição sem candidatos capazes de desafiar o seu poder, Vladimir Putin conquistou mais um mandato presidencial. No poder desde 1999, o mandatário poderá ficar no poder até 2024. Segundo os primeiros resultados, mais de 70% do eleitorado que compareceu às urnas votou pela permanência de Putin no poder. (18/03)
Foto: Reuters/D. Mdzinarishvili
Xi Jinping é eleito para novo mandato na China
A Assembleia Nacional Popular da China decidiu por unanimidade reconduzir o presidente do país, Xi Jinping, para um segundo mandato. Xi, de 64 anos, foi reeleito graças a uma reforma constitucional aprovada em 11 de março. O novo mandato vai se estender até 2023, mas a reforma também colocou fim ao limite de reeleições, abrindo caminho para Xi se manter no cargo além desse período. (17/03)
Foto: Reuters/Jason Lee
Protestos antigoverno na Eslováquia
Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades da Eslováquia para exigir eleições antecipadas e uma investigação imparcial do assassinato do jornalista Jan Kuciak, que apurava ligação entre políticos de alto escalão do país e organizações criminosas. O primeiro-ministro Robert Fico renunciou ao cargo diante do escândalo, mas o poder se manteve nas mãos de seu partido. (16/03)
Foto: Getty Images/AFP/J. Klamar
Comoção após morte de vereadora
O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, do Psol, gerou indignação e protestos no Brasil, além de repercussão no exterior, com reação da ONU e de deputados europeus. Conhecida por defender os direitos das mulheres e a inclusão social, além de ser uma crítica ferrenha da violência policial, Marielle foi morta a tiros dentro de um carro no centro do Rio na noite de 14 de março. (15/03)
Foto: CMRJ/Renan Olaz
Morre Stephen Hawking
O físico britânico Stephen Hawking morreu aos 76 anos, em sua casa em Cambridge, informou sua família em comunicado. O cientista, conhecido por seu trabalho na área da relatividade, é autor de grande parte das descobertas da astrofísica moderna, como a nova teoria do espaço-tempo e a radiação dos buracos negros. Ele sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA) desde os 21 anos. (14/03)
Foto: Getty Images for Breakthrough Prize Foundation/B. Bedder
Merkel é reeleita chanceler federal alemã
Quase seis meses após a vitória na eleição parlamentar de 23 de setembro, Angela Merkel foi reeleita chanceler federal pelo Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, para mais quatro anos de governo. Ela obteve a maioria absoluta necessária dos votos logo no primeiro escrutínio. Entre os 688 votos válidos, 364 foram a favor de Merkel, 315 foram contrários e nove se abstiveram. (14/03)
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Trump troca secretário de Estado
O presidente americano, Donald Trump, anunciou que vai substituir o atual secretário de Estado, Rex Tillerson, pelo diretor da CIA, Mike Pompeo. A agência de inteligência será comandada pela atual vice, Gina Haspel, primeira mulher a assumir o cargo. Trump não deu qualquer explicação para as trocas – ele e Tillerson divergiam com frequência sobre vários temas da política externa dos EUA. (13/03)
Foto: picture-alliance/dpa/J. Ernst
Morre o "contador de Auschwitz"
Oskar Gröning, ex-membro da Waffen-SS (tropa de elite nazista) e conhecido como "contador de Auschwitz", morreu aos 96 anos. O alemão foi condenado em 2015 a quatro anos de prisão por cumplicidade no massacre de 300 mil pessoas no campo de extermínio nazista de Auschwitz, mas nunca chegou a cumprir a pena. Ele serviu no local em 1942 e 1943, durante a ocupação nazista na Polônia. (12/03)
Foto: picture-alliance/dpa/J. Stratenschulte
Rumo à presidência vitalícia
Deputada do Congresso Nacional do Povo da China deposita seu voto em eleição sobre 21 emendas constitucionais, entre elas a que acaba com o limite para mandatos de presidentes do país. As mudanças foram aprovadas, de uma vez, por 2.958 votos a favor, dois contrários e três abstenções. Com a decisão, o presidente chinês, Xi Jinping, abre caminho para se eternizar no poder. (11/03)
O polêmico ex-assessor do presidente Donald Trump Steve Bannon foi saudado por Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, na abertura, em Lille, do 16º congresso da legenda de extrema direita, que tenta uma refundação com um novo nome. Estrela do evento, ele disse, em discurso diante dos membros da agremiação francesa, que a história está do lado dos atuais movimentos nacionalistas. (10/03)
Foto: Reuters/P. Rossignol
Abertura dos Jogos Paralímpicos
O Jogos Paralímpicos de Inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, foram abertos com uma cerimônia marcada por muitas cores, música e dança. Diferente dos Jogos Olímpicos de Inverno, o país-sede não desfilou com a vizinha Coreia do Norte. Nem mesmo o nevoeiro e o intenso frio apagaram o brilho da festa, diante de arquibancadas lotadas e um público muito empolgado. (09/03)
Foto: Reuters/P. Hanna
Dia Internacional da Mulher
Protestos, que pediam igualdade de direitos e fim da violência e do assédio sexual, marcaram o Dia Internacional da Mulher pelo mundo. Na Espanha, além das manifestações, mais de 5 milhões de trabalhadoras aderiram a uma greve parcial que atingiu vários setores. Várias associações feministas do país convidaram ainda as mulheres a renunciarem à realização de tarefas domésticas neste dia. (08/03)
Foto: Reuters/S. Vera
Eleição em Serra Leoa
Milhares de pessoas foram às urnas em Serra Leoa para eleger o novo presidente do país. O pleito histórico é o primeiro após a epidemia de ebola de 2014 e põe fim aos 11 anos do presidente Ernest Bai Koroma no poder. Apesar da tensão política e da possibilidade de o partido governante perder a presidência, a votação foi pacífica. Os resultados devem sair na próxima semana. (07/03)
Foto: DW/A.-B. Jalloh
A mais antiga mensagem em garrafa
Um museu na Austrália apresentou a mais antiga mensagem numa garrafa que se conhece no mundo. Ela foi lançada há 132 anos, por um navio alemão, e acabou encontrada numa remota praia do oeste australiano. Mensagem fazia parte de experimento global sobre correntes oceânicas e rotas de transporte marítimo. (06/03)
Foto: picture-alliance/dpa/K. Illman
Visita histórica
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, recebeu uma delegação sul-coreana de alto nível em Pyongyang. De acordo com Seul, o grupo foi ao país pedir ao regime da Coreia do Norte que retome o diálogo sobre seu programa nuclear. É a primeira vez que Kim reúne-se com representantes de um governo sul-coreano. (05/03)
Foto: picture-alliance/AP Photo/Jung Yeon-je
SPD diz "sim" a Merkel
Os filiados do Partido Social-Democrata (SPD) aprovaram a formação de uma nova coalizão de governo com a União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler federal Angela Merkel, e a União Social Cristã (CSU), encerrando meses de indefinição na política da Alemanha. O "sim" venceu com 66% dos votos válidos. Com isso, Merkel deverá ser eleita para um quarto mandato em 14 de março. (04/03)
Foto: Reuters/A. Schmidt
EUA castigados por mau tempo
Ao menos sete pessoas, incluindo duas crianças, morreram em consequência da forte tempestade que atinge o leste dos Estados Unidos. Com nevascas e ventos intensos, o mau tempo provoca caos no país, cancelando voos e trens, bloqueando estradas e deixando ao menos 2 milhões de pessoas sem energia. Segundo meteorologistas, é o segundo "ciclone bomba" a atingir o leste dos EUA em dois meses. (03/03)
Foto: picture-alliance/AP Photo/The Albany Times Union/S. Dickstein
Temer investigado na Lava Jato
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, autorizou a inclusão do presidente Michel Temer como um dos investigados em um inquérito que apura repasses da empreiteira Odebrecht à campanha eleitoral do MDB. A ação já inclui os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Segundo um delator, Temer participou de um jantar no Palácio do Jaburu em maio de 2014 para tratar da propina. (02/03)
Foto: Agencia Brasil/V. Campanato
Economia brasileira cresce 1% em 2017
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1% em 2017 em relação ao ano anterior, disse o IBGE. O valor anual total chegou a R$ 6,6 trilhões. Esta é a primeira alta depois de dois anos de quedas, ambas de 3,5%. Entre as atividades, a agropecuária teve o maior crescimento no ano, de 13%, principalmente devido à agricultura. Já o setor de serviço detém o maior peso na composição do PIB. (01/03)