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"A França permanece em estado de choque", diz Hollande

9 de janeiro de 2015

Após perseguição de suspeitos de atentado contra jornal, agora cercados pela polícia, presidente François Hollande diz que, neste momento, tudo deve ser feito para proteger os franceses.

Foto: Reuters/P. Wojazer

O presidente francês, François Hollande, encontrou-se nesta sexta-feira (09/01) com o primeiro-ministro e o ministro do Interior para uma reunião de emergência por conta da perseguição aos dois suspeitos de terem cometido o atentado contra o semanário parisiense Charlie Hebdo.

"A França permanece em estado de choque enquanto os criminosos não são presos, enquanto as operações estão em andamento", declarou Hollande.

Após serem perseguidos num carro roubado, os dois irmãos suspeitos de terem realizado o ataque ao jornal – os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos – foram cercados num estabelecimento comercial da pequena cidade de Dammartin-en-Goële, cerca de 40 quilômetros a nordeste de Paris.

Dois dias após o ataque que chocou o país, o presidente ressaltou que tudo deveria ser feito neste momento para proteger os franceses. "Eu confio em nosso país. Ele mostrou grande capacidade de união. Precisamos agir de modo que os franceses possam viver juntos e em segurança no futuro", declarou à imprensa. "Nossa maior força é a união."

Segundo Hollande, ameaças terroristas contra instituições francesas não são novidade. "Sabíamos que algo poderia acontecer a qualquer momento." O líder francês afirmou que vários planos de atentado foram frustrados nos últimos meses.

"Nós estamos em guerra contra o terrorismo. Não estamos em guerra contra uma religião ou uma civilização", disse o premiê francês, Manuel Valls, que também participou da reunião de emergência no gabinete do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. "Sem dúvida, será necessário tomar medidas" para responder à "ameaça" terrorista, afirmou Valls.

Está previsto ainda para esta sexta-feira um encontro no Palácio do Eliseu entre Hollande e a líder da oposição, Marine Le Pen, do partido de extrema-direita Frente Nacional, num raro convite feito pelo presidente.

A polícia mantém agora a cidade de Dammartin-en-Goële praticamente sitiada e a imprensa afastada do local onde os irmãos Kouachi estariam entrincheirados com um refém. As autoridades anunciaram que não haverá qualquer divulgação de informações sobre a situação em Dammartin-en-Goële até o fim da operação.

LPF/afp/dpa

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