Quais as mais recentes tendências nos deslocamentos para a Europa? Quais os principais destinos dos refugiados, as principais rotas?
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Guerra, violência e pobreza são responsáveis pelo deslocamento de milhões de pessoas em todo o mundo. Consequentemente, os fluxos de migração, em particular para a Europa, continuam.
Enquanto em 2016, a maioria dos requerentes de refúgio na Europa eram sírios, afegãos e iraquianos, em 2017, a maioria foi de sírios, afegãos e nigerianos.
O número de pedidos de refúgio na União Europeia (UE) diminuiu em 2017 em comparação com 2016. Segundo a Eurosat, a agência de estatísticas do bloco, o número de pessoas que deram entrada pela primeira vez em pedidos de refúgio diminuiu 54% no segundo trimestre de 2017, em comparação com o mesmo trimestre de 2016.
Foram registrados 149 mil pedidos de refúgio durante o segundo trimestre de 2017: 175 mil a menos que no mesmo período de 2016.
Rotas migratórias
Os refugiados seguem diferentes rotas para alcançar seus destinos na UE. As principais rotas migratórias são as da África Ocidental, Mediterrâneo Ocidental, Mediterrâneo Central, a rota dos Balcãs Ocidentais, do Mediterrâneo Oriental e a rota das Fronteiras do Leste. A rota do Mediterrâneo Central é a mais comumente usada. A Agência de vigilância de fronteiras da UE Frontex coleta dados sobre cruzamentos ilegais de fronteira.
Vida perdidas no Mediterrâneo
O número de solicitantes de refúgio atingiu 1,26 milhão em 2015. No mesmo ano, mais de 3 mil refugiados perderam a vida no Mediterrâneo. A cifra aumentou em 2016, quando cerca de 5 mil vidas foram perdidas.
De acordo com a Organização Internacional para Migrações (OIM), houve mais de 115 mil chegadas por mar em 2017 até dia 2 de agosto. No entanto, nesse mesmo período, mais de 2.300 pessoas teriam perdido suas vidas no Mediterrâneo. Este número não inclui o número de pessoas desaparecidas.
A região do Mediterrâneo é responsável pela maior proporção de pessoas que morrem durante a travessia migratória. Três quartos das mortes de migrantes em todo o mundo ocorrem na área.
Principais destinos
No segundo trimestre de 2017, a Alemanha registrou o maior número de pessoas que deram entrada pela primeira vez em seu pedido de refúgio – 28% de todos os pedidos registrados na UE. Nesta estatística, a Alemanha foi seguida por Itália, França, Grécia e Reino Unido.
No entanto, durante o segundo trimestre de 2017, a Grécia apresentou a maior taxa per capita de pedidos de refúgio apresentados pela primeira vez na UE.
Decisões sobre pedidos
Menos da metade de todas as decisões (46%) sobre pedidos de refúgio na UE foram positivas no segundo trimestre de 2017. A Alemanha foi o país que emitiu o maior número de decisões em primeira instância.
Segundo os relatórios, a Alemanha emitiu mais decisões sobre pedidos de refúgio do que todos os outros países da UE juntos no primeiro semestre de 2017.
O país com a maior taxa de rejeição de pedidos de refúgio foi o Reino Unido, e o país com o menor foi a Áustria. A Áustria também emitiu a maioria das decisões de status de refugiado.
As imagens que marcaram a crise migratória
Fotos impressionantes do enorme fluxo de migrantes para a Europa em 2015 e 2016 circularam pelo mundo. No Dia Mundial do Refugiado, vale lembrar a perseverança dos que foram forçadas a deixar seus países.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
A meta: sobreviver
Uma jornada combinada com sofrimento e perigo para corpo e alma: para fugir da guerra e da miséria, centenas de milhares de pessoas, principalmente da Síria, viajaram pela Turquia para a Grécia em 2015 e 2016. Ainda há cerca de 10 mil pessoas nas ilhas de Lesbos, Chios e Samos. De janeiro a maio deste ano, chegaram mais de 6 mil novos refugiados.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
A pé até a Europa
Em 2015 e 2016, milhões de pessoas tentaram, a pé, chegar à Europa Ocidental através da Turquia ou da Grécia até a Macedônia, Sérvia e Hungria. Este fluxo não parou mesmo depois de a chamada rota dos Bálcãs ter sido fechada e muitos países terem bloqueado suas fronteiras. Hoje, a maioria dos refugiados vai para a Europa usando a perigosa rota pelo Mediterrâneo através da Líbia.
