Astronauta alemão Alexander Gerst divulga imagens que mostram efeitos da atual onda de calor e estiagem sobre o continente europeu. "Tudo o que deveria estar verde está seco e marrom", afirma.
Anúncio
O famoso astronauta alemão Alexander Gerst, que se encontra em missão na Estação Espacial Internacional (ISS), manifestou espanto diante da dimensão da atual estiagem em seu país natal e na Europa, fortemente castigada por uma prolongada onda de calor que assola o Hemisfério Norte.
No Twitter, o astronauta divulgou fotos da Alemanha e da Europa Central registradas a partir do espaço nesta segunda-feira (06/08). Os posts viralizaram rapidamente.
"Visão chocante. Tudo o que deveria estar verde está seco e marrom", escreveu junto com as primeiras imagens que divulgou do continente.
A foto da esquerda mostra a região da Renânia, no oeste da Alemanha, incluindo as cidades de Düsseldorf, Colônia e Bonn.
"Condições climáticas dramáticas hoje em Portugal. Parece uma mistura de poeira, areia e fumaça", disse em outro tuíte.
Em seguida, o astronauta divulgou, para efeito de comparação, algumas imagens da Europa capturadas em 2014, quando participou de uma missão na ISS pela primeira vez. "Diferença enorme, visível a olho nu a partir do espaço", comentou.
A atual onda de calor foi sentida de norte a sul do continente europeu. Em Portugal, temperaturas recordes foram registradas, chegando a 46,8 °C na cidade de Alvega. A Suécia teve seu verão mais quente em 260 anos.
Na Alemanha, o calor, com vários dias de temperaturas acima dos 35 °C, fez o nível de rios como o Reno baixar drasticamente, forçando embarcações de transporte a navegar com carga reduzida.
A estiagem também fez com que agricultores alemães solicitassem ajuda do governo para compensar as safras perdidas. Segundo o presidente da Associação de Agricultores Alemães (DBV), bilhões de euros devem ser necessários para compensar perda de até 70% das safras em algumas áreas.
Gerst, que tem 1,19 milhão de seguidores do Twitter, já se manifestou diversas vezes sobre problemas ambientais. Em entrevista coletiva neste ano, ele comentou o que notou quando viu a Amazônia do espaço: "Há gramado em vez do verde escuro da floresta."
O astronauta partiu rumo à ISS pela segunda vez em junho, na missão Horizons. No espaço, ele vem trabalhando em 50 experimentos europeus, incluindo alguns que estudam como os músculos e o cérebro reagem à vida fora da Terra. Durante dois meses da missão, que deve ser encerrada em dezembro, Gerst será o primeiro alemão a assumir o comando da estação internacional.
LPF/dpa/ots
_______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp
As temperaturas em meados de 2018 surpreendem os europeus: de quase 48 graus em Portugal a verão recorde de 260 anos na Suécia. Apesar das chuvas escassas por toda parte, há também quem se divirta.
Foto: Getty Images/AFP/T. Schwarz
Portugal: É bom estar na sombra...
Num banco de parque em Lisboa, este cidadão aproveita o calor do sol. E tem havido bastante em Portugal, pois a Península Ibérica recebe as ondas quentes vindas do Norte da África. Até o momento, o recorde de temperatura está com Amareleja, no sul: 47,4°C. Porém também em outras partes do país vigora o alerta vermelho.
Foto: Getty Images/AFP/P. de Melo Moreira
... mas melhor ainda estar na água
Fontes, como esta na praça do Rossio, na capital, oferecem bem-vindo alívio do verão inclemente. Além das temperaturas elevadas, Portugal é alvo de nuvens de areia oriundas do deserto do Saara, tingindo o céu de amarelo escuro em alguns locais.
Foto: Getty Images/AFP/P. de Melo Moreira
Espanha: Perigo de vida
Na vizinha ibérica Espanha, o mercúrio está igualmente em alta, e foram expedidas advertências sobre os perigos para a saúde. No fim de julho, pelo menos três pessoas morreram por complicações relacionadas ao calor excessivo. Este homem de Madri segue os conselhos das autoridades: abrigar-se do sol e beber muito líquido.
Foto: picture-alliance/AP Photo/F. Seco
Itália: Proteção a todo custo
Parece uma cena de chuva, mas é justamente o contrário: um grupo de turistas se protege do sol na Praça de São Pedro, no Vaticano. Apesar das altas temperaturas na Itália, o fluxo de visitantes à cidade-Estado, sede da Igreja Católica, permanece miraculosamente intenso.
Foto: Reuters/M. Rossi
Problema de longa data
As fontes de Roma são numerosas e belas, e uma das grandes atrações turísticas da capital italiana. Na hora do aperto, porém, qualquer fio d'água serve como salvação. Apesar de 2018 ser um ano extremo, ambientalistas lembram que na península as ondas de calor são um problema de longa data: nos últimos 11 anos quase 24 mil morreram na Itália em decorrência de temperaturas veranis excessivas.
Foto: Reuters/M. Rossi
Alemanha: Pouca chuva e castigo solar
Apesar de sua posição setentrional no continente europeu, também a Alemanha tem sofrido temperaturas inusualmente altas, acompanhadas por muito menos chuva do que o normal. Os agricultores solicitaram ajuda governamental para compensar as safras perdidas.
Foto: Getty Images/AFP/T. Schwarz
Paisagem desértica?
O calor fez o nível da água no rio Reno cair dramaticamente, expondo trechos de seu leito – como aqui, em Düsseldorf. Embarcações de transporte estão sendo forçadas a reduzir suas cargas, a fim de não correr o risco de encalhar.
Foto: Reuters/W. Rattay
Áustria: Moda veranil para cães policiais
Na capital austríaca, Viena, o asfalto ficou quente demais para as patas dos cães policiais. A solução não se fez esperar: sapatos feitos sob medida para os agentes caninos da lei. Pelo menos o cão da foto, chamado "Spike", parece ter se adaptado rapidamente a essa moda de verão.
Foto: picture-alliance/Keystone
Inglaterra: Perigo de incêndio nos parques
Na ilha britânica normalmente conhecida por seu clima frio e chuvoso, o verão inusitadamente longo deu cabo de muitos gramados e jardins, como o Greenwich Park de Londres. O Corpo de Bombeiros alerta que parques e outras áreas gramadas se transformaram em verdadeiros palheiros, e o perigo de incêndio é grande, após um julho que foi o terceiro mais quente no Reino Unido em mais de um século.
Foto: Getty Images/AFP/D. Leal-Olivas
Frescor líquido em Londres
Porém mesmo no centro da capital há onde buscar alívio, como nesta fonte da Trafalgar Square. Uma vítima do calor é o comércio londrino: segundo a firma de contabilidade BDO, as vendas no varejo caíram 1,1% em julho. "O calor escaldante não encorajou as compras físicas e dificultou a frequência às lojas."
A nórdica Suécia teve seu julho mais quente em 260 anos. As altas temperaturas propiciaram incêndios florestais que se estenderam até o Círculo Ártico. Na capital Estocolmo, por outro lado, esses habitantes urbanos estão dispostos a ver o tempo quente como um presente de férias, indo nadar no parque Tantolunden.