Antigo criadouro de coelhos transformado em residência real de verão em 1794 é um dos passeios preferidos dos berlinenses. Patrimônio Mundial da Humanidade, ilha preserva castelo de seus tempos áureos.
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A pequena ilha ao sudoeste de Berlim, no meio do rio Havel, costuma passar despercebida em guias turísticos, no entanto, a Ilha do Pavão, que viveu tempos áureos durante o reino de Frederico Guilherme 2º da Prússia, é uma viagem no tempo e um pequeno oásis de tranquilidade no meio da agitada capital alemã.
Seu primeiro uso pouco remete a seu nome: na ilha durante a segunda metade do século 17 eram criados coelhos. Somente em 1794, Frederico Guilherme 2º resolveu transformar o antigo criadouro numa residência de verão para encontros secretos com sua amante, Guilhermina Enke. Como ninho dos pombinhos, o rei mandou construir um castelo inspirado em modelos ingleses e franceses.
Uma das exigências aos arquitetos era que o castelo branco, de dois andares, fosse construído com madeira prussiana. Para quem não conhece essa história e visita a ilha pela primeira vez, o castelo parece ser uma imitação barata do "castelo de verdade", mas não, ele realmente foi construído como está até hoje lá.
Guilhermina, claro, participou ativamente nos planos para a construção, escolhendo inclusive a decoração e os móveis. Porém, ela não pôde usufruir dele, pois Frederico Guilherme 2º morreu pouco antes da entrega da obra, e a amante real foi mandada para exílio pelo sucessor do rei, Frederico Guilherme 3º.
Além do castelo, Frederico Guilherme 2º mandou também construir na ilha um espaço para a criação de vacas leiteiras que deveria parecer uma ruína de um antigo convento.
Ao assumir o trono, Frederico Guilherme 3º transformou a ilha numa residência de verão da família real. Sob seu comando, o local virou uma espécie de fazenda ornamental. Após a morte da rainha Luísa, em 1810, o rei construiu um monumento em homenagem à esposa na ilha. Além disso, diversas novas construção surgiram na região, inclusive um minizoológico, que chegou a possuir cerca de 800 animais.
O sucessor de Frederico Guilherme 3º, Frederico Guilherme 4º, não era fã do minizoológico e, em 1844, doou os animais ao primeiro zoológico da Alemanha, o de Berlim. Com a mudança no trono, a ilha foi ignorada pela família real.
Ela só voltaria aos holofotes em 1936, quando foi palco de uma festa de encerramento dos Jogos Olímpicos de Berlim. Atualmente, a ilha é um parque e, desde 1990, faz parte da lista de Patrimônios Mundiais da Humanidade. O local é também um destino de passeio bem popular entre os berlinenses.
Para chegar até a Ilha do Pavão, há uma balsa que sai da rua Pfaueninselchaussee 100 a cada 15 minutos. A passagem custa 4 euros.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
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Dez grandes dicas de hotéis em Berlim
Ao lado de Munique, Frankfurt e Hamburgo, a capital alemã é um dos destinos mais populares de viagens pelo país. Para quem busca mais do que uma cama para dormir, algumas ideias que só Berlim poderia oferecer.
Foto: picture-alliance/dpa/P.Zinken
Quando a noite cai sobre a capital
Com uma rede de cerca de 800 hotéis e albergues, Berlim apresenta um aumento constante do número de pernoites. As novas casas querem impressionar os hóspedes com um certo "espírito de Berlim": um pernoite pode ser uma experiência fantástica.
Foto: picture-alliance/dpa/P.Zinken
Espaço para ideias
A casa de banho pública Stadtbad foi fechada por 30 anos antes de ser ressuscitada como o Hotel Oderberger em 2016. Em pleno badalado bairro de Prenzlauer Berg, o salão ao estilo de uma catedral de 1902, onde ficava a piscina, é o destaque. O piso hidráulico pode ser elevado, fazendo com que a água suma e a área toda se transforme num salão de baile. Os quartos ficam nos antigos banheiros.
Foto: Martin Kunz
Uma selva urbana
O Hotel 25hours Bikini Berlin funciona sob o lema "selva urbana". Quem quiser ser acordar ao som de macacos e pássaros de verdade, basta reservar um quarto com vista para o Jardim Zoológico de fama mundial. Do outro lado do edifício, há a agitação da cidade ao redor da igreja Memorial (Gedächtniskirche) e a avenida Kudamm. O Monkey Bar, no último andar, oferece uma vista perfeita.
Foto: L. Wendt
Para cinéfilos
O novo hotel mais espetacular de 2016, o arranha-céu Upper West, é o primeiro hotel temático da cadeia MotelOne: são 582 quartos distribuídos em 18 andares, decorados com ursos dourados do prêmio da Berlinale e fotos de estrelas de cinema. No 10º andar, a vista a partir do saguão explicita o tema: em frente está o Zoo-Palast, lendária sala de cinema que também sedia o festival internacional.
Foto: L. Wendt
Charme ecológico
O hotel orgânico Lulu Guldsmeden, em Mitte, é sustentável e de uma tranquilidade charmosa. Da cama à escova de dentes, muito aqui é feito de bambu. A comida, também orgânica, vem principalmente de fornecedores locais. A cadeia de hotéis dinamarquesa aposta em ideias ecológicas, de bicicletas a cardápios de madeira. Durante a reforma, o antigo piso do hotel naturalmente ganhou nova vida.
Foto: L. Wendt
O maior albergue
Disfarçado num antigo colégio imperial, perto da Ostkreuz, está o maior albergue da juventude de Berlim, que abriu as portas em 2016 no moderno bairro de Friedrichshain-Kreuzberg. Seus 125 quartos de vários tamanhos, com banheiros privativos, têm design moderno. A acomodação de baixo custo é apreciada por famílias e turmas escolares, mas também por casais e viajantes solitários.
Foto: L. Wendt
Para nostálgicos
Com seus teatros de variedades e salões de dança, a década de 1920 moldou Berlim como nenhuma outra época. O Hotel Provocateur oferece quartos em estilo art déco, com cenas de dança burlesca projetadas nas paredes. Mas à noite uma dançarina de verdade também recebe os clientes do restaurante, e artistas vestidos de cabaretistas os convidam para uma selfie.
Foto: Hotel Provocateur
Para os amantes de história
Berlim foi fundada no século 13 na pequena Ilha do Spree, cuja extremidade norte é a hoje mundialmente famosa Ilha dos Museus. Na ponta sul, entre a água e o tráfego ensurdecedor, o Hotel Capri oferece desde 2017 143 apartamentos com cozinha, para estadas de longa duração. No saguão, o piso de vidro permite ver escavações de antigas casas do período de fundação da cidade.
Foto: Frasers Hospitality
Do rústico ao chique
Sem mobiliário uniforme, tudo misturado e com sinais de uso: esse é o tom de muitos albergues de Berlim. O Wallyard Concept Hostel (foto), numa antiga fábrica de Moabit, impressiona com arte, um ar de sala de estar caseira e o bolo da mamãe. Já no palácio industrial da estação Warschauer Str., vagões de trens cortados pela metade e malas históricas dão realce aos interiores simples.
Foto: L. Wendt
Um grande canteiro de obras
De antigo muro fronteiriço da Alemanha Oriental a mundialmente famosa galeria ao ar livre, a East Side Gallery atrai milhões de turistas todos os anos. Diante dela, as grandes cadeias Meininger, Indigo e Hampton by Hilton abrem seus hotéis em 2018, como parte de um novo bairro de diversões, com salas de eventos, cinemas, pistas de boliche, restaurantes e bares.
Foto: L. Wendt
Berlim do futuro
Com 368 metros, a Torre de Televisão da Alexanderplatz, é o edifício mais alto da Alemanha e um marco de Berlim. É também a inspiração para o hotel mais disputado da capital: o Estrel Hotel, em Neukölln. Em 2021 ele deverá inaugurar a maior torre hoteleira da Alemanha. A uma altura de 175 metros, ela promete se tornar um dos hotéis mais espetaculares de Berlim.