Foto: Getty Images/J. Mitchell
Consternação mundial
Esta foto chocou o mundo em setembro de 2015: numa praia da Turquia foi encontrado o corpo do menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos. A imagem se espalhou rapidamente pelas redes sociais e se tornou um símbolo da crise dos refugiados. Depois dela, a Europa não podia mais se omitir.
Foto: picture-alliance/AP Photo/DHA
Caos e desespero
Sabendo que a rota de fuga para a Europa seria fechada, milhares de refugiados tentaram desesperadamente entrar em trens e ônibus na Croácia. Alguns dias depois, em outubro de 2015, a Hungria fechou a fronteira e criou campos com contêineres, onde os refugiados seriam mantidos durante a análise de seu pedido de asilo político.
Foto: Getty Images/J. J. Mitchell
Hostilidades
A indignação foi grande quando uma repórter cinematográfica húngara deu uma rasteira num refugiado sírio que corria com um menino no colo. Ele tentava passar por uma barreira policial na fronteira húngara em setembro de 2015. No auge da crise de refugiados aumentavam as hostilidades contra imigrantes, com ataques xenófobos a abrigos de refugiados também na Alemanha.
Foto: Reuters/M. Djurica
Fronteiras fechadas
O fechamento oficial da rota dos Bálcãs, em março de 2016, gerou tumultos nos postos de fronteira, onde milhares de migrantes não puderam mais avançar e houve relatos de violência policial. Muitos, como estes refugiados, tentaram contornar os postos de fronteira entre a Grécia e a Macedônia.
Uma criança ensanguentada coberta de poeira: a fotografia de Omran, de 5 anos, chocou o público em 2016 e se tornou um símbolo dos horrores da guerra civil da Síria e do sofrimento de seu povo. Um ano mais tarde, novas imagens mostrando o menino bem mais feliz circularam na internet. Apoiadores do presidente sírio afirmam que a primeira imagem foi usada para fins de propaganda.
Foto: picture-alliance/dpa/Aleppo Media Center
Em busca de segurança
Um sírio carrega a filha na chuva em Idomeni, entre a Grécia e a Macedônia. Ele procura abrigo na Europa. Segundo o Regulamento de Dublin, o asilo político precisa ser solicitado no primeiro país da União Europeia a que o refugiado chegou. Por isso, muitos que prosseguem viagem são mandados de volta. Por sua localização fronteiriça, Itália e Grécia são os países onde mais chegam refugiados.
Foto: Reuters/Y. Behrakis
Esperança
A Alemanha continua sendo o principal destino dos migrantes, embora a política de refugiados e de asilo do país tenha se tornado mais restritiva após o grande afluxo no final de 2015. Nenhum outro país europeu acolheu tantos refugiados como a Alemanha, que recebeu 1,2 milhão de pessoas desde 2015. A chanceler federal Angela Merkel foi um ícone para muitos dos recém-chegados.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
Miséria nos campos de refugiados
No norte da França, um enorme campo de refugiados, a chamada "Selva de Calais", foi fechado. Durante a evacuação, em outubro de 2016, houve um incêndio no acampamento. Cerca de 6.500 moradores foram removidos para outros abrigos na França. Meio ano depois, organizações de ajuda relataram sobre muitos refugiados menores de idade que vivem como sem-teto em volta da cidade de Calais.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Laurent
Afogamentos no Mediterrâneo
ONGs e guardas costeiras estão constantemente à procura de barcos de migrantes em perigo. Eles preferem atravessar o mar em embarcações precárias superlotadas a viver sem perspectivas na pobreza ou em meio à guerra civil. Só em 2017, a travessia já custou 1.800 vidas. Em 2016 foram registrados 5 mil mortos.
Foto: picture alliance/AP Photo/E. Morenatti
Milhares esperam na Líbia
Centenas de milhares de refugiados da África Subsaariana e do Oriente Médio esperam em campos líbios para atravessar o Mar Mediterrâneo. Muitos estão nas mãos de contrabandistas humanos e traficantes de pessoas. As condições nesses locais são catastróficas, dizem ONGs. Testemunhas relatam casos de escravidão e prostituição forçada. Ainda assim, continua vivo o sonho de chegar à Europa.
Foto: Narciso Contreras, courtesy by Fondation Carmignac