1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

"A minha experiência com a vacina russa Sputnik V"

Sergey Satanovskiy
30 de janeiro de 2021

Voluntário a receber duas doses da vacina russa contra a covid-19, repórter da DW Sergey Satanovskiy foi visitar a avó em São Petersburgo e entrou em contato com o coronavírus. Imunizante influenciou sua resposta imune.

Mão de luva médica segura ampola de vacina Sputnik V
Foto: Sergei Bobylev/TASS/dpa/picture alliance

Os cidadãos da Rússia estão sendo inoculados contra a covid-19, apesar de os testes clínicos de fase 3 da vacina nacional, a Sputnik V, provavelmente não estarem concluídos antes de maio.

O repórter da DW Sergey Satanovskiy esteve entre os voluntáriosa testar a substância em dezembro de 2020, relatar suas reações e, três semanas mais tarde, receber a dose de reforço. Em seguida, submeteu-se a teste de anticorpos do vírus Sars-Cov-2.

Esta é a sua história.

Repórter Sergey Satanovskiy foi voluntário a se vacinar em dezembro de 2020Foto: Sergej Satanowski/DW

Ano Novo fora de São Petersburgo

Na verdade eu estava me sentindo bem antes do meu teste de anticorpos. Havia recebido as duas doses e não senti efeitos colaterais, então decidi visitar no Ano Novo a minha avó, que vive um pouco afastada de São Petersburgo. Apesar de não ter sintomas, fiz o teste de covid, mesmo assim. O resultado foi negativo.

Minha avó trocou a cidade pelo campo um ano atrás, e tem estado longe de São Petersburgo desde o surto do vírus. Ela aquece a casa ligando o forno e viaja uma vez por semana para fazer compras na cidade mais próxima, de 17 mil habitantes. Mas, mesmo estando a 300 quilômetros de distância da metrópole, isso não garantiu que ela escapasse do novo coronavírus.

No réveillon ela apresentou uma tosse que continuou pelo dia seguinte adentro. Achou que tinha apanhado um resfriado, pois estava muito frio do lado de fora, mas não que estivesse com covid. Em 3 de janeiro, voltou para São Petersburgo.

Na mesma noite, a minha temperatura subiu para 37,4 ºC e tive dor de garganta. Segundo minha avó, sintomas parecidos com os dela. Os meus desapareceram dois dias mais tarde. Minha avó, porém, teve febre três dias seguidos e se sentia bastante fraca.

Ela chamou um médico, fez o exame de covid e os resultados foram positivos. Embora sem ter que ser hospitalizada, ficou bastante doente. Teve três semanas de febre, pressão sanguínea elevada e se sentiu fraca e desanimada por bastante tempo. Eu também fiz um teste de covid, e os resultados foram negativos.

Grande carga de anticorpos

Wadim Lynjew, que dirige o Hospital Shostakovich, onde recebi minhas duas doses de imunizante, explicou que quem se vacinou reage diferente de quem tem covid-19, dependendo da carga viral a que tenha se exposto. Ao entrar em contato com alguém apenas levemente doente, geralmente não se sente nada. Mas confrontados com uma carga viral alta, os vacinados não apresentam sintomas tão fortes.

Foi isso que aconteceu comigo: fui exposto a um volume grande do vírus ao visitar minha avó, mas não fiquei doente de verdade, devido aos anticorpos no meu sistema. Minha avó ficou bem pior, mas agora melhorou, e estou feliz de poder relatar que seu último teste de covid deu negativo.

Fiz o teste de anticorpos alguns dias após voltar de São Petersburgo. Segundo Dmitri Denisov, diretor do Helix Lab, os resultados que recebi no dia seguinte foram bons, especialmente em comparação com outros que foram vacinados ou tiveram covid-19.

Sputnik V impede que se pegue covid?

O que parece certo é que meus anticorpos eram devidos à vacina Sputnik V, e não resultado do resfriado que tive. Se esse fosse o caso, eu não teria conseguido desenvolver tantos anticorpos tão rapidamente.

Denisov comenta que cada um tem uma reação imunológica diferente depois de tomar a vacina: "Depende de muitos fatores: enfermidades anteriores, infecções recentes e o tipo de dieta que a pessoa segue. Sem falar da forma como cada indivíduo reage, em geral."

Ninguém sabe dizer com certeza se o mesmo nível de anticorpos, como no meu caso, impedirá que se pegue covid-19 no futuro. De acordo com Denisov, a questão ainda está em aberto, já que agora as vacinações em nível global estão apenas começando, e os testes clínicos vão se concluindo.

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque