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"A França está em guerra", diz Hollande

16 de novembro de 2015

Em discurso a parlamentares no Palácio de Versailles, presidente anuncia endurecimento de medidas antiterrorismo em resposta a ataque de Paris. Líder francês convoca EUA e Rússia a juntar forças contra o EI.

Foto: Reuters/Philippe Wojazer

"A França está em guerra", afirmou o presidente francês, François Hollande, ao discursar no Palácio de Versailles nesta segunda-feira (16/11), três dias após ataques que deixaram ao menos 129 mortos e mais de 350 feridos em Paris.

"Não estamos empenhados numa guerra de civilizações, porque esses assassinos não representam ninguém. Estamos em guerra contra o terrorismo jihadista que está ameaçando todo o mundo", declarou aos parlamentares do Senado e da Assembleia Nacional francesa. "O terrorismo não vai destruir a República Francesa, porque ele será destruído pela República."

Em resposta à série de atentados da última sexta-feira na capital francesa, Hollande quer promover emendas à Constituição para que o governo possa tirar a cidadania francesa de terroristas com dupla nacionalidade nascidos no país. "Devemos ter meios de revogar a cidadania francesa de uma pessoa condenada por atos terroristas", afirmou.

Hollande convocou os parlamentares a prorrogarem por três meses o estado de emergência no país. Ele também anunciou o incremento de fundos para a segurança nacional, 5 mil policiais a mais nas ruas e mil soldados extras nas fronteiras.

O presidente francês convocou os Estados Unidos e a Rússia a juntar forças para destruir o grupo "Estado Islâmico" (EI) e disse que deve viajar a Washington e a Moscou nos próximos dias para se encontrar com o presidente americano, Barack Obama, e com o presidente russo, Vladimir Putin. "Temos que combinar nossas forças para alcançar um resultado, que já está vindo muito tarde", afirmou.

"Vamos destruir o terrorismo", disse HollandeFoto: Reuters/Philippe Wojazer

Na cúpula do G20 na Turquia, Obama classificou os ataques em Paris como um "revés terrível e repugnante", mas insistiu que a coalizão internacional está fazendo progressos. Reunidos em Antalya, líderes do G20 declararam combate conjunto ao terrorismo.

O EI reivindicou a responsabilidade pelos tiroteios e atentados suicidas a bomba na casa de espetáculos Bataclan, nos arredores do estádio Stade de France e em bares e restaurantes da capital francesa.

Segundo o grupo extremista, os atos terroristas foram uma resposta aos ataques aéreos efetuados pela França contra jihadistas na Síria e no Iraque. A coalizão internacional liderada pelos EUA tem realizado bombardeios contra territórios dominados pelos jihadistas desde o ano passado.

Ataques planejados na Síria

De acordo com investigadores franceses, um cidadão belga que vive na Síria teria sido o mentor da série de atentados. Abdelhamid Abaaoud, de 27 anos, que integra as fileiras do EI sob o nome de Abu Omar al-Baljiki, cresceu em Moleenbeck, na região metropolitana de Bruxelas.

"O ato de guerra da sexta-feira foi decidido e planejado na Síria, preparado e organizado na Bélgica e realizado em nosso território com a cumplicidade de cidadãos franceses", disse Hollande em seu discurso.

O presidente foi ovacionado por parlamentares antes de cantarem o hino nacional francês, num gesto de unidade. Ao meio-dia desta segunda, a França e outros países europeus fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do pior ataque terrorista já executado em solo francês.

KG/rtr/dpa/ap

